segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Mais uma linda

Livros e flores

Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

Meu ídolo - Machado de Assis

A uma senhora que me pediu versos



Pensa em ti mesma, acharás
Melhor poesia,Viveza, graça, alegria,
Doçura e paz.

Se já dei flores um dia,
Quando rapaz,
As que ora dou têm assaz
Melancolia.

Uma só das horas tuas
Valem um mês
Das almas já ressequidas.

Os sóis e as luas
Creio bem que Deus os fez
Para outras vidas.

Sem hipocrisia: é impossível separar o pessoal do profissional

Mas temos que fazer o que estiver ao nosso alcance para aceitar diferentes opiniões e personalidade no trabalho


26 setembro 2008

SÃO PAULO - "É uma grande balela o que se aprende nas escolas de administração, que o indivíduo pode e deve separar o pessoal do profissional. Não dá para ter problemas sérios no trabalho e chegar em casa sorrindo, como se nada tivesse acontecido. Está tudo registrado no nosso inconsciente", garante o coach e autor do livro "Executivo, o super-homem solitário", Emerson Ciociorowski.
"Quantas vezes não acontece de estarmos em uma importante reunião de negócios, na qual se discute um tema complexo, e temos flashes de problemas que vivenciamos na família?", indaga.
Assim, não existe um botão que apertamos ao chegar na empresa, que nos faz esquecer de nossos problemas financeiros, de saúde, de relacionamento, entre tantos outros. "As empresas não podem exigir isso do funcionário. Pelo contrário, acho até que elas devem, com certo limite, ajudar. Se o funcionário está com uma grande dívida, por exemplo, pode valer muito a pena contratar um coach financeiro para ele", explica.
Armadilhas
O empresário, palestrante e consultor organizacional Milton Nonaka concorda. "O ser humano é um só", diz ele. Por isso mesmo, caímos em armadilhas e causamos situações difíceis de resolver, principalmente nas relações interpessoais. É extremamente difícil, mas temos que tentar separar o pessoal do profissional no trato com o próximo.
Na opinião de Nonaka, a melhor forma de fazer isso é observando o que é possível aprender com aquela determinada situação, o que significa dizer que é necessário ver seu lado positivo. "Mesmo que não goste de uma pessoa, você tem que suportá-la, aprender a lidar com ela. Isso é ser profissional. Nada é por acaso. Logo, se seu chefe ou seu colega te incomoda, é porque você tem o que aprender com ele. É fácil nos relacionarmos com quem nos damos bem. É nas relações difíceis, entretanto, que damos um grande salto no aprendizado, o que pode fazer diferença lá na frente, quando chegar a hora de ocupar uma posição de liderança".
Segundo ele, é essencial para a carreira adquirir tolerância para aceitar diferentes opiniões, personalidades, estilos, religiões, culturas. "Somente com essa tolerância conseguimos administrar centenas de pessoas, entre subordinados, clientes, colegas, chefes, fornecedores, parceiros e acionistas. O profissional com essa visão tende a crescer nas empresas, pois o mercado carece de pessoas que sabem acolher as diferenças".
Nonaka enfatiza que é possível ter amigos verdadeiros no trabalho. Mesmo que haja competitividade, o que é normal, o profissional com a meta da tolerância não encara seus colegas como inimigos, mas como pessoas com as quais tem muito a aprender. "Nesse caso, a competição pode ser positiva para todos, que podem crescer profissionalmente".
Agora, se a relação é extremamente desgastante, estude outras possibilidades. "Caso seu chefe ou colega não seja digno de sua confiança e não te respeite, vá em busca de outros caminhos. Tente mudar de departamento ou de emprego. Neste último caso, ao procurar por um novo posto de trabalho, dê preferência às empresas cujos valores estão alinhados aos seus. Os valores norteiam os procedimentos e a filosofia de trabalho da empresa. Se eles não tiverem a ver com você, as chances de um novo conflito interno são grandes", explica Ciociorowski.

Um amor tímido

Depois de meses trocando e-mails resolveram que aquele dia seria especial para o primeiro encontro.
Ela acordou cedo, perfumou-se, escolheu a melhor roupa. Mulher tem esse mistério e acha que a roupa esconderá. A escolha foi leve: uma calça jeans e uma blusa branca. O perfume foi leve e a maquiagem também. Nada de salto, para não dar vexame.
Ele despreocupado, colcou uma camiseta básica, uma calça jeans, fez a barba e usou um perfume . Ah não, ele não usava perfume, por acreditar que era naturalmente perfumado. Mas pela primeira vez em sua vida suas mãos suavam. E ele passou a manhã interia conversando sobre o seu nervosismo com um amigo na net, enquanto estourava plásticos bolhas e bebericava água a cada cinco minutos, pois sua boca secava instantâneamente.
Era dia de votação.
Ela teria que pegar metrô e depois ônibus. Para ele era como se ela fosse fazer uma viagem de séculos e que talvez nem chegasse ao destino.
Mas ela chegou. O encontro parecia normal. Ambos refletiram que deveria parecer normal.
Durante o almoço ela mal comeu, ele idem. Se oferece para deixá-la em casa, ela reluta, quer parecer independente. Ele insiste. Ela aceita.
Pode me deixar aqui. Ele pára, um sol de rachar, o carro mais quente que o habitual.
E finalmente o beija. Um beijo doce, envolvente e tímido, mas verdadeiro. Nada de mãos percorrendo o corpo. O sentimento é de respeito mútuo. Ele dizia que ela era uma porcelana, que ele cuidaria. E cuidou.
Depois desse encontro, outros, com o mesmo respeito, com o mesmo beijo tímido mas cada dia mais apaixonado.
Recebi de um anônimo ou de uma anônima:

NOITE DOS MASCARADOS (CHICO BUARQUE)

"Quem é você? Advinhe se gosta de mim
Hoje os dois mascarados procuram
Os seus namorados, perguntando assim, dizendo...
Quem é você - diga logoQue eu quero saber do seu jogo
Que eu quero morrer no seu bloco
Que eu quero me arder no seu fogo.
(...)
Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr
Deixa o dia raiar, que hoje eu sou da maneira que você quiser
O que você pedir eu te dou, seja vc quem for, seja o que Deus quiser!"

O beijo do máscarado

Enquanto permanecia imóvel, observava as diversas caras que rodopiavam na pista do baile de máscaras.
No canto esquerdo do salão algo chamou sua atenção.
A fumaça do charuto supostamente cubano a embriagou de longe. Por detrás da máscara haveria de existir uma alma esnobe e insessante de amor.
Ela não errara. O beijo ainda com a máscara, na mesa de sinuca, da sala de jogos a fez tremer e suspirar.
O gosto de conhaque, a lavanda francesa, o suor que insistia em cair sob o olhar e por debaixo da máscara preta com detalhes dourados.
O corpo forte e mãos macias. Uma teoria que ela precisaria desvendar. Que ela insistia em segurar ali naquele exato momento.
O tempo parecia conspirar. Ninguém aparecia e o beijo prolongado revelou que aquele máscarado, com olhos verdes e barba rala era seu chefe.

Dormir sem culpa!

Coloquei a cabeça no travesseiro e me entreguei ao sono dominical sem culpa.
Não me preocupei com limpeza, organização, livros, e-mails, celular.
Me desliguei do mundo à minha volta e somente me concentrei em não dormir apenas em uma posição.
Virei de um lado ao outro da cama com gratidão pela oportunidade de simplesmente pensar em nada.
E pensar em nada e não sentir culpa por isso depois.
Em outros tempos eu ficaria em uma eterna agonia, era um tal de arrumar a casa, manter tudo organizado, limpar aqui, lavar ali. E estudar, e estar informada e dar atenção e responder a perguntas.
Raramente me perguntava se eu estava bem. E raramente eu simplesmente curtia uma preguiça.
Sei que o futuro profissional pede que eu passe horas estudando, lendo, escrevendo, e estudando de novo.
Mas me dou o direito de ter preguiça, e aproveito os momentos solitários para criar as minhas opiniões e crescer interiormente.
Viver sem uma certa culpa em algum detalhe da vida, é um prazer enorme!