terça-feira, 24 de março de 2015

31 anos - dia 27

Sábado passado o irmão do meu cunhado morreu. E lembrei que eu escrevi um texto falando do medo que eu tenho de perder meus pais para a morte não é? E daí fiquei pensando com este fato, que eu tenho medo também de perder meus irmãos. E senti a dor do meu cunhado vendo aquele que cresceu com ele, com idade muito próxima, perder para várias paradas cardíacas. 
Nunca parei para pensar em como seria se eu perdesse um irmão. Tê-los é algo tão natural que eu não fico pensando, logicamente, em não tê-los. 
Sei que nunca fui a melhor irmã do mundo. Sendo caçula e com diferenças largas de idade, entre 14 e 20 anos de diferença, sei que em muitos momentos eles já quiseram me matar. E não neste sentido literal não, mas sempre fui a irmã mais chata, hahaha. Digo isso sem rancor algum. Imagina. Eu tenho muito amor pelos meus irmãos, muito orgulho de cada um deles. Encho a boca por exemplo, quando conto que tenho dois irmãos aposentados da Polícia Militar. Nunca usei isso para nada pessoal, muito pelo contrário, sempre cuidei da minha vida para que nunca envergonhasse um irmão meu, ligando e pedindo ajuda. E sempre tive muito carinho pelo trabalho deles, não aceito que falem mal da PM, porque sei da honestidade dos meus irmãos.
Tenho um irmão que eu admiro pela facilidade de aprendizado dele. Esperto para caramba! Queria ter o dom artístico que ele tem para desenhar e pintar. Tanto que um de meus maiores sonhos é tatuar nas costas uma de suas pinturas, que pasmem vi quando tinha 5 anos e desde então planejo isso. Ele é de fato uma das criaturas mais incríveis que já conheci na vida.
E tem a minha irmã, que eu tenho uma gratidão sobre humana por tudo que ela fez por mim na vida. Quando eu era pequena e minha sobrinha nasceu, ela sempre me manteve por perto. Quando comprava roupa para a Sobrinha Ratattoulie, sempre comprava algo para mim. Quando moramos fora, ela era nossa ponte com o Brasil, mandava cartinhas, videos, revistas e amor. Ela cuidou de nossa casa por 4 anos, enquanto nos esperava. A admiro, porque como convivi muito mais com ela, a vi superar muitas coisas negativas e hoje é uma avó espetacular. Um ser humano respeitável e caridoso. 
Todos os meus irmãos, cada um à sua maneira, são exemplos para mim. Com um aprendi a amar meus pais acima de tudo. Com outro a não ter preguiça. E por aí vai. Sempre olhei para as coisas positivas deles e tentei imitar. São todos casados, pais de família, com suas esposas e esposo há anos, com filhos muito bem criados, e agora netos também. Sempre me espelhei neles quando mais nova, e muitas vezes chorei quando percebi que eu não sou metade do que eles são. Quando me separei me senti envergonhada em contar para eles, porque imagina, tem irmão meu que fará 30 anos de casamento!. Eu mal aguentei 3. Senti um fracasso enorme, mas graças a Deus, eles me apoiaram e me respeitaram. 
E quando recebi a notícia da morte do irmão do meu cunhado, eu fiz uma prece por cada um dos meus irmãos. Pedi que eles tenham muita saúde, que realizem todos os seus sonhos, que sejam muito felizes ao lado de suas famílias e que eles fiquem comigo por muitos e muitos anos. 
Sempre fui muito grata a Deus pelo dia em que entrei para a família Lopes de Souza. Sempre tive para mim que eu era obrigada a ser como eles. Mas com a maturidade eu percebi que de fato não sou como eles, mas sendo quem sou, sou muito amada e sei que eles entendem isso de ser diferente deles. Somos irmão e não somos obrigados a sermos iguais. Nos complementamos e isso para mim é motivo de alegria diária.
Gostaria muito que cada um deles pudesse ler este texto e sentir este amor e esta gratidão que eu tenho. Sei que não demonstro, porque ando muito fria sabe? Mas quero que eles sintam minhas orações e que ao perceberem que eu cresci e amadureci, possamos nos aproximar mais. 
Amo muito. Amo para sempre. Obrigada meu Deus pelos meus irmãos. Cuida deles tá? Amém!