Ontem falei sobre fim de relacionamento e daí lembrei do meu primeiro namoradinho. A nostalgia tem batido forte por aqui nestes últimos dias. Estou adorando conversar um pouco sobre vários assuntos. A verdade é que nem sei se alguém vem lendo, mas mesmo assim, escrevo para a minha posteridade pessoal.
Vamos lá.
Conheci meu primeiro amor em fevereiro de 1999. Ele chegou com o pai, a irmã e madrasta. O seu pai ia para substituir o meu quando ele voltasse para o Brasil. Papai chegou em casa dizendo que ia emprestar um TV para eles e eu o acompanhei. Quando eu entrei e o vi, pronto. Minha perdição estava instalada. Moreno, alto, três anos mais velho do que eu, eu então com 14 anos. Nascia ali uma amizade gostosa. Adorava conversar com ele. E tirar onda obviamente. Eu era gorda, feia, dos dentes tramelados, mas por algum motivo atraia este menino cada vez mais para perto de mim. Descobri depois que era a solidão. Ele se sentia solitário e inconscientemente, acho eu, acabou se deixando envolver.
Meu aniversário foi comemorado no domingo, no dia mesmo em que eu completava 15 anos. E quando ele me parabenizou ele me disse que queria me dar um beijo. Eu não tive coragem. Eu era boba e nunca havia beijado de verdade.
Mas no dia 04 de abril, um domingo depois, finalmente ganhei o beijo mais doce e suave que já dei até hoje. Me apaixonei perdidamente. Foi engraçado porque estávamos almoçando na casa dele, e meus pais estavam na cozinha com o pai dele e madrasta. A irmã desapareceu e ele tascou um beijo do nada. Na TV, Believe, com Mariah Carey e a saudosa Whitney Houston. Lembro cada detalhe, mas esqueci a roupa que eu usava, sorry!
Foi sem dúvida um namoro bom. Nunca foi nada sério, porque claro primeiro que eu só tinha 15 anos. Venho de uma família muito tradicional e por mais que eu fosse uma pessoa à frente do meu tempo, não tínhamos muita coisa em comum. Ele era muito lindo, mas não se encaixava naquilo que eu vinha planejando quando retornasse ao Brasil. Vim embora em maio de 1999, ele em agosto do mesmo ano, tentamos levar adiante o romance, mas cansei depois de passar 3 anos ele me ligando dizendo que estava indo me visitar e não aparecer. Dizendo que estava enviando flores e até hoje as espero. Um dia sem mais nem menos me contou que seria pai. Chorei copiosamente, apesar de sentir que nunca daríamos certo.
16 anos depois, cada um seguiu seu caminho. Eu divorciada, ele recém-casado. Ele pai e eu planejando retornar em 2018 para o lugar onde tudo começou. Moscou. Copa do Mundo. Quem sabe agora eu não consiga um russo bacana né?