Achei muito forte a cena, em que a mãe do Miguel afirma, que se mataria, caso tivesse um neto adotivo. Que se ele não tivesse o sangue dela, ele não seria seu neto.
Forte, e muitas vezes, é exatamente essa a realidade. Muitas pessoas não acreditam que podem amar uma criança que não seja fruto de uma relação de amor normal.
Eu este ano, completo 23 anos como Karla. Ser adotiva, para meu maior orgulho. Minha história de superação, poderia ir parar no fim da novela Viver a Vida.
Eu superei o abandono, a falta de amor e reconhecimento de uma mãe, para ganhar mais do que talvez merecesse de fato, com a minha família atual. Aprendi, que uma pessoa não me quis, mas que várias outras me desejaram. Recebo tanto carinho, respeito, amor, que se eu não contar, ninguém acredita que sou adotada.
Eu, particularmente, não quero ter filhos. Não é algo que eu sonho, pleanejo, desejo ardentemente. Mas eu sou a favor sim da adoção. Acho que temos muitas crianças que precisam de oportunidade, de afeto verdadeiro, de colo, de vida real, de construção de cidadania. Eu peço a Deus todos os dias, que me dê a oportunidade de construir minha família desta forma. Se for para ter alguém ao meu lado, que seja alguém capacitado a dar amor, à uma criança que realmente precise.
Não é caridade. Adotar não é dar esmola. Adotar é dar uma nova vida à quem já não tem oportunidade, a quem acredita ali, que a vida não tem sentido algum.
Eu sou feliz. Eu tenho uma família digna, uma família honesta e baseada no amor.
E eu tenho muito amor à oferecer e sei que realizarei esse sonho, em forma de gratidão pela minha real oportunidade de ser uma mulher de verdade, graças ao amor, ao não preconceito de meus pais e irmãos.
Sempre ao dormir eu agradeço muito. E sinto o calor do abraço dado por minha mãe, quando naquela manhã eu entrei naquele apartamento. Ali, eu me tornei humana, em seu sentido mais real. E isso, não tem preço!.
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