quarta-feira, 18 de março de 2015

31 anos - dia 21

Uma das maiores ironias que aconteceram em minha vida nos últimos 31 anos, foi o fato de eu ter há 2 anos, começado a trabalhar como Cerimonialista de Casamentos. Quem me conhece sabe que é para mim um desafio. Um desafio gostoso, digo bem claramente. 
Não só porque me separei. Mas porque, mão de vaca que sou, sempre achei que gastar com festa de casamento é um desperdício. Ideia essa que mudou completamente quando trabalhei em meu primeiro casamento. Não lembro qual foi e nem como foi, por milagre, mas sinto até hoje, que é uma realização, mesmo não sendo uma realização pessoal. 
Para mim não há neste mundo nada mais gratificante do que finalizar um casamento com os noivos te abraçando e agradecendo. Não há nada mais lindo do que as daminhas entrando felizes na Igreja. A alegria dos pais vendo seus filhos casar. A alegria dos convidados, e até mesmo a bebedeira, poque mesmo sabendo que a grande maioria sairá falando mal, a outra parte se diverte e e agradece na pista de dança bombando, ao convite tão especial dos noivos.
Sou contra ostentação, mas sou à favor da celebração. Independente de como ela seja, de qual gênero seja, de dia ou de noite, na igreja ou não. A celebração do amor é o que me inspira diariamente, e quando trabalho em casamento, eu sempre me emociono. 
Tento melhorar a cada evento. E aprendo muito cada vez. É desgastante, é cansativo, estressante, mas o resultado é perfeito. Cada sorriso que vejo e até lágrimas emocionadas me inspiram a ser mais entregue e mais carinhosa com o evento. Porque é um investimento alto, mesmo que seja só um bolo com champanhe. É a realização de um sonho, muitas vezes de infância e eu não desdenho disso jamais. 
O que sempre aconselho quando coordeno um casamento, é que os noivos vivam isso como de fato um momento especial, mas não pirem. Evitem que as brigas aumente, porque não tem jeito, algo nos preparativos vai dar merda. Mas é preciso equilíbrio. Também digo que é preciso realizar o que pode ser pago sem morte. Se os noivos só podem algo simples, façam algo simples. Não ficar pensando nos outros de fato. Há uma preocupação para que os convidados se divirtam, comam bem, bebam e dancem, mas isso não pode ser o foco do casamento. 
A lista de conselhos que eu dou é imensa. Depende do casal. Mas hoje eu me sinto mais preparada para isso. Confesso inclusive que cada dia que passa eu pretendo mais trabalhar para outras empresas que montar a minha de cerimonial. Gosto de não ter que sofrer, porque as vezes nos envolvemos tanto que seguramos muitas ondas para evitar fadiga.
Eu particularmente cada dia que passa quero menos casar. Nem na Igreja, nem em outro lugar. Mas isso é de mim. É da minha personalidade apenas morar juntos. Me arrependi muito de ter me casado no civil com meu ex. Não por ele em si, mas a percepção de que mesmo tendo sido uma noite linda, foi em vão me dá vontade de chorar.
Quero casar de novo? Não, mas também não peguei raiva e se acontecer que eu me casa novamente, farei algo muito legal e diferente e divertido. 
Porque para mim não é o amém do Padre ou outro que vale. O que vale para mim é a celebração do amor de duas pessoas em troca de uma vida à dois muito especial. 
E Deus gosta disso.