quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Rio de Janeiro continua lindo e me esperando ansiosamente!


No trabalho, aquela correria insana. Arranjar tempo para ir ao banheiro, beber água e essas cositas é quase uma manobra radical. Mas com organização e amor, estamos conseguindo resolver tudo e acertar os detalhes de milhões de reuniões, viagens e tantas outras coisas. Adoro meu trabalho e cada dia mais acredito que nasci para ser uma boa Secretária.

Em breve, muito em breve, tipo mês que vem, vou desfilar minha beleza angelical pelas ruas do Leblon, pelas praias maravilhosas do Rio e de quebra, vou em um casamento do filho de uma pessoa extremamente importante em minha vida, meu querido Almirante. Não vejo a hora, já estou contando as minutos. Só estou pensando nisso, meus amigos que aguentem, porque até chegar o momento da viagem, não falarei em outra coisa. Meu Deus!, viajar é tão bom né?. Se eu pudesse, viajaria mais e mais, de preferência pelo meu país lindo.

Já comprei a passagem, já tenho a onde ficar, e tenho certeza que será fabuloso.

A última vez que fui ao Rio, em 1999, eu não curti tanto. Eu tinha 15 anos, estava muito acima do peso, e o mar de ressaca. Mas conheci o Cristo e foi uma visita incrível. Mas como era meu retorno de Moscou, tudo o que eu queria mesmo, era encontrar minha família, que eu não via há 4 anos. Mas lembro de tudo, embora saiba, que indo agora, 12 anos depois, poderei conhecer mais lugares e até mesmo, paquerar. Ai, ai..Suspiros e confetes.

Eu sou demais, linda, elegante, e sei que tenho exatamente tudo que mereço....E conseguirei muito mais, com toda honestidade e glamour!.

Chorar por motivos óbvios, sinceros e perfeitos!

Gosto muito de fazer uma faxina no pumão chorando. E quando se está sozinho, é ainda um choro mais porfundo.
Ontem, não segurei as lágrimas com o Profissão Repórter sobre a adoção no Brasil. É de cortar o coração, ver quantas crianças precisam de um lar, com tudo descente e honesto. E ver que tantas pessoas tem condição, mas ignoram os fatos e tentam outras alternativas para ser pai e mãe. Até entendo, adotar, ou decidir por este caminho, não deve ser uma tarefa tão simples.
E agradeço muito por saber, que no meu caso, foi sim algo muito simples. Meus pais decidiram tudo em apenas um dia e resolveram tudo em menos de um mês. E a justiça foi sábia e percebeu, que eu merecia uma chance de ter uma família absolutamente normal. Lá se vão 24 anos de muita felicidade e gratidão. Porque o mais importante de ser um filho adotivo, é manter a mente muito sã e ter a certeza de que foi o melhor caminho.
Sei que muitos adotam e maltratam, mas isso é comum, até mesmo em famílias com filhos biológicos. A maldade acontece independente do filho ser adotivo ou não. Eu particularmente, nunca me senti diferente, ridicularizada ou menosprezada por não ser a filha da barriga, mas sempre me senti a filha do coração mais filha biológica de todas. Minha família, sempre foi para mim a minha real família, nunca houve distinção, o nível de educação foi igual a que meus pais deram aos meus irmãos. Talvez, por ser a caçula, e por terem acontecido melhorias no nível financeiro de meus pais, eu tenha tido melhores oportunidades, como por exemplo ter ido morar na Rússia (talvez, depois da adoção, a melhor coisa que já me aconteceu até hoje).
E conheci vários casais que decidiram adotar, e são felizes. Em Moscou, eu ajudava em um orfanato de crianças massacradas pelo acidente nuclear em Chernobyl. Meninos e meninas, que muito tempo depois, sofriam com as consequências dessa tragédia, na pele, com doenças que ainda surgiam em seus corpinhos. No orfanato, elas podiam respirar um ar mais puro e ter a esperança de uma vida melhor.
Conheci uma, que nasceu sem os dedos da mão e do pé. E um casal italiano, adotou-a desta maneira, com defeitos no corpo, mas com alegria na alma. Ainda me lembro a felicidade daquela criança e daqueles pais.
E foi por isso que chorei tanto ontem. Um filme passou em minha cabeça e vários questionamentos, várias preces de agradecimento. Quando temos uma oportunidade de ser uma ser humano normal, devemos apenas ser gratos e fazer da adoção um ato de amor mais profundo.