sexta-feira, 23 de julho de 2021

A 1ª dose

Desde março de 2020 estamos vivendo o maior desafio de nossas vidas: não morrer de Covid.

Eu tive, em agosto, há quase um ano, logo depois do dia dos pais, e vivi o medo de morrer real, durante 7 dias. Durante 3, sem ar, imaginava maneiras de que as pessoas soubessem do meu desespero, sem alarmar. Mas foram dias em que eu pensei que morreria, e por isso, deixava a porta destrancada, para o caso de precisarem entrar e cuidarem das gatas.

Não morri, provavelmente até tive novamente, ou se não tive, amém, claro e desde então sonho com a vacina. 

Cada pessoa vacinada, uma emoção. Quando cada irmão meu vacinou e meus pais vacinaram, eu consegui sentir um pouco mais de alívio. 

Até que hoje, 23 de julho de 2021, chegou minha vez e eu estou emocionada. Porque cada um de nós espera por isso e quando dá certo é um misto de sentimentos. O maior, a gratidão pelas pessoas esforçadas, dedicadas e inteligentes que criaram as vacinas. Gratidão por tantas pessoas da área da saúde que viveram o verdadeiro inferno (e ainda vivem), enquanto o vírus não é dizimado. Gratidão pelo SUS que tornou a vacinação possível, juntamente com quem, dentro da gestão da saúde, ainda que de forma um tanto quanto nebulosa, tornou isso real para todos. 

Agradeço a Deus pela corrente mundial para que o covid acabe. Pessoas que inventaram os protocolos, costuraram máscaras,  álcool em gel, e para os governantes que puderam ajudar sua população enquanto o lockdown existiu. 

Ainda temos um processo muito intenso, porque ainda estamos em pandemia. Mesmo vacinados, precisamos seguir nos cuidando. Não é ruim mais, a gente já acostumou, sabe como funciona e é só cada um fazer a sua parte que sairemos juntos dessa e nos recuperaremos de toda dor. Sentiremos saudades eternas de quem infelizmente não sobreviveu para tomar a vacina. 

Nós que aqui ficamos, honraremos cada um. 

Viva o SUS!