segunda-feira, 25 de maio de 2020

A solidão da quarentena

O assunto do momento, em todas as esferas, ainda é a quarentena, o COVID-19 e todas as suas implicações. Eu passo o dia pensando nisso, nas pessoas, e na consequência de tudo isso para todos, sem exceção, ao redor do mundo. 

Pessoalmente eu achei que fossem ser dias piores. No começo eu me senti péssima, mas fui me acalmando, principalmente porque, graças a Deus, não fui afetada diretamente com o ficar em casa. Mas isso não me acalmou total, eu penso muito nos que estão ao meu redor, e que foram afetados profundamente, seja profissionalmente, seja socialmente. Tanta gente que sofre até hoje com redução salarial, que se viu tendo que trabalhar na linha de frente nos hospitais, que teve que virar professor dentro de casa. 

E ontem li sobre uma atriz que celebra estar solteira nesta fase. E me peguei pensando no tanto de gente que assim como ela, como eu, estão passando por essa sozinhas. Sem nem um contatinho, como está na moda dizer. 

Eu super agradeço por nesta pandemia, não ter marido nem filhos. Parece egoísmo, mas eu penso muito em como seria se eu neste momento, além de todas as minhas preocupações, tivesse ainda que lidar com relacionamento e filhos. Mamãe diz que eu me sairia muito bem como mãe, mas eu tenho minhas dúvidas. 

Algo que eu tenho admirado muito são essa mães, que além de toda problemática, se tornaram professoras, psicólogas, faxineiras, empresárias... Meu Deus, mulher é um ser que precisa ser estudado né? Eu particularmente agradeço de fato até ser tudo isso, mas sozinha. 

É fácil? Não. Sou humana e não somente na pandemia, mas antes eu sentia falta de uma companhia. Mas eu estou tão acostumada com o meu mundo em construção, que hoje eu não visualizo uma relação normal. A minha rotina é muito objetiva, muito particular, muito minha mesmo. E agora nessa obrigação do isolamento, tenho vivido até bem, mais tranquila e sem todas essas crises que existem em vários tipos de relacionamentos.

A escolha que eu fiz no dia 21 de abril de 2019 nunca fez tanto sentido para mim. E eu nem imaginava que de repente eu precisaria viver isso na prática de forma tão intensa. 

Me conta aí: como está sendo a sua quarentena sozinha?