O tempo não colabora. Me estresso, fico furiosa.
A chuva insistente. Meias e sapatos molhados. O vestido despedaçado.
O guarda-chuva quebra, você não aparece.
O copo de whisky vazio, o cheiro da noite passada, cigarros.
A televisão permanece ligada. A cozinha com seus restos de comida.
Até quando a bagunça interna reinará em nossas almas?
Estarei disposta a cumprir minha parte no acordo?
O dinheiro, a recompensa. Não venho pedir esmola.
Desapareço.
Não me procure em corpos disfarçados em maquigens de miss.
Não estarei dançando na pista de sua boate preferida. E nunca me verás em olhos coloridos pela ressaca de madrugadas infinitas.
Você perdeu a oportunidade. Contenha-se. Contente-se com desabores de amores mal feitos. Pinte a sua vida com as cores desejadas. Mas não guarde o meu quadro preferido em sua casa.
Doe-o, faça caridade as custas do seu próprio veneno, escondido nas entrelinhas das histórias em quadrinho, projetadas no cinema mudo de sua alma. O mundo que contemplas, não divida com ninguém. Crie suas novelas pitorescas, mas jamais me coloque como seu personagem principal.
Chega de monológos.
O teatro abre as suas cortinas. Seja seu espetáculo.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
8 meses.
Quase uma gestação.
Você se foi. Sem deixar beijo, obrigado.
Da noite para o dia, a cama vazia e o coração arrebentado.
Sua mão, seu cheiro, o lençol desarrumado.
O conforto de seus braços. Sinto tanta falta.
Para mim, o tempo párou naquela tarde de segunda-feira. Ao ler as linhas da despedida, me desesperei.
Ainda leio cada trecho. Ainda sinto sua presença em minha pele, descamada, seca, sem vida.
Assim me sinto há exatos 8 meses, sem vida, sem esperança de amores brutos e sinceros.
Me desespero em cada segundo. A idade que avança, as rugas aparecem lentamente. Esqueço coisas elementares. Mas não esqueço você e seu sorriso, e sua voz.
E quando penso que de de ti me libertei, fotos e fatos ressurgem na escuridão de meu quarto, de meu travesseiro, de minha alma na lama nua. De ti me lembro diariamente, por ti me apaixono eternamente.
Nem sei se é exatamente amor. Talvez não aceitei o fim. Ou finjo que aceitei para acreditar que almas são piedosas.
Mentira. Não aceito o fim.
Quase uma gestação.
Você se foi. Sem deixar beijo, obrigado.
Da noite para o dia, a cama vazia e o coração arrebentado.
Sua mão, seu cheiro, o lençol desarrumado.
O conforto de seus braços. Sinto tanta falta.
Para mim, o tempo párou naquela tarde de segunda-feira. Ao ler as linhas da despedida, me desesperei.
Ainda leio cada trecho. Ainda sinto sua presença em minha pele, descamada, seca, sem vida.
Assim me sinto há exatos 8 meses, sem vida, sem esperança de amores brutos e sinceros.
Me desespero em cada segundo. A idade que avança, as rugas aparecem lentamente. Esqueço coisas elementares. Mas não esqueço você e seu sorriso, e sua voz.
E quando penso que de de ti me libertei, fotos e fatos ressurgem na escuridão de meu quarto, de meu travesseiro, de minha alma na lama nua. De ti me lembro diariamente, por ti me apaixono eternamente.
Nem sei se é exatamente amor. Talvez não aceitei o fim. Ou finjo que aceitei para acreditar que almas são piedosas.
Mentira. Não aceito o fim.
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