Prestes a completar meus tão sonhados 40 anos, os dias são de reflexão.
Claro que isso é algo que farei por pelo menos 40 anos mais, mas neste momento, em que vivi uma boa parte da vida que Deus tem para mim, eu aprendi que:
- Eu sou legal, mas é muito difícil conviver comigo.
- Eu sou muito legal, mas feia.
- Eu sou muito melhor como amiga do que como namorada, esposa e afins.
- Eu sou preguiçosa, mas tenho muita força de vontade.
- Eu não gosto de estudar, eu gosto de trabalhar.
- Eu não teria sido uma boa jornalista.
- Eu seria uma mãe horrível.
- Eu sou insistente.
- Eu sou muito bocuda.
- Eu estou aprendendo a deixar de ser bocuda.
- Eu não gosto quando percebem a minha intensidade.
- Eu tenho um puta medo de morrer.
- Eu ter "saído do armário" mudou nada em minha vida, mas foi o certo.
E a maior conclusão que eu vivencio é que eu não sou metade do que eu queria ter sido. Que eu tenho o que Deus acha que é o melhor para mim, mas não é de longe o que eu planejei. Me arrependo de tantas, mas tantas coisas. Eu vivo de um passado que me martiriza, embora já tenha deixado boa parte das dores para trás. A pandemia me curou de muita coisa, porque foi o período em que fui à psicóloga.
O plano agora é seguir. Olhar menos para o passado. Ou tê-lo como ferramenta de melhoria. Ser melhor como filha, principalmente. Deixar de ser uma profissional medíocre. Me achar menos especial, alecrim dourado.
Sair dessa minha bolha de que o mundo é injusto. Não sou especial, não tenho habilidades sobrenaturais ou uma missão de mudar o mundo.
Só preciso aprender a ser uma mulher adulta de 40 anos.
Ter fé. Trabalhar muito e ser grata por tudo e por tanto que eu recebi, as vezes sem merecer.
Que venham mais anos. Apesar do medo de morrer, acho que mais 40 é muito.
Seja o que Deus quiser.