segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Retrospectiva 2018 - da lama ao brilho

2018 chegando ao seu fim esperado e eu ainda colhendo meus cacos. 
Tive que me levantar muitas vezes este ano. Tive que me reinventar. Me camuflar. Esconder lágrimas. Fingir demência. Socializar enquanto queria mesmo era um mundo paralelo. Silenciar enquanto a alma queimava. Gritar para meu coração que ia passar. Vai passar. 
Aprendi este ano um pouco mais sobre minha capacidade de seguir. Apesar de tudo. Levei muita, mas muita porrada. Fui caluniada. Fui desrespeitada. Fui humilhada. Fui decididamente ao inferno. Fui quem tive que ser.
Entendi que não posso criticar nenhuma mulher que vive um relacionamento abusivo. Entendi que trair machuca. Senti na pele o desprezo que um ser humano é capaz de dar quando tem ódio no coração. Fiz isso algumas vezes, recebi logo o troco. Aqui se faz. Aqui se paga.
Foi um ano onde também sorri demais. Abracei pessoas. Acalentei corações. Puxei cabelos. Os meus. Dei murros em mim para não decepcionar um outro. Dei. Amor. Carinho. Palavras. Sentimentos. 
Nem tudo foi lama. Nem tudo foi queda. Nem tudo foi desistir.
Me levantei um dia após o outro. Me dignei a me amar um pouco. Talvez eu seja capaz de mais um pouco.
Conheci Belém. Conheci um amor guardado para mim há 32 anos. Recomeçamos. Conheci Porto Seguro. Dancei no palco. Fui trocada. Bebi algumas cervejas. Renovei amizades. Descartei legendas que não cabiam em mim, no meu televisor preto e branco. Vi cores em jardins, vi selva em riachos rasos. Muito rasos.
Senti pessoas me amando. Senti pessoas com nojo. Senti inveja de meu passado. E hoje sonho com meu futuro.
2019 vem. Obviamente traz uma esperança de renovação. Recomeço. Reinicio. Meio e fim. 
Seguimos na saga. Sigo na luta. Quero um novo ano diferente? Quero. Mas preciso me apoiar mais. Me confiar mais. Me respeitar mais. Me guardar mais. Não beber, não dançar, não transar, não viver como acham que eu vivo. 
No fundo, eu sou apenas uma garota latino-americana sem dinheiro no banco.
Mas não para sempre.