terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Porque as vezes só a verdade para si resolve certas dores.

Passado o choque da cena da bunda da Paolla, que bem, chegou a gerar certas dúvidas alheias sobre a minha sexualidade, Felizes para Sempre? se tornou para mim momentos diários de reflexão. Pulando toda a questão da traição declarada como tema principal, me questiono mais sobre qual tipo de relacionamento quero ter para minha vida. Fico chocada como talvez a série toda não tenha nada a ver comigo, mas o que eu sei é que o que eu realmente não quero em um relacionamento é que ele seja fuga, prisão, dor, medo, insegurança, intolerância, desespero, lágrimas diárias, deslealdade e entre muitos outros sentimentos negativos, obrigação. Quero somente que seja algo bom, que apesar de todas as diferenças e inseguranças, que seja bom. Talvez eu não me case e tenha a vida à dois como base diária, mas eu só quero que seja bom.


Escrevi no facebook isso depois de mais um episodio tenso do seriado que vem movimentando a minha vida e meus pensamentos. Talvez quem a escreveu não imaginou que pudesse mexer muito profundamente com o que eu quero e penso da vida, de uma forma muito intensa.
Comecei a voltar no passado e rever tudo que vivi de relacionamentos. Alguns muito legais, divertidos, outros sufocantes. Derramei inúmeras lágrimas, me senti usada várias e várias vezes, me senti idiota, confusa e sozinha. Em quase todos os fins, se não em todos eles, decidi que não teria nenhum outro relacionamento. E a verdade é que sempre recomecei, dei chance e acreditei. E em várias outras vezes depois, o fim começou.
E o que me resta é pensar o porquê ainda acredito nos relacionamentos. Seria medo da solidão? Não sei, só sei que sempre acredito no outro, acredito naquelas pequenas promessas ditas quando quase tudo são flores. Acredito no teórico serei seu, cuidarei de você, seremos felizes. Acredito sempre que as viagens sonhadas acontecerão, embora em todos esses anos de vida amorosa eu só tenha viajado umas 5 vezes com a mesma pessoa, duas delas para o mesmo lugar. De resto, infelizmente, até Pirenopolis virou fumaça junto com todos os outros pequenos sonhos à dois que nunca aconteceram.E não vieram os filhos, um casal, um deles adotivo, e não veio o apartamento de dois quartos porque a grana é curta e o financiamento eterno. 
Um dia ouvi que apesar de tudo, eu não sou interessante. Ah mas ouvi também que quero demais. Em um fim de noite ouvi que queria luxo, que queria conto de fadas. Também já fui invadida pelo desrespeito na hora em que disse que não queria transar. Já vi umas mãos perto do meu rosto, e sim, entre muito elogios velados, que certas pessoas nasceram para ficar sozinhas, e eu era um exemplo desses. Já fui xingada também, afinal, o ser humano se perde quando não sabe amar.
E aqui estou. Aos 30 anos. Procurando um lugar para recomeçar. Tentando melhorar como ser humano. Flutuo entre o medo e a alegria em meu lado profissional, estudando mais, até porque percebi que pouco sei. Tento respeitar aos mais velhos, tento e infelizmente venho fracassando como parte de uma família linda, e principalmente convivo com todos os meus relacionamentos mais fracassados, mais inválidos e mais confusos para quem sabe não levar à serio todas as frases que já ouvi quando o outro percebeu que pois é, eu sou humana. Não sou hipócrita, fui bem sem vergonha em alguns relacionamentos e usei entre várias frases a famosa: o problema sou eu, não você. Já interpretaram isso muita vezes como sinal de lesbianismo, mas a verdade é, que era só um problema comigo mesmo. Um problema em me achar infantil e imatura. O problema é de fato não ser uma mulher romântica. Também não sei cozinhar e nem quero aprender. O problema é que eu falo muito palavrão e sou workaholic ao ponto de achar que trabalho pouco. O problema é que como me disseram várias pessoas: em certos momentos, é melhor ficar sozinha mesmo. 
E tendo escrito esse texto sem nenhuma intenção de obter pena ou conselhos, foco em meus reais objetivos. E espero que meu salário entre no dia. Porque entre muitos defeitos que aprendi que eu tenho, eu sou gananciosa e meu cartão estourou.