sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Desastres amorosos

Depois que li o livro: Tinha tudo para dar certo se não fosse eu - Histórias reais de uma vida amorosa de merda - de Rodrigo Fernandes, estou em uma reflexão profunda sobre meus próprios relacionamentos fracassados. 

Pensei muito e escolhi uma história para destacar o quanto eu realmente não levo o menor jeito na arte da conquista. 

Obviamente que a lista de erros nessa arte é gigantesca, mas acho que esta em específico será o suficiente. 

Eis que um dia em um dos forrós que eu frequentava e jurava que sabia dançar, conheci um cara, alto e bonito até, que depois de dois para lá e dois para cá, começou a criticar minhas tatuagens, que na época eram bem menos do que as que tenho atualmente. 

Era um chá de casa nova da minha sobrinha e ela avisou ao rapaz que achava melhor ele não fazer isso porque eu não gostava. Ele seguiu falando e os sinais estavam ali em minha cara, mas decidi ignorar. 

No outro dia, entre uma conversa e outra pelo whats, ele comentou que amava pés (descobri depois que isso é bem comum), e eu logo avisei que os meus pés são muito feios. Sou sincera e eles são mesmo, muito feios de verdade.

Ele insistiu em vê-los, mas antes de enviar a foto, combinei que se ele os achasse feios, que ficasse calado e se fossem razoáveis, de repente comentasse com algo mais simples. A não ser que eles fossem em acordo com o gosto dele, aí obviamente eu iria querer elogios. Ele concordou, tudo certo. 

Depois de tentar o melhor ângulo para evitar stress, eu mando a foto e em menos de 2 segundos, ele solta: Que pé feio!!! 

Sim, com todas essas exclamações. E eu só perguntei qual foi a parte do não comente se eles fossem feios por favor, que ele não entendeu.

Embuste bloqueado imediatamente.  

Vejam bem, essa é somente uma das muitas histórias onde não fazia sentido algum eu ter sequer continuado a conversa, mas eu tentei. E foram diversas vezes em que eu saí e voltei para casa com um misto de ou eu sou muito feia, ou eu sou muito chata, ou ambos. 

E não foi a idade que me fez mudar isso. Ainda na pandemia eu passei, virtualmente, por situações tão embaraçosas para uma pessoa com 36 anos, que eu mesma nem acredito que já tenho 36 anos, bem parecia que eram acontecimentos na vida de uma adolescente de 15 anos. Aliás, entre os meus 15 e 20 anos eu não paguei tanto mico não, por incrível que pareça, minha vida amorosa virou um caos depois que eu entrei para a faculdade. Eu não era tímida e tinha até uma atuo estima boa para a época: eu usava aparelho, óculos estranhos, tinha um cabelo enorme e estava com 25 quilos a mais. Mas eu fazia um relativo sucesso e estava sempre enrabichada com alguém. 

Hoje eu namoro, mas não pensem que estou imune de erros, de cometer alguma gafe, de chorar de vergonha ou raiva.

A vida é isso. Um eterno engole o choro e busca o balde.