sexta-feira, 13 de março de 2015

31 anos - dia 16

Sempre fui de pequenos romances fogosos e intensos. Desde que comecei nessa área, acho que nunca fiquei tanto tempo sozinha como estou desde que me separei. A verdade é que perdi um pouco o jeito com a paquera. Antes existiam os bilhetes, os suspiros, os sonhos. Hoje, mesmo eu sendo intensa, acho tudo muito prático demais para o meu gosto. Sou do tipo que gosta dessa de alongar o primeiro encontro, conhecer mais e daí sim partir para a alegria.
Me irrita muito como são feitas as abordagens masculinas. Tentei usar um aplicativo para arranjar macho 3 vezes e me deu preguiça. Não sou hipócrita achando que lá encontrarei o homem da minha vida e sei que 90% da galera do Tinder, por exemplo, quer mesmo é safadeza pura. Conheço história de cara que sai praticamente com uma mulher por dia da semana só conversando neste aplicativo, mas eu ainda acho que não vale muito a pena o que tem lá. 
E daí que desde que separei, a grande maioria dos caras com quem tive algo eram figurinhas repetidas. Casos que eu engavetei para o caso de necessidade máxima. São pessoas especiais claro, também não dá para sair por aí com qualquer um. Mas cansei. Quero algo novo. Quero algo que eu não precise apenas pela necessidade física.
Mas não me vejo casando novamente. E era esse o ponto onde queria chegar. Não me vejo dividindo despesas, problemas e tendo intermináveis discussões de relacionamento. Não perdi a fé no amor em si, mas não quero mais a intimidade diária. Não quero saber de ter que lavar, passar, cozinhar e fazer agenda. Nem quero ter que lembrar o que a pessoa precisa fazer. Meio que fiz isso de forma tão intensa no meu casamento, que sinto que já vivi um casamento como ele deveria ser, ou não, e que isso de fato não é para mim. 
Quero um amor sim, mas em casas separadas, problemas individualizados e sem a pressão social que existe quando duas pessoas resolvem se envolver. Não quero passar Natal e Ano Novo, fazer planos econômicos, nem quero ter que me preocupar se a pessoa comeu e fez suas necessidades. 
Não digo que me tornei uma pessoa amarga e insensível. Acho que tive essa minha fase há alguns anos. Acho que sou realmente hoje, ainda mais prática. Não sou apegada à datas, cheiros. Gosto do momento especial. Gosto do carinho, mas sempre prefiro chegar em casa, colocar meu pijama e ler meu livro com as minhas gatas ao lado. E sinceramente, se eu tiver que fazer isso para sempre, não me entristeço.