Dia 02 de junho foi um dia especial. Ok, na correria do dia, eu me esqueci. Mas daí quando me lembrei, parei para refletir.
Neste dia, minha adoção completou 25 anos!. Bodas de prata com a felicidade.
Felicidade mesmo.
Um dia desses, estava eu contando minha história para alguém. E eu conto mesmo, tudo que lembro, com muito orgulho. E sempre foi assim, desde pequenina. Sempre me achei especial. E não é mesmo? Eu sou especial. Eu fui desejada, planejada e sonhada da mesma forma que um baby. Só que eu apareci na vida de meus pais, andando, falando e rindo muito. Lembro de detalhes que gente besta se admira.
25 anos depois, tudo permanece vivo em minha mente e eu faço questão de manter tudo intacto: cada cheiro, cada gesto de amor que eu recebi desde o primeiro dia.
Não foi fácil e não é fácil em determinados momentos, mas garanto que a dificuldade no relacionamento entre nós (pais e irmãos), nunca foi porque eu sou adotada, mas porque sou humana, eles são humanos e temos nossas imensas diferenças, que no fundo nunca foram impecilho para uma relação cordialmente profunda.
A gratidão que eu tenho pela minha vida se extende à minha mãe biológica. E sonho muito em poder falar pessoalmente à ela. Acho que ela merece ter um pouco de paz no coração, percebendo que ter me dado para outra família, foi o maior gesto de amor que ela poderia ter tido por mim.
Confesso que em alguns momentos, eu já me peguei imaginando como seria, se nada disso tivesse acontecido. E se eu ainda fosse a filha dela?. Que tipo de vida eu teria? Que tipo de pessoa eu seria?. E não acho feio pensar nisso. Desta forma, eu olho para minha vida hoje e agradeço.
E eu peço a Deus por mim, pelos meus pais, irmãos e família. E peço pelas pessoas que acompanharam a minha trajetória e que percebem que eu realmente sou especial.
Dia desses, conversando com uma pessoa que está passando por problemas com a filha adotiva, ela me disse que a psicológa falou que todo adotado passa por um momento de revolta. Imediatamente eu me excluí disso. Eu nunca em minha vida tive revolta por ser adotada. Sempre encarei com naturalidade e gratidão profunda. Talvez eu seja um caso raro? Não sei, só sei que ser filha de meus pais é o maior presente que Deus poderia ter me dado.
E que venham mais 25 anos e que nenhum detalhe de minha felicidade se perca no caminho da vida.
Beijos e beijos!