sábado, 14 de março de 2015

31 anos - dia 17

Ontem falei sobre o não querer me casar mais, o que não me tira a vontade de ter uma pessoa comigo. O que eu não quero é o casamento em si. Não esse que vemos no dia a dia, cheio de amarras e Drs chatas para caramba. Daí sempre rola um pensamento do tipo: qual o meu tipo de homem?
Ao longo da minha vida amorosa eu já namorei todo o tipo de homem possível. Gosto, magro, bonito, feio, com deficiência física, branco, negro, rico e pobre. Já namorei skatista, roqueiro, cawboy, maloqueiro. Nunca fiquei idealizando muito o meu par ideal, porque não existe e pronto. Também não acredito no encontro de almas, amor à primeira vista ou que os opostos se atraem. O que sugere realmente que eu não acredito no relacionamento.
Mas a verdade nem é essa. Eu acredito sim que duas pessoas, parecidas ou não, possam ficar juntas para sempre. E é justamente nisso que eu acredito. Mas para mim a prioridade mesmo é a tal da química. 
E essa questão é bem pele mesmo. Não ligo se o cara gosta de Ivete que nem eu ou não, se ele curte macarrão com molho branco ou não. Ele não precisa gostar do que eu gosto, porque eu não preciso gostar do que ele gosta. Mas essa coisa de pele tem que ser muito intensa. Eu tenho que olhar para a pessoa e querer devorá-la, no sentindo mais sexual que a palavra destaca. Quero pensar nela e me arrepiar, mas não preciso sentir borboletas na barriga. Preciso pensar que essa pessoa me faz bem, mas ela não precisa me dar o mundo não. 
Claro que coloco a hipocrisia de lado e digo que sim, tenho lá um pensamento do que seria o cara ideal para mim. Afinal, fui adolescente e fiquei muitas vezes fazendo brincadeiras que sugeriam com quantos anos eu me casaria, quantos filhos teria e se ele seria branco, pardo, negro, rico ou pobre. E sempre que penso nisso, eu penso que além da química que já citei, eu gostaria que o meu cara ideal curtisse dançar um forró, tomar uma cervejinha, um vinho no domingo à noite vendo um filme bacana. Que vez ou outra gostasse de viajar, de comer comida italiana e pipoca. Gostaria que ele já tivesse uma situação financeira mais calma, porque eu ralo tanto que eu queria poder ter algum tipo de conforto, sem que essa pessoa me sustente. Gosto de homem moreno claro, cabelos pretos. Que goste de se arrumar, andar cheiroso. Que não tenha filhos e que goste de ler, não me importa o gênero.  E principalmente, que não me critique pela minha paixão pela Ivete, tatuagens e gatos. E que ache interessante a minha história de vida, bem como me escute quando eu achar que sou muito feia e gorda. 
E assim eu vou vivendo. Muito criticada pela minha mudança de namorado na mesma velocidade em que troco de roupa, mas ao mesmo tempo desfrutando de momentos únicos e especiais. Se até os meus 60 anos eu não encontrar o cara ideal, tem problema não, terei me divertido horrores!