sábado, 7 de março de 2015

31 anos - dia 10

Quando falei do meu primeiro namoradinho ontem, lembrei do meu aniversário de 15 anos. Faz tanto tempo mas me lembro muito bem daquele domingo. Fiquei feliz porque seria na Igreja que eu frequentava com meus pais lá me Moscou e que fazia parte de 3 dos 4 anos que vivi lá. Meus pais tinham feito uma festa super legal no meu aniversário de 13 anos, mas no de 15, por ainda estar longe dos familiares, optei por algo menor e mais simples. Não teve convite, não teve valsa, nada disso. Mas foi muito, muito lindo.
Minha mãe costurou as duas roupas que eu usei, comprou um sapato lindo, arrumou meu cabelo, me maquiou de forma discreta, pintou minhas unhas. A missa aconteceu às 15 da tarde com a presença de muitos amigos da Igreja e da Embaixada. Minha afilhada Belipia, seus pais e sua irmã estiveram presentes. Quase que o povo se atrasa, pois era o primeiro dia do horário de verão por lá. 
Foi emocionante. A missa foi especial, celebrada por 3 padres de quem eu era muito amiga, um espanhol, um colombiano e um brasileiro. Voltamos para casa e tinha bolo feito pela minha comadre, docinhos feitos pela minha mãe, champanhe para o brinde e tive direito à dançar com meu pai, não uma valsa, mas uma salsa que ninguém dançou de fato, só mexemos o corpo. Mas os sorrisos eram sinceros e vieram do fundo do coração. Abrimos os presentes e estavam comigo duas amigas da escola: Lilia e Ira. Foi muito legal! Talvez a única coisa que hoje me pareceu estranho foi que eu comemorei meu niver com a filha de um casal  de amigos, que faz aniversário junto comigo. Mas não chega a ser nada dramático. Nem na época me pareceu. 
No outro dia meu pai chegou com as passagens para o nosso retorno para o Brasil: 26 de maio de 1999. Eu fiquei radiante. Era muita alegria para o meu coração. 
Nunca sonhei com uma grande festa de 15 anos. Já naquela época achava um desperdício de dinheiro. Não via lógica em fazer uma festa grande, principalmente lá, pois não estariam presentes mais da metade das pessoas que eu queria que estivessem. Por isso olhos as fotografias deste dia e sinto uma paz enorme. Porque desde sempre gostei de comemorar meu aniversário de forma discreta, com poucas pessoas e sempre agradecida. E aquele domingo nublado, de fim de inverno foi um dos mais especiais que já vivi na vida. Um dos melhores aniversários, um dos mais sinceros.