Desde que retornei ao Brasil, em 1999, quando ia comer no Xique-Xique na 108 Sul, eu olhava a escola de balé que ficava do outro lado da rua. Lembro que cheguei a ver gente entrando e saindo. E ficava fascinada. Não fazia ideia da história linda que estava dentro daquele espaço.
Quando começamos a pensar na Edição Especial pelos 60 anos de Brasília, aliás, logo que me chamaram para colaborar com o Jornal, imediatamente pensei na Norma Lillia. Eu não sabia ainda que a escola havia encerrado suas atividades. Mas meu interesse era na pessoa, Norma Lillia e conversar com ela foi muito mais fácil do que esperei.
Primeiro tentei contato através de uma professora de dança. Mas percebi que precisava ser mais cara de pau e mandei mensagem no facebook. Norma respondeu prontamente, trocamos contato no whats e em uma semana a matéria estava pronta. Mandei as perguntas, ela me mandou 10 áudios, eu transcrevi em 2 dias e voalá!
Escutar Norma e colocar ali sua história foi um divisor de águas em minha vida. Ela me inspira principalmente por ter conhecido e vivenciado o Teatro Bolshoi, o que para mim torna qualquer pessoa especial. Mas foi além. A história de vida dela, a superação de uma bariátrica mal sucedida e tudo que ela pensa sobre arte, dança e sociedade é incrível. Seu relato sobre sua infância, adolescência e vida adulta transformaram minha forma de enxergar a vida.
Espero que essa pandemia passe logo. Uma de minhas primeiras ações será tentar conhecê-la pessoalmente e agradecer pela colaboração ao Jornal Capital em Foco e à minha vida. Agradecer por ela ter persistido e por ela ter atravessado cada redomoinho para nos mostrar o balé, a arte e uma vida com proposito.