Faço essa pergunta porque sinceramente estou perdida.
Primeiro que encontrar alguém aleatoriamente, tipo amor à primeira vista, é algo que só acontece uma vez na vida e quando acontece. Porque na maioria das vezes é coisa bem de novela mesmo.
Segundo que o mercado em Brasília, embora ache essa palavra super tosca, é extremamente competitivo e posso assegurar, chato. Ou o cara é casado, ou o cara é gay e já aviso que não estou sendo preconceituosa e por último o cara é concurseiro ou concursado.
Essas duas últimas categorias acima são muito mais comuns. Daí que em 5 minutos de conversa a pergunta fatal: você é concursada? Se eu disser que não, vem a segunda pergunta fatal: mas estuda para concurso? Daí que eu já me levanto e digo: satisfação em conhecê-lo e saio de perto, porque dali o máximo que pode acontecer é ele te passar um sermão intenso da importância de se fazer e passar em concurso público e eu estou de saco cheio de ouvir isso.
Daí temos também os caras separados, divorciados, tico tico no fubá. Mas isso não é um problema, nem ele ter um filho ou 10. O problema é que muitos usam os filhos para evitar uma aproximação mais bacana e daí que obviamente, mulher fina e elegante que sou, jamais irei competir com a fofura ou o fofuxo. Tem a ex também que geralmente é uma mulher psicótica e daí com o tempo você nem acredita mais nisso. Porque divorciada que sou, sei que o problema nunca é somente da mulher né?
E aí que me deparo com todas essas situações com muita tristeza. Sei que sou muito difícil, sou carente demais e devo ter muito mais itens assustadores do que interessantes. Falo para caramba, mas mesmo assim não me sinto a pior pessoa do mundo. Até acho que tenho um bom papo e faço rir. Mas a verdade é que no último ano, desde que me separei, só me deparo com quase relações muito frustrantes. Sempre há uma desculpa que eu já considero bem esfarrapada. Sempre há a falta da tal química. E sempre há a falta de vontade de tentar.
Recusei algumas propostas, não porque a pessoa não tenha sido interessante, mas pela percepção de que seria só mais um lanche na vida dessa pessoa. Já me relacionei com um ou dois que se mostraram até interessados e apaixonados, mas que meu coração não quis, desculpa, não vou me relacionar também só para dizer que tenho uma pessoa comigo.
E assim os anos passam, sem o desespero, porque graças a Deus tenho muitos amigos bacanas, uma família divertida e tenho uma vida bem equilibrada. Não tenho medo de sair sozinha, embora tenha saído bem menos do que já fui acostumada, inclusive acompanhada.
A verdade é que eu continuo acreditando que amor mesmo só encontramos uma vez na vida. E que as vezes ficar sozinha é muito mais prático mesmo. E digo isso sem amargura. Acho que nem todos sabem lidar com os relacionamentos à dois, independente da rotulação. Sou uma dessas. Que Deus me abençoe para que eu não morra tão sozinha.