quinta-feira, 29 de julho de 2021

Quando eu achei que estava com Covid... de novo

Semana passada compartilhei aqui, para registros futuros, minha vacinação contra o vírus maldito. 

Ainda na sexta, meu corpo esboçou uma reação à vacina. Aliás, passei por um momento sinistro de congelamento do pé. Explico: Eu fui vacinar às 06h da matina e fui de sapatilha (retardada total). O quê aconteceu? Meu pé congelou. E eu sei disso porque 4 anos em Moscou me ensinaram isso. Demorei quase 2 horas em casa para me sentir menos congelada. 

No sábado, marquei uma reunião com nosso casal de dezembro próximo e onde os aguardei ventava muito, muito mesmo. 

No domingo, já acordei ruim, mas não dei bola, achei realmente que era frescura e tomei duas cervejas no almoço. 

Nem tinha chegado segunda e eu já me arrastava. Mas fui trabalhar porque eu preciso trabalhar. Passei o dia inteiro com o corpo mole, com febre, tomei remédio, não passou e aí eu recebo a notícia de que uma pessoa com quem mantive contato real estava com Covid. Imediatamente associei tudo que eu estava sentindo ao vírus. Comuniquei aos meus chefes, que prontamente me enviaram para casa, inclusive, pagando um uber só para eu não ter contato com mais pessoas. 

E estou desde segunda à noite em casa. Com calafrios, tosse, coriza, dor de ouvido, cansaço, muito cansaço. Como eu já tive covid e os sintomas eram os mesmos da primeira vez, me desesperei totalmente. 

Fiz o exame, ontem, quarta-feira, e à noite o resultado negativo, graças a Deus. 

Depois de todo este detalhamento, venho compartilhar com vocês 2 coisas importantes: 1) a gente é realmente substituível 2) eu tenho uma família e amigos especiais. 

Eu estou em remoto, mesmo com tudo mais difícil com o cansaço e a falta de ar, mas percebi que eu acabei desorganizando a vida do gabinete e me senti muito mal. Claro que apesar de ter ficado mais pesado, minhas colegas resolveram tudo, até melhor do que quando estou lá. Mas eu me senti muito mal com o fato de ter ficado doente, mesmo sabendo que isso é algo que não controlamos e ainda mais, por imaginar que eu poderia estar com Covid e ter infectado meio mundo. 

Mas Deus é muito generoso, e me manteve sã, trabalhando, sendo monitorada por minha mãe e meus irmãos. Uma amiga fez umas compras de primeiros socorros e muitas pessoas conversaram comigo para eu não ficar tão doente mentalmente quanto fiquei da outra vez. 

Me sinto um pouco melhor. Até tomei banho (sim, eu não tomei banho durante 3 dias), me julguem. Mas eu não tinha muito o que fazer né? Como poderia deixar alguém me ajudar de fato, se eu achava que estava com covid? 

Passado o susto, agradeço a Deus por tudo. Por não ser covid, por estar viva, por ser só uma gripe mais intensa e por ter me ajudado por meio de anjos, que estiveram presentes tanto para mim quanto para a pessoa que está, ainda, com covid. Aliás, pensar nela neste momento, me faz chorar de preocupação e eu agora só penso positivo para que ela fique bem logo, logo. 

Amanhã volto ao trabalho. Sem voz e com um curso às 08h da matina. 

A vida segue girando. A gente só precisa seguir girando também. 

Paz! 

Axé! 

sexta-feira, 23 de julho de 2021

A 1ª dose

Desde março de 2020 estamos vivendo o maior desafio de nossas vidas: não morrer de Covid.

Eu tive, em agosto, há quase um ano, logo depois do dia dos pais, e vivi o medo de morrer real, durante 7 dias. Durante 3, sem ar, imaginava maneiras de que as pessoas soubessem do meu desespero, sem alarmar. Mas foram dias em que eu pensei que morreria, e por isso, deixava a porta destrancada, para o caso de precisarem entrar e cuidarem das gatas.

Não morri, provavelmente até tive novamente, ou se não tive, amém, claro e desde então sonho com a vacina. 

Cada pessoa vacinada, uma emoção. Quando cada irmão meu vacinou e meus pais vacinaram, eu consegui sentir um pouco mais de alívio. 

Até que hoje, 23 de julho de 2021, chegou minha vez e eu estou emocionada. Porque cada um de nós espera por isso e quando dá certo é um misto de sentimentos. O maior, a gratidão pelas pessoas esforçadas, dedicadas e inteligentes que criaram as vacinas. Gratidão por tantas pessoas da área da saúde que viveram o verdadeiro inferno (e ainda vivem), enquanto o vírus não é dizimado. Gratidão pelo SUS que tornou a vacinação possível, juntamente com quem, dentro da gestão da saúde, ainda que de forma um tanto quanto nebulosa, tornou isso real para todos. 

Agradeço a Deus pela corrente mundial para que o covid acabe. Pessoas que inventaram os protocolos, costuraram máscaras,  álcool em gel, e para os governantes que puderam ajudar sua população enquanto o lockdown existiu. 

Ainda temos um processo muito intenso, porque ainda estamos em pandemia. Mesmo vacinados, precisamos seguir nos cuidando. Não é ruim mais, a gente já acostumou, sabe como funciona e é só cada um fazer a sua parte que sairemos juntos dessa e nos recuperaremos de toda dor. Sentiremos saudades eternas de quem infelizmente não sobreviveu para tomar a vacina. 

Nós que aqui ficamos, honraremos cada um. 

Viva o SUS! 

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Fim do trabalho remoto.

Desde março de 2020 que estamos em revezamento e realizando trabalho remoto. 

Passamos por diversas fases. Ora eram 3 na sala e uma em remoto. Ora eram pares em remoto por 2 dias. Já tivemos a fase de todos em remoto, por conta de casos de Covid no Gabinete. Eu tive covid, inclusive neste período, permanecendo 14 dias quase que trancafiada em casa: saí para fazer o exame. 

Neste período tivemos 3 chefes, onde o atual está desde junho passado. Muitas pessoas morreram, outras nem retornarão por estarem aposentadas ou por terem mudado de vida e ainda, as que voltarão após a licença maternidade. Aliás, oh fase para o povo fazer menino né? 

E aqui estamos. Encerrando um ciclo tenebroso. Um período que também teve fases estranhas. Começamos sem entender o que era e com isso veio o medo. Quando começou o trabalho remoto, veio o medo da demissão e da percepção de que o trabalho de Secretariado não seria necessário. Mas ele foi sim, e foi deveras necessário. 

Junto com este retorno vem, possivelmente, mais uma mudança de empresa e quem é terceirizado sabe como isso é mais um ciclo de medo, insegurança e dúvidas. 

Mais de um ano depois do começo desta revolução social e do cosmos, eu definitivamente não sou a mesma. Infelizmente, me tornei muito mais ansiosa, descrente, solitária e forte. Enquanto remotava (inventei isso agora), me percebi muito inteligente para várias coisas e muito burra para uma grande parte de atividades que eu encarava como elementares. Mas me permiti mudar algumas questões, silenciar outras e entender que como profissional de Secretariado, estou no começo de carreira.

Atravessei estes vales escuros, com o apoio fundamental de muitas pessoas. Principalmente minhas colegas-amigas de trabalho que me ajudaram a entender o sistema, elaborar documentos, me deram carona, amor e comida. 

Sem elas, teria sido muito mais difícil. Sei que em alguns pontos elas queriam me matar, por sorte eu estava longe delas nestes momentos. Mas graças a Deus, mesmo quando eu cometia algum erro sinistro de bobo, aparentemente, on-line, elas me deram coragem para seguir acreditando minimamente em mim.

A Deus, peço sabedoria para esta nova etapa, onde a empresa mudará, eu seguirei no mesmo lugar e me transformarei cada dia mais em alguém melhor. Agradeço ao meu chefe, sempre incentivador. Aos meus chefes e coordenadores, que nos deram o suporte necessário para sobreviver enquanto o covid matava sem piedade. As minhas colegas- amiga: o agradecimento profundo e especial por terem me suportado, me guiado, me ajudado e me tornado ainda mais humilde no reconhecimento de minhas fraquezas e no que eu preciso mudar para termos, daqui para frente e sempre, uma convivência real, harmoniosa, respeitosa e de sucesso absoluto.

E que o covid acabe, passe, suma de nossas vida. Vacina sim. E tempos melhores para que consigamos nos recuperar, nos reerguer e tornarmos o que nos rodeia ambientes melhores com pessoas melhores de corpo, alma e coração.