sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

A mulher que me tornei é espelho da criança que fui?

Assistindo a live do Rafael Rocha e sua mãe, Lourdes Rocha, este tema foi debatido, não sem nos deixar a reflexão. 

E obviamente que lá fui eu fazer a bendita reflexão e claramente, vim aqui escrever. Quero pensar que daqui a alguns anos, irei ler o meu blog e me deparar com este texto. 

Ontem, escrevi sobre o meu processo doloroso de depressão e o caminho que eu sei que irei atravessar até o resgate do que eu acho que eu sou.

Confesso que com quase 37 anos, não faço a mínima ideia do que estou fazendo no mundo. Tirando meu lado profissional, meus casamentos e meus textos no Jornal, eu sigo no limbo.

Não sou casada, nem tenho ou terei filhos, sou muito ruim na arte do relacionamento amoroso e meus relacionamentos comuns tendem a também não darem muito certo, porque eu no geral, sempre dou um jeito de estragar. 

Mas voltando no passado, eu me lembro de ser uma criança feliz, sempre falante, sonhadora, dançante e tinha uma auto estima altíssima. Estava sempre rodeada de amigos, liderando, comandando, agitando. Topava tudo, ia sem medo, ia com tudo. 

Mas eu ainda conservo algumas características daquela doce época e me orgulho, mas a vida tratou de me desenvolver uma insegurança que nem quando eu me casei, eu senti. 

No momento atual, com tudo que estou passando, eu não me vejo na criança que fui. No máximo o sorriso. Isso eu sempre fiz, independente do que estivesse passando. Eu ainda consigo sorrir. 

Durante algum tempo eu culpei várias pessoas pelo meus caminhos, mas a construção dele, ainda que dependendo de vários apoios e exemplos, foram apenas escolhas minhas. Muito do que eu imaginei e sonhei em minha infância, alcancei com muita luta, mas a parte principal, que é meu coração, ele não é nada do que eu sonhei. 

Acho que a mulher que me tornei, emocionalmente, não é em nada a criança incrível que eu fui.

Mas eu serei. Almejei. Plantei. Como em vários momentos do meu passado, vou me superar e vou me tornar ainda mais do que eu idealizei lá atrás. 

Concluo que a mulher que me tornei não é espelho da criança que eu fui. 

Ainda.