terça-feira, 10 de março de 2009

"Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha dentro de ti"
(Nietzsche)


Isso que dá reunir com os amigos. Encho a cara de coca-cola e fico tirando fotos esquisitas.
Todo mundo que me conhece, sabe de minha paixão pela Coca-cola. Por alguns anos eu não tomava por conta do aparelho. Ajudou também no precesso de emagrecimento. Mas no dia que retirei o aparelho dos dentes, foi a primeira coisa que eu bebi. E foi sem dúvida o gosto mais especial que senti na vida.
E gosto e bebo, e por mais que digam que ela destroi, corroi, tira manchas e dá cancêr, eu digo: "ok". E sigo.
Sim, é a minha grande paixão criada pelo homem. Amo e bebo! Sempre!

O meu TOC

Ontem depois de comemorar o niver de minha amiga, ela decidiu que dormiria na casa do boyfriend.
Quando ela desceu, ela me diz: "Amiga, não vai ficar nervosa com a bagunça. Fecha os olhos".
Claro que ela tem razão. Eu sou a pessoa mais chata do mundo em lances de organização. Mas aprendi a relaxar. Tanto que cheguei em casa, e fui para o msn. Tomei banho, e não arrumei nada na casa. É. Minha mãe sempre diz, que a gente arruma, arruma e a casa sempre ficará da mesma forma e a vida passando.
A primeira coisa que refleti antes de sair de casa, era como eu me adaptaria ao fato de que ela não é família, então eu teria que aprender a respeitar as manias dela de fato, sem reclamar. Não digo que ela seja uma desorganizada completa. Nada a ver. O fato é que eu abstraí a minha mania de limpar toda hora.
Teve uma época, em que as pessoas andavam pela casa, eu eu vinha atrás com um pano limpando onde elas pisavam. Meus irmãos jogando baralho, e eu tirando a poeira dos móveis. Meu quarto era impecável, eu chegava as 11 da noite e ia limpar a casa, com baldes de água. A vizinhança ria de mim, por limpar a varanda as 04 da manhã.
E eu achava aquilo absolutamente normal, até que em um determinado momento eu me sentia isolada. As pessoas dançavam, riam, e eu limpava entre um passo de valsa e outro.
Sei lá como curei. (Se é que curei). Mas na época da anorexia foi detectado que eu tinha TOC. O ato de ficar dias sem comer e dormir do mesmo lado da cama, e é claro, a limpeza.
Acho graça. Mas tenho medo. Minhas manias, eu as tento controlar. Porque, sabe?, é chato ser chato!.

TOC

As características essenciais do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) são obsessões ou compulsões recorrentes e suficientemente graves para consumirem tempo ou causar sofrimento acentuado à pessoa. Leigamente diz-se que a pessoa tem várias "manias" e que é esquisito ou estranho mas, normalmente, o portador de TOC sabe que suas "manias", obsessões ou compulsões são excessivas ou irracionais.


Obsessões são pensamentos ou idéias (p. ex. dúvidas), impulsos, imagens, cenas, que invadem a consciência de forma repetitiva, persistente e estereotipada seguidos ou não de rituais destinados a neutralizá-los. São experimentados como intrusivos, inapropriados ou estranhos pelo paciente em algum momento, ao locngo do transtorno, causando ansiedade ou desconforto acentuados. A pessoa tenta resistir a eles, ignorá-los ou suprimi-los com ações ou com outros pensamentos, reconhecendo-os, no entanto, como produtos de sua mente e não como originados de fora. Não são simplesmente medos exagerados relacionados com problemas reais.


Compulsões são comportamentos repetitivos (p.ex.lavar as mãos, fazer verificações), ou atos mentais (rezar,contar, repetir palavras ou frases) que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. Os comportamentos ou atos mentais são destinados a prevenir ou reduzir o desconforto gerado pela obsessão, prevenir algum evento ou situação temidos e em geral não possuem uma conexão realística ou direta com o que pretendem evitar, ou são claramente excessivos .

Kaplan delimita quatro padrões sintomáticos principais no Transtorno Obsessivo-Compulsivo pela ordem de freqüência e que, de fato, constatamos na prática clínica quotidiana:

1- Obsessão de contaminação, seguida de banhos ou da higiene das mãos. O objeto temido é difícil de evitar, como o pensamento sobre urina, fezes, contaminação microbiana, feridas, doenças, sujeira em geral e a compulsão envolve banhos e limpeza. Tais pacientes podem auto-produzir escoriações pela forma exagerada com que se lavam e escravizam-se pelo ritual absolutamente rígido do ato de limpeza. Este é o padrão sintomático mais comum.

2- A obsessão da dúvida seguida da compulsão para verificação é o segundo tipo mais encontradiço. A obsessão de ter negligenciado a prevenção do perigo, como por exemplo, ter deixado o gás aberto, o ferro de passar ligado, a porta da frente destrancada, a torneira aberta, as gavetas e portas semi-abertas, etc., determina complicados mecanismos de verificação e reverificação obrigando o paciente a voltar várias vezes ao mesmo local. Várias são as situações onde o indivíduo obsessivo é incomodado por sentimentos de culpa por ter negligenciado alguma coisa, daí a falsa impressão do perfeccionismo e meticulosidade.

3- Em terceiro lugar vem os pensamentos obsessivos meramente invasivos de temática extremamente variável; pensamentos libidinosos e obscenos dirigidos à objetos de veneração e respeito (santos, mãe, crianças, filhos), agressões que o indivíduo considera condenável. Por ter consciência destes pérfidos pensamentos habitando o seu psiquismo a ansiedade experimentada chega a ser insuportável.

4- A lentidão obsessiva ou pensamento persistente de criteriosa meticulosidade na execução das atividades corriqueiras transformando cada atividade quotidiana numa verdadeira liturgia de perfeição e ordem. As coisas têm que ser feitas assim ou assado e, na dúvida de terem saído imperfeitas são meticulosamente repetidas. As tarefas do dia-a-dia tornam-se demasiadamente morosas e de realização extremamente complexa e cansativa.
Ariano adora uma observação profunda de fatos e defeitos.
Eu particularmente passo horas à fio olhando pela janela da alma alheia. E a minha, eu reservo para os momentos frios de minha percepção maluca.
Não sou exemplo, não sou a bela adormecida ou outros contos de fadas falsas magras.
Diversos itens abstraem a minha mente e me fazem concluir que preciso de meu momento longe de meu próprio mundo. Logo, preciso de férias bem longas, com direito à uma viagem no espaço em que exista mar, sol, calor e afagos com doses de tequila.
A fumaça da cidade poeira. O trem que não sai do lugar. Pessoas que fedem às 07 da manhã, que estão já com a cara amarrada ou o nariz empinado.
Eu com a bolsa amarela.Sol.Luz. A esperança de que tudo seja um brilho, alegria. Para mim. Para nós!