Esta semana faleceu um amigo do meu pai. Não só mais um amigo que se foi, mas um amigo que em meus últimos meses em Moscou foi uma companhia constante e gostosa de meus pais.
Foi uma semana muito pesada né? O mundo segue ruim, a vida anda uma droga. Marielle assassinada. Anderson assassinado. Maria também. E a Joana que espera há dias um atendimento médico. E o João que foi estuprado pelo padrasto. A Alice que levou um murro do namorado. E a outra moça ali da esquina que não chegou ao seu destino porque algum imundo resolveu que era hora de matar. E o Seu Zé que teve seu estabelecimento assaltado só este mês duas vezes. E o Marcos que procura um emprego, mas sabe como é, não tem como, tem que ter experiência.
Vou fazer aniversário em 10 dias. Hoje se me perguntar meus motivos para comemorar eu diria que apenas o fato de estar viva. Está absolutamente impossível de se ter esperança em um mundo melhor. Simplesmente não dá. Sobrevivemos e isso me incomoda. Vivemos em nossas próprias bolhas. Somos destroçados por palavras, atos e omissões. Parecemos zumbies coloridos, consumindo e jogando fora. Jogando fora o amor, o respeito e perdendo a cada minuto um pouco da dignidade que nos é de direito, na lei humana e na lei divina.
Hoje vivi mais um dia normal, porque é preciso seguir nossas rotinas. As contas não esperam comoção. E é preciso ser firme. Eu fraquejo as vezes, sou egoísta, reconheço. Olho apenas para meu umbigo porque eu tenho uma esperança sincera de que se eu resolver minhas crises poderei ter forças par ajudar ao próximo.
E é isso que desejo à você querido leitor: controle seus nervos e não desista de si e do outro. É preciso estar atento e forte. Antes que você apenas seja parte de alguma estatística medíocre.