Eu esperaria até quinta, que é dia de falar sobre relacionamentos e afins. Só que eu não aguanterei não (#ansiosaplus) e decidi falar sobre um tema para mim interessante: Ser dona de casa.
Tudo começou quando eu li uma postagem no blog Say I Do. Este blog é sobre casamento, mas também está se voltando para a vida no dia a dia. Eu sou casada e continuo lendo sobre casamentos e claro amo blogs de decoração, culinária, organização, trabalhos manuais e etç. O que aconteceu é que outra blogueira maravilhosa do Lala Rudge e Maria Rudge, comentou sobre como é importante que um blog de casamento acabe falando sobre a vida pós-casamento, principalmente se a blogueira é recém casada. Tá, mas aí, uma pessoa postou um comentário totalmente ofensivo, falando que não tem nada a ver essa pregação de Amélia na vida moderna, que esse lance de ser dona de casa tem nada a ver, que a mulher hoje é financeiramente independente e que não precisa desse mundo de dona de casa.
Eu me ofendi muito. Me ofendi pois eu sou uma mulher independente, trabalho, pago contas, divido a conta do restaurante e assim por diante. Acordo cedo, arrumo casa, saio com o marido, cuido da minha família, faço dança do ventre e milhões de outras atividades. Eu leio, eu faço trabalhos manuais, eu vou ao shopping olhar vitrines (só olhar!) e tomo café com as amigas da faculdade e uffa, cansei.
E no meio de tudo isso eu tenho que cuidar da minha casa, quando posso faço comida, eu mudo os móveis de lugar, eu troco a roupa de cama, eu lavo a louça, passo pano no chão, mudo a decoração.
Sou Amélia?. Sou. Não tem jeito. Não tenho grana para empregada, não gosto nem de imaginar minha casa sendo cuidada por outra pessoa. E eu amo ser Amélia. Amo ser a dona da minha casa, amo limpá-la, olhar o fim do trabalho com àquela sensação gostosa de limpeza, de purificação.
Me sinto mal com isso?. Nunca. Eu adoro essa confusão de personagens: ora Secretária, ora Professora, ora Dançarina de dança do Ventre, ora esposa, ora filha, nora, tia, amiga, ora amante do meu marido. É a escolha que eu fiz. Se eu trocaria tudo isso para ficar em casa?. Trocaria sim. Se eu tivesse condições, eu simplesmente ficaria em casa, aprendendo a bordar, a costurar, a fazer comida gostosa para meu marido e às pessoas que vierem nos visitar, eu faria tricot, eu faria curso de manicure. E amaria se eu pudesse ao ser mãe, ficar em casa lambendo a prole. Educando, levando à escola, aos passeios, ao médico. Sim, eu largaria tudo para criar meu filho com as minhas própria mãos. Mas se não é possível, ok, arregaço as mangas e vou levando a vida como posso.
O mais importante não é ser o ser feminista, o lance de que se contruímos uma independência, não podemos pegar a vassoura e esfregar um chão. Isso para mim não é ser menos que qualquer outro. Ser dona de casa é uma tarefa que traz prazer e recompensação. Não deixa de ser uma profissão é claro, mas é uma profissão mais leve. Quem opta por ser apenas dona de casa, merece todo o respeito. Pois ela ainda é mulher, ela tem sentimentos e merece todo apoio.
E se você não curte, acha que é algo cafona, fica na sua. Gaste seu dinheiro com empregadas, babás e viva a sua vida como achar melhor, se isso for realmente o melhor. Mas não critique quem faz a escolha que lhe agrade o coração.
Isso vale para homens. Sempre há um tipo de família em que a mulher trabalha e sustenta a casa e o homem cuida de tudo. Ele não é homem por causa disso?. Muito pelo contrário, é um homem digno e que merece também todo nosso respeito. Não é ser gigôlo, é ser àquele que cuida de sua casa e de seus filhos para a felicidade do relacionamento e muitas vezes, para a sua própria felicidade.
Escrevo isos por indignação. Achei de tremendo mau gosto o comentário desvalorizando o ser dona de casa. E também porque neste exato momento eu estou em meu melhor momento, que é limpando a casa, pois meu novo armário de cozinha chegou. E eu estou fazendo tudo numa alegria tão grande.
Se você é dona de casa e é feliz, meus parabéns. Seja feliz assim e em todas as escolhas de seu coração.
Um ótimo dia!