quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Setembro Amarelo

Achei que nunca escreveria sobre isso. Mas acredito que neste momento de minha vida é necessário. Acho que pessoas como eu, existem aos montes, e todas precisam de um afago.
Sempre tratei a depressão como algo do outro. Talvez eu sempre convivi com ela, mas nunca me importei e inclusive, critiquei muitas vezes várias pessoas, à quem peço perdão humildemente. 
Sempre pensei que depressão era frescura. Que meu mau humor e minha preguiça eram passageiros. Que em diversos momentos as atribulações iriam passar e que eu sou uma pessoa feliz e contente. 
Escolhi duas profissões onde além de estar impecavelmente arrumada, preciso sorrir o tempo todo e ser cordial o tempo todo. E eu sou assim em 65% dos meus momentos na vida.
Os outros, são: dor, preguiça, cansaço, estafa, mente perdida no tempo, falta de apetite, fadiga, desmotivação e fuga da realidade. Em vários obstáculos parece que não há força para superar e um pingo de água vira uma tempestade.
Aprendi que é uma caminhada solitária e não é frescura. Que muitos amigos e amores sumiram quando eu mais precisei. Normal. Ninguém é obrigado a aceitar. E aprendi mais: ninguém está preparado para lidar com pessoas assim. Uma boa parte ironiza, senta a lenha, diz que é falta de Deus, egoísmo e ingratidão. 
Eu escolhi expor. Escrevo, compartilho, pergunto, converso com Deus, choro mesmo. Quando me bate um pânico saio, ando, choro de novo.  Eu deveria procurar ajuda, mas por hora, não sei bem como, estou me sentindo capaz. Acho que essas minhas conversas com Deus tem me direcionado para algum caminho mais tranquilo.  Mas obviamente não recomendo. Temos que procurar ajuda médica, urgente, eu tenho e vou procurar. A gente não pode passar por esta vida sentindo tanta dor na alma.
Para você caro leitor ou leitora, que está passando por essa dor que parece eterna, me dê a sua mão. À você que tem alguém neste buraco, dê a mão. Não desejo à ninguém. Não espero claro que me passem a mão na cabeça. Não confundam, a gente não quer chamar a atenção aleatoriamente, a gente quer a sua mão. A gente quer respeito. Muito respeito. 
A minha luta segue. Diária. E você que luta diariamente, segure minha mão. Eu não te critico mais. Eu te entendo. E juntos vamos superar. E haverá um dia onde poderemos olhar para trás e realmente entender que somos capazes e que não será necessário mais nos sentirmos um peixe fora d´agua. 
Eu hoje vivo o Setembro Amarelo todos os dias. Um dia de cada vez. Rumo ao sossego do coração e das tormentas da alma.