terça-feira, 16 de março de 2021

Ainda sobre o BBB - Carla Diaz e Arthur

Uma edição do BBB sem um casal, não é BBB. Alguns casais se formam lá dentro, mas acabam logo; outros aqui fora, até se casam e tem filhos. 

Ao longo de 21 temporadas, já vimos todos os tipo de casais. Mas é certo que o casal desta edição é um do que me lembro serem o mais chato. Saudades até do trio Fani-Alemão- Siri. 

Carla Diaz é atriz, que como uma grande parte da classe artística, está desempregada. Viu no programa a oportunidade de se reinventar e claro, além de ganhar um milhão e meio, quem sabe um contrato fixo, um papel arrebatador.

Arthur, Instrutor de Crossfit, machista, mau educado, ranzinza e que perde a maioria das provas para o mais fumante da edição, o Fiuk, que vem a ser filho do eterno  maravilhoso, Fábio Junior, irmão da gata da Cléo Pires e não, ele não é filho da Glória Pires. 

Depois deste resumo, de quem é quem, iremos falar sobre o fato de que a Carla fugiu dias do Arthur. Ele insistiu. Muito. E ela aceitou. Fim. Fim, porque a Carla fica naquela, insistindo, se dedicando, e ele, daquele jeito que homem fica quando não quer, mas não sai de cima. Ele está com ela, provavelmente porque ela faz o serviço dela todas as noites, e porque ele a acha forte dentro do jogo. 

E levando o que estamos acompanhando para vida real, quantas vezes não fomos uma Carla? E quantos homens são um Arthur? 

Não tenho mais vergonha de admitir, que fui como ela, muito mais vezes do que gostaria. E tive ao longo de minha trajetória amorosa, que começou aos 15, muitos caras neste tipinho do Arthur. 

E não tem nada a ver com idade. Inclusive, quando adolescente eu conseguia perceber quando o garoto era escroto. Mas quanto mais velha me tornei, mais idiota. Desta forma, me relacionei muitas vezes na base da carência, da insegurança e do medo de ficar sozinha. Inclusive, meu último relacionamento, que como sabem, terminou na noite de Natal, foi um pouco baseado nesta história: uma pessoa que me quis durante muitos anos, mas que quando conseguiu, não gostou, e resolveu ser um tiquim escroto. Não digo totalmente, porque eu ainda estou na terapia para tentar entender qual foi a minha real parcela de culpa. 

Claro que quando a Carla sair do BBB e perceber o que viveu e que tipo de macho é o Arthur, ela ficará com vergonha. Porque ela foi o que muitas mulheres são, e não querem, mas que se deixam levar pelo sentimento de que vai dar certo. 

Não dá certo. 

Vai por mim. 



Você é protagonista, coadjuvante ou figurante da própria vida?

Todo mundo sabe que eu amo o BBB e que às segundas eles fazem um Jogo da Discórdia. Ontem, a pergunta era essa: quem você acha que é protagonista, coadjuvante ou figurante no jogo? 

Trouxe a reflexão para minha vida imediatamente. Quando fui fazer minha oração antes de dormir, me fiz esta pergunta e sinceramente, fiquei um pouco confusa.

Estou prestes a completar 37 anos. Tenho uma história pautada em valores muito específicos, e uma trajetória vivida dentro de uma realidade média. Nunca passei fome, necessidade de itens básicos, recebi uma educação muito rígida, mas nada que me tornasse uma pessoa revoltada. Nunca infringi a lei de forma a ser presa, nem tomei atitudes que me ferissem de forma concreta. 

Mas ainda não sou protagonista de minha própria vida, porque eu tenho um coração muito mole e inconstante. Não sei me comportar de forma fria, sofro com pequenas ações, que podem tornar um dia lindo em um dia infernal. 

Sou coadjuvante, porque eu ainda trilho meus dias pensando mais nos outros do que em mim e até o momento não acho que isso esteja me afetando de uma forma que me destrua internamente. Claro, tem coisas que eu não espero daquela pessoa que eu tento ajudar, mas eu no geral também não espero muito em troca não. Mas não sei caminhar sozinha, com desdém pelo próximo ou sua história pessoal. 

Acho que meu lado figurante é muito forte no que diz respeito aos relacionamentos amorosos. Só fui protagonista até um certo ponto do meu casamento, depois parti rapidamente para o status de figurante e desde então, é assim que tem sido. Me deixei influenciar várias vezes por mensagens de pessoas que diziam gostar de mim, mas que no fundo me achavam a pior pessoa, e infelizmente, isso ainda é muito presente em meu cotidiano. 

Acredito que o mais importante é a auto análise, reconhecendo onde é necessário melhorar, investir mais energia ou simplesmente entregar para os passarinhos comerem. Algumas coisas não tem jeito mesmo.

Se eu quero se protagonista? Obviamente. Mas é importante não se tornar arrogante, soberba, intolerante e se achar extremamente auto suficiente, em um mundo que as vezes é muito mais interessante ser coadjuvante, evitando excesso de confiança, dor, tristeza e solidão. 

Já já meu grande dia chega. Como será que estarei me sentindo neste dia? Só espero que não seja figurante.