Lembrei da história de grande amigo meu que há alguns anos viveu um relacionamento muito confuso. Daí resolvi conversar com vocês sobre relacionamentos abusivos e depressivos.
Meu amigo me relatou na época a confusão que viveu namorando uma moça inicialmente delicada, com uma alma livre e encantadora. De repente ela, instalou-se no apartamento dele, e passou a exigir uma vida de casada completamente visceral e dominadora. Ela implicava com tudo, com todos, nervosa, quebrava tudo, xingava e desrespeitava. E não o deixava fazer absolutamente nada. Eles não saiam mais, eles não viajavam, eles não namoravam. Faltava grana para acompanhar as exigência dela e faltava principalmente: tesão.
Ele na época em questão me pediu um conselho. E eu dei. Sincero e respeitoso. Falei que na minha humilde opinião, este relacionamento estava cansado de existir. Porque faltava conexão. Ela queria uma coisa, ele queria outra e em nenhum momento existia um ponto em comum. Talvez na cama. E só. Brigavam o dia inteiro e faziam as pazer antes de dormir e no outro dia começava tudo novamente.
E eu me pergunto: o amor é isso? Não creio.
Em meu entendimento de relacionamento, namoro é namoro, casamento é casamento. Morar junto é casamento também, mas é preciso que ambos se sintam casados e que suas atitudes estejam de acordo com essa proposta. E para mim isso vai além do que psicológos e estudiosos ensinam. Para mim, nenhum livro de auto-ajuda, ensina na prática o que pode ser feito para que um relacionamento dê certo. Sei o que pode fazer para que ele dê errado.
E aí eu bato na mesma tecla de todos os dias. Precisamos nos amar primeiro, nos respeitar primeiro, para assim poder ter um relacionamento à dois mais saudável. Problemas, crises, desentendimentos, são absolutamente superáveis se há acima de tudo respeito por si e pelo outro ou pela outra.
É mergulhar em um universo cheio de manhas e artimanhas, mas que só funciona se duas pessoas quererem isso. Um não ama pelos dois e é fato que algumas diferenças não serão jamais superadas.
E sim, eu o aconselhei a terminar. Porque ele era (é) um rapaz novo, cheio de vida que não teria como ajudá-la, não teria como ser o que ela esperava dele. E assim, ele a impedia de se conhecer, de entender como funcionava o seu coração. Ele a prendia e não a deixava repensar, pois ela estava em um momento de parar, respirar, colocar as idéias em ordem e recomeçar. Doi. Mas não se pode, em alguns casos, forçar a barra, insistir, persistir, e só afundar o relacionamento.
Não digo que a cada dificuldade, terminemos. Mas se persistirem os sintomas, e nada resolver, qual seria mesmo a solução?
Cada um vive sua vida. E aprende. E tenta de novo, ou não tenta, porque ninguém morre sozinho. E se esperarmos um dia quem sabe, podemos ter perdido tempo, e impedido o coração de viver uma nova história e impedir que a outra pessoa também possa viver uma nova vida.
Não sejamos egoístas. Terminar um relacionamento abusivo e desrespeitoso, pode ser a ponte para uma vida mais plena e mais leve.
Não tema. Se você se sente sufocado(a), se você não consegue mais admirar o outro, a outra, se só existem brigas e se você só se entende com seu/sua parceiro/parceira na cama, reflita.
Beijo e beijos!