quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Meu primeiro carnaval de verdade

Quem me conhece e convive comigo sabe que um grande sonho meu era ir para Salvador no Carnaval. E conheci Fabrício, que generoso como é me propôs irmos juntos para lá. E eu fui gente! Fui com o coração em festa, animada, com vontade de ser feliz.
E eu fui. Ivete não estava lá, mas eu sabia que indo sem ela era meio que para testar se eu realmente iria gostar do evento. E eu gostei tanto, mas tanto que eu quero voltar pra lá o mais breve possível. Hoje, mesmo gripada, com as pernas doendo, eu quero voltar e viver tudo àquilo novamente.
A festa é contagiante. As pessoas se reúnem, mesmo no pior de suas vidas, para celebrar. Celebrar o que for preciso, afinal já temos, cada um à sua maneira, momentos muito difíceis.
Particularmente eu consegui esquecer 95% dos meus problemas. Cada trio que passava, cada artista que eu via e que eu só conseguia ver pela TV, me enchia a alma de uma gratidão por estar ali. Deus foi extremamente generoso comigo e eu nunca esquecerei das coisas que vivi, das músicas que vi ali em frente aos meus olhos, cada pulo, cada pisada, cada empurrão... Porque Carnaval é guerra também.
Peguei duas pipocas: a do Nana e a do Olodum, que por coincidência homenageavam Oxum, e sério, é surreal de contagiante. Consegui ver os Filhos de Ghandi e tomei muito banho de alfazema. Ganhei até um colar e sem beijo (você ganha um beijo para ganhar um colar, beijo na boca), mas o meu foi na camaradagem. 
Tem coisa negativa? Tem, claro. Tem muita sujeira, tem gente mal educada, que não respeita, que se mete no que não deve, que cria confusão, tipo um taxista que nos extorquiu 50 reais por vontade de arranjar briga. Mas se tem uma coisa que eu aprendi sobre mim neste carnaval é que eu sou muito sensata e pago para não ter confusão na minha cabeça. Teve dor, meio que torci meu pé justo no primeiro dia e no show da Claudinha. Mas no outro dia eu estava zerada. Pulei 4 dias, em camarote, ok, que é tecnicamente mais confortável, mas foi lindo amanhecer na cidade do melhor carnaval do mundo. 
Teve por do sol, teve amanhecer, teve conversa com Yemanjá, teve piscina, praia e teve companhias muito agradáveis e leves. Nos hospedamos na casa de um casal que eu adorei conhecer, que é muito cordial e que eu desejo toda felicidade do mundo. 
E teve é claro, Fabrício, que foi muito cuidadoso comigo, que conhecedor de Salvador como é me apresentou tudo o que podia. Me ajudou a olhar tudo direitinho os lugares, me ensinou a correr atrás do trio, a pular, a andar olhando pra frente porque se não você se perde no mar de gente surreal. 
Teve Geysa e Will, casal maravilhoso que nos levaram para o Camarote da Band, junto com a Ana e o Thiago. Nos divertimos muito e tirei muitas fotos.
Mas o melhor está aqui, no meu coração, na minha mente. Sempre serei grata à cada um que acompanhou esta fase de preparativos emocionantes, que aguentou todas as vezes que eu só falava disso e agradeço a quem esteve comigo estes dias, mesmo à distância.
A vida é para realizar sonhos. E eu realizei mais um. E eu espero em Deus que eu volte naquela terra do axé, da alfazema, da alegria e da esperança.