quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Há 25 anos

 



Quem convive comigo sabe que eu sou a garota das datas. Mas vou além, eu costumo lembrar de cheiros, sons e gostos de momentos que aconteceram há anos. Tanto é que me lembro em vários detalhes do dia em que fui adotada. 

Hoje é um dos dias que mais marcaram minha vida: 29 de outubro de 1995, embarcava: eu, mamãe e papai. Partíamos para nossa longa jornada em uma cidade que eu pessoalmente nunca nem tinha ouvido falar. 

Era um domingo. No sábado ganhamos uma festa de despedida. Chegamos em casa às 07h. 12 horas depois saíamos de casa para o aeroporto.

Lembro efetivamente de cada sensação deste dia. Dia que se arrastou, que era de uma nostalgia, de uma tristeza infinita. A gente sabia que tinha prazo, mas o prazo era longo demais, 4 anos. 

Mas a lembrança mais impactante é a da minha sobrinha gritando: "volta Mainha" - Mainha é como ela chama a minha mãe, avó dela. 

A segunda cena impactante foi a chegada em Moscou. Era noite e já fazia frio, mas sem neve. E a sensação era de que eu iria morrer congelada, até porque não estávamos com casacos adequados. 

Mas me dei conta de que não seria de tudo ruim, porque no trajeto até o nosso futuro apartamento consegui avistar 2 Mac´Donalds. O que me contaram de lá parecia não ser tão verdade, afinal me assustaram dizendo que por lá se comia crianças no jantar (risos). 

E assim começamos a nossa jornada de desafios. Foram sim os 4 melhores anos de minha vida, mas também foram de muita dor, lágrimas e saudade. Tudo que aprendi sobre disciplina, pontualidade e respeito ao próximo, aprendi com essa gente fria, mas de um coração imenso. 

A saudade que sinto me consome todos os dias. Falo de Moscou com muito amor, é profundo, é sincero, é maravilhoso. 

Agradeço aos meus pais por me proporcionarem isso, por me ajudarem na caminhada e por terem tido muita paciência comigo enquanto estávamos lá, pois eu era um pré-adolescente bizarra e já com uma depressão sem fim. 

Mas deu tudo certo. 25 anos depois, revivo este dia, grata, feliz e pronta para retornar, em férias, para minha amada Moscou! 



quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O que as pessoas não notam em você mas que você gostaria que notassem?

 Achei por aí essa pergunta e obviamente vim aqui em meu cantinho fazer uma reflexão pessoal sobre o tema.

Até porque tudo se encaixa de alguma forma e nos leva para dentro de nós, ainda mais nesta bendita pandemia. 

E olhando para trás e revendo algumas situações, acho mesmo que gostaria que notassem que eu sou uma pessoa com uma profunda vontade de acertar, mas que sou humana e que muito provavelmente vou errar mais do que o necessário para ser digna de confiança.

Me sinto, em determinados pontos de minha vida um tanto quanto retardada. Sinto que para muitas pessoas é muito mais fácil me rejeitarem, serem até um tanto quanto sutis na humilhação, do que tentarem entender. E isso me leva a não refletir sobre o outro, embora nestes últimos meses tenho me colocado demais no lugar do outro. 

Tem muita gente que se acha melhor do que eu, e talvez até seja, mas gostaria que notassem que eu não me acho melhor do que ninguém, pelo contrário, inclusive.  Assim como uma grande parte dos seres que andam e pensam, eu estou na eterna luta do chuta o balde e some ou chuta o balde, busca e engole o choro. 

Tenho notado algumas coisas importantes nos outros, mas pasmem, estou muito mais calada do que poderia ser e isso me anima a me preparar para um 2021 muda e neste sentido meu maior sonho é que um dia digam o quanto é bom conviver com uma mulher equilibrada como eu. 

E você: O que as pessoas não notam em você mas que você gostaria que notassem?


sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Que história é essa, Porchat?

Estou viciada neste programa. E se você gosta de algo leve e que te faça dar boas risadas, nada melhor do que ouvir a história dos outros. 

Tenho muitas histórias ao longo de minha vida. Mas gosto muito mais de ouvir a dos outros, e disso escrever, criar, montar minha própria narrativa, inclusive de possíveis alterações de finais inesperados. 

Em um momento do programa ele faz 4 perguntas: 

1) Qual a primeira lembrança que você tem?

2) Quem foi seu crush?

3) Como você quer que o mundo acabe?

4) O que estará escrito em sua lápide? 

Obviamente as respostas são as mais hilárias e divertidas. Também temos respostas que fazem refletir. 

O fato é que eu super indico o programa. É divertido, faz até a gente aprender um pouco sobre cultura e tirar o estigma de que os famosos são perfeitos com vidas perfeitas. 

Mas agora eu irei responder as perguntas: 

1) Minha primeira lembrança é de um banho quente dado por minha irmã em meus primeiros momentos na casa da família que me acolhia. A sensação existe até hoje quando vou banhar. E todas as vezes, no banho, ao me lembrar disso, eu agradeço à vida que tenho desde então. 

Aliás, neste banho eu prometi que nunca mais tomaria banho frio na vida. Quebrei ou quebraram por mim a promessa algumas vezes. Mas o fato é que esse foi o melhor de minha vida até hoje. 

2) Meu primeiro crush na vida tem o nome de Hugo e era da mesma rua que morei no Guará. O encontrei no último Carnaval, continua lindo e meu coração acelerou como quando eu tinha 09 anos (a louca!).

3) Gostaria de morrer celebrando, com um churrasco, pagode, axé e cerveja. Meus amores, amigos, e até inimigos, em uma verdadeira bagaceira. 

4 ) Tenho muito, mas muito medo de morrer. E em minha lápide pode ter escrito: Não queria morrer não caralho! (sim, com este palavrão em forma de desabafo). 


E você? quais seriam as suas repostas? 


terça-feira, 20 de outubro de 2020

Eu escolhi não ter filhos.

 


Eu escolhi não ter filhos por volta dos 3, 4 anos. Juro. Eu era uma criança que não gostava do trabalho que as crianças davam. 

Com o tempo, passei a gostar de crianças, desde que elas fossem meus sobrinhos. 

E o tempo passou e eles cresceram. E eu também, embora não muito. 

Aos 15 anos eu prometi a mim mesma que não seria mãe solteira, mãe solo e tantos outros nomes que dão à essas mulheres a quem admiro muito. 

Aos 20 me relacionei com um camarada que enfim, acabei achando que estava grávida dele. Ele queria o aborto. Eu queria somente não estar grávida.  Não estava grávida, mas com alguns muitos cistos no ovário. Amém! 

Me casei aos 26 e durante um ano mantivemos aí a vontade e os trabalhos para a geração de uma criança.  

No ano de meu divórcio, ouvi depois de alguns exames chatíssimos, que minha chance de gerar uma criança, orando para que dê tudo certo e venha saudável, são de 5%. 

Peguei estes 5% e transferi em oração à qualquer mãe que esteja precisando só disso para realizar seu sonho de ter um filho. 

Hoje, aos 36, qualquer ideia de filho é afastada imediatamente. Nada de filhos biológicos, nem adotados, nem inseminados. Estou ótima com o que tenho. E juro que não é somente uma questão financeira não. É não me ver nesta posição de gerar, criar, prover e educar. 

Mas eu só queria que as pessoas entendessem que eu adoro crianças. Que eu sou feliz. Que está tudo bem você querer ter mil filhos. Não me abala, nem me comove. Como diz a Pri Nayade: amém Brasil! 

E como me disse meu pai ano passado em meu aniversário de 35 anos: essa sua promessa aos 15 anos foi de verdade em? 

Quanto tempo de relacionamento?

O ano de 2020 está terrível, e não é somente por conta do COVID não. Ontem, Luan Santana anunciou em um texto fofo, embora a mídia já estivesse espalhando isso há horas, que terminara o relacionamento de 12 anos (12 anos!!), com sua noiva, Jade. 

A internet pirou, poxa, eles tinham 12 anos juntos. 

A verdade é que a pandemia tem colocado vários casais à prova. Enquanto eles eram namorados morando cada um em sua casa, ok. Com a pandemia, Jade se instalou no casebre (cof) de Luan e possivelmente ninguém aturou um ao outro e decidiram por um ponto final na relação de 12 anos. 

Repito o número porque ele é só um número. Relacionamentos contados em anos, são relacionamentos contados em números. Não é efetivamente isso que faz a relação dar ou não certo. 

Explico: O meu casamento entre namoro, noivado, casamento e divórcio durou algo em torno de 4 anos (eu me perco nessa contagem). Fomos morar juntos com 2 meses, mas o pedido de casamento veio com 10 dias. Obviamente que quando conto isso a munição de comentários negativos é brilhante e pronta. Principalmente porque dizem que eu fui morar com ele sem conhecê-lo. E eu dizia que eu só me casaria se eu morasse com a pessoa antes. Detesto surpresa e ainda mais neste caso. 

Mas não deu certo para mim. Ok? Mas eu já vi centenas de casamentos, aliás, já realizei alguns, onde o casal tinha o mínimo de tempo juntos e também já vi casamentos acabarem com anos de convivência. 

É o tempo que faz a diferença? Marieta Severo acabou um casamento de 30 anos com Chico Buarque, o bonitão da década de 60. 30 anos gente! É tempo para dedéu para se jogar no lixo? Não, acho que seria pior eles chegarem aos 50 anos de casamento, se odiando. 

Dizem por aí que sendo cerimonialista eu só deveria me preocupar com pessoas se casando. Mas a verdade é que eu me preocupo com casamentos que são de verdade e sempre peço a Deus que eu participe do maior número de sonhos realizados com amor, muito amor mesmo.

Agora, sigo sendo realista: se não dá para continuar a relação, acredito humildemente, que é melhor acabar, cada um para o seu canto, do que manter algo onde só exista ódio, infidelidade e o principal: desrespeito. E como comentamos no texto anterior: admiração. Sem tudo isso plus tesão e encaixe, nada, nenhuma relação tende a durar 2 dias, quanto mais anos. 


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Quando o amor acaba, ele existiu?

A separação do cantor Gustavo Lima da linda e maravilhosa, Andressa Suita, comoveu, chocou e começou uma onda de memes e reflexões internet à fora. 

Ela conta que foi despertada pelo, agora ex-marido, onde ele comunicou que estava encerrando o casamento de 5 anos com 2 filhos. Não disse o motivo real, apenas repassou uma informação. Ela se disse pega de surpresa, pois no dia anterior estava tudo aparentemente normal.

E este fim de relacionamento, por ser de famosos que até então mostravam uma relação feliz de comercial de margarina, nos faz pensar na relações normais, de pessoas normais. Quando o amor acaba, ele acaba do nada? E se ele acaba, ele alguma vez existiu?

Venho de um divórcio amando. Terminei meu casamento completamente amando meu ex-marido. E o amei durante muito tempo, mesmo depois do término, comunicado por mim. Mas te digo com real sinceridade, que mesmo amando, o fim do casamento foi o fim de um relacionamento desgastado, acomodado, cansativo e sem perspectiva. Dizem por aí que uma das receitas para um casamento dar certo é imaginar sua vida na fase idosa com essa pessoa e eu não me imaginava envelhecendo ao lado do meu ex. E isso foi o motivo necessário para criar coragem. E hoje, não me arrependo. 

Então que eu acredito que o amor acaba quando acaba a admiração, o tesão e os planos. E não duvido que um dia tenha sido amor. Mas as relações se desgastam e perdem o brilho. E acredito muito que casamento não faz o menor sentido sem o mínimo de vontade. 

Eu que trabalho com casamentos acredito sim no felizes para sempre, mas sei que isso é muito complexo ao longo da vida. Sabemos que ninguém vive só de fofurices e sexo e que infelizmente a vida de adulto é muito mais problema do que solução. O que desejamos sempre é que apesar de, os casais consigam estabelecer a caminhada de uma forma mais leve e com o resgate do amor nas pequenas coisas do dia a dia. 

Desejamos ao casal do começo do texto que a separação não seja motivo de ódio. Com 2 filhos, esperamos que mantenham o respeito e o carinho um pelo outro, pela história construída. E que eles mantenham em mente que tiveram ao longo dos anos juntos, momentos felizes e especiais. 

Desejamos na verdade isso para todos os casais né? Temos muito mais casais reais do que esses que aparecem em capa de revista. 

Mais amor. Mas se não tiver mais, mais amor próprio, por favor. 


quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Mulheres unidas sempre!

 


Quando li esta frase até me arrepiei. 

Conversava com uma amiga grávida, e perguntei de quantas semanas ela estava. E começamos uma conversa sobre bebês, tema do qual não entendo muito bem, mas me dedico. No meio da conversa, ela comentou algo sobre sentir que não é entendida em alguns detalhes da criação do filho. Imediatamente eu falei que eu respeito totalmente uma mãe quando ela fala não. E que antes de qualquer coisa eu sempre irei questionar os pais antes de sequer encostar na criança. 

E encontro esta mensagem e percebo o quanto é realmente necessário que nós nos cerquemos de pessoas com o qual podemos contar de verdade. E sempre comento isso, nós mulheres precisamos realmente ajudar mulheres na caminhada, porque ela para nós e duplamente pesada. 

Realmente desejo que você mulher se sinta acolhida, respeitada e ajudada em suas escolhas, direitos e deveres. 




terça-feira, 6 de outubro de 2020

Quando algo dá certo - eu escrevo

A pandemia vem me afetando em vários planos, embora eu não tenha feito muitos planos para este ano de 2020. 

Mas estes últimos dias tem me desafiado de forma muito profunda. Resolvi investir tempo, e muito dinheiro para tentar, e conseguir, terminar meu curso de inglês. Voltei a estudar francês, sozinha. Tenho me dedicado a manter o russo ativo e vou fazer um curso básico, até para não embananar muito a cabeça, de Libras. 

Por sorte, meu espanhol segue firme e não preciso de imediato entrar em um curso, mas é um projeto para quando as coisas voltarem ao normal, real, conseguir fazer, e passar, na prova de proficiência, e sei que precisarei me dedicar muito, mas esse é um projeto animado para os próximos anos. A meta principal é celebrar meus 40 anos em um lugar onde eu use qualquer um destes idiomas sem drama.

Mas o fato é que, estou comemorando algo que deu muito certo e alguns fazem isso bebendo, outros beijando. eu quando estou triste, escrevo, quando estou feliz, escrevo. 

Estou tão feliz e grata pelo que aconteceu hoje em minha vida. Me senti viva, especial, e uma profissional, me perdoem a palavra, do caralho. 

Falta tão pouco para o ano acabar. Sinto que mesmo com todo esforço que estamos fazendo, cada um à sua maneira, tem sido dias muito difíceis e cansativos. Mas é importante que construamos o caminho, principalmente quem já superou o Covid-19, e que tenhamos fé de que isso realmente vai passar. Eu sei que anda sendo árduo acreditar nisso, mas se cada um fizer a sua parte, vai dar certo. 

O texto é só para me manter viva aqui no blog. Para desejar que cada um esteja bem, afinal, estamos em outubro e não anda sendo muito divertido ainda tudo. 

Em breve, maiores novidades. 

Sempre.