Aconteceu um fato que para pessoas comuns seria um desastre completo. Mas pela primeira vez na vida, que eu me lembre, eu encarei o acontecido de uma forma tão leve, que até eu estranhei.
Estava fazendo meu pit stop da tarde, quando meu celular, mais conhecido como tablet/televisão, caiu no chão e quebrou a tela em vários mini pedacinhos. Sério. Dá dó. Ficou horrível.
O que eu fiz? Peguei, olhei se estava funcionando e continuei meu papo normalmente. A colega vira e fala: você não vai ficar estressada com isso? E eu: véi está funcionando. Qualquer coisa compro outro.
E aqui faço um parêntesis: não sou arrogante, metida e muito menos rica. Mas vamos combinar uma coisa? Foi a tela de um celular que quebrou. Não um carro. E eu pensei que se não der para trocar a tela eu compro outro, pois eu trabalho muito, não posso ficar sem celular e poxa, será que diante de tanta luta, não posso me presentear com algo do tipo?
E fiquei extremamente calma mesmo. Pensamento positivo, nenhum palavrão interno, nenhuma lágrima. Não me reconheci.
Bem, eu tenho trabalhado bastante a questão do desapego em minha vida. E o desapego à questões mínimas também faz parte do processo de evolução. E estou levando isso para todas as esferas de minha vida. Ah o cara não me quer? ok. Não fui convidada para tal festa? ok. A pessoa esqueceu meu aniversário? ok. Fulana vai casar e não vai me convidar? ok. Ah você fala com ela no whatsapp e não fala comigo? ok. A coleguinha do trabalho resolve te passar a perna porque quer aparecer para o chefe? ok A noiva está há uma semana descontrolada por conta que vai faltar x coisa no casamento dela, ok... ok para várias questões. Esse desapego sentimental não é sinal de que eu sou uma lesma e qualquer um pode pisar em mim ou que não me importo com as pessoas ao meu redor. Só acho que eu já perdi tempo demais pensando no que o outro está pensando, no que o outro irá pensar, falar, gritar, reclamar. Eu já perdi tempo demais criticando quem erra, ou supostamente erra. Querendo que o outro seja o que eu acho que é o certo. Querendo que o outro faça por mim algo extraordinário. Gente, pelo amor de Deus!! Vamos ser espiritualmente solidários uns com os outros, começando por nós mesmos. O mundo já tem mimimi demais e eu simplesmente cansei de querer que o outro goste, pense, cante, dance conforme eu danço, mas a verdade é que se eu não tenho controle sobre a queda de um celular, terei condições de controlar o coração do outro? Nunca.
E neste pensamento depois que meu lindo celular ficou horroroso, vou me mantendo firme em minhas resoluções para 2016. Sorte que não estou esperando este ano chegar. Já estou começando de agora a ouvir o canto dos pássaros enquanto piso na poça de água da chuva que acabou de cair, sem perder o bom humor.
E que não surtemos sem antes fazer uma oração.
Beijos e beijos!