quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Mudanças necessárias, não assustadoras.

 Academia CBN - Mario Sergio Cortella

Nossa identidade pode ser mutante

Mário Sergio Cortella fala sobre percepção alterada. Ele destaca que a nossa vida passa e nós também. Mantemos apenas o que chamamos de identidade. Marquês de Maricá uma vez escreveu: "Temos o mesmo nome nas diversas idades da vida. E, contudo, somos bem diferentes de nós mesmos em todas elas". Ou seja, nossa identidade também sofre alteração.

Lembro que no Natal de 2003 comentei que em 2004 eu seria uma pessoa diferente. E hoje, tantos anos depois, percebo o quanto eu realmente sou diferente daquela época. 

Neste ano que estamos vivendo, cada um ao seu modo, no modo sobreviver, fico pensando no quanto mudaremos e não seremos os mesmos no próximo ano. 

E aprendi ao longo desse meu tempo neste mundo, que é normal isso, de não sermos os mesmos o tempo inteiro. E que está tudo bem mudar de gosto, de estilo, de religião e partido político. Só não é aceitável virar bandido e assassino, todo o resto, devemos estar abertos às mudanças que com o tempo não são apenas físicas. 

Algumas coisas não mudam e existem várias pessoas que tendem a ser as mesmas ao longo da vida e nem por isso estão erradas. O que precisamos manter igual que ontem é o respeito pelo próximo e o auto amor. 

Quando acordo já não sou a mesma Karla de ontem, e nos últimos anos, depois de tantas relações amorosas ruins, me transformei realmente em uma pessoa muito diferente de 10 anos atrás, por exemplo, que não sofria por amor, que terminava um relacionamento super de boas e não escutava desaforo sem resolver. A Karla de hoje, é mais reclusa, mais quieta, acredito, mais sábia e generosa. Sou muito menos egoísta do que era quando adolescente e me permito assumir algumas coisas com mais verdade do que quando eu era casada. 

O melhor de tudo é estar sempre preparado para as mudanças constantes e reais em nossas vidas. Tenho para mim que a pessoa dançarina, festeira e carente de afeto amoroso ficou para trás no dia que começou a pandemia. 

E você: está reparando quais mudanças em você mesmo ao longo destes tempos? 

Eu não tenho COVID

Este texto é para agradecer a Deus por não me permitir atravessar uma treva. Apesar de ainda me sentir um pouco gripada, e não como uma gripe normal, e minha médica afirmar que eu tenho COVID, apesar do exame ter dado negativo, este momento é de agradecimento profundo.

Sei que muita gente rezou por mim, me enviou pensamentos positivos e cuidou de mim. E isso para mim sempre será especial e motivo de muita gratidão. Nunca irei esquecer. 

Mas teve gente que achou que eu estava maluca, que só poderia ser coisa da minha cabeça e que provavelmente, eu estava inventando. 

E eu me abalei profundamente com isso, chorei bastante. E acabou que fui duramente criticada por não estar demonstrando felicidade por não estar doente. Meu Senhorrrrrrrrrrr! Sério? Como não ficar feliz? Caracas, eu pareço maluca e debiloide, mas não sou uma pessoa ruim. 

Então, que este texto é para meu futuro. Quando eu resolver destrinchar meu passado, quero lembrar deste momento que foi e ainda está sendo tão pesado, com gratidão sincera.

Mamãe diz que tudo de ruim quando vem é para melhorar. 

Além de pedir a Deus por mim, peço por você, pela sua família e pessoas próximas, para que elas sequer tenham um espirro, que no meio de uma pandemia é quase uma sensação de morte.