sexta-feira, 29 de maio de 2009

10 anos depois

Fico lembrando de cada momento, desde que aterrizei no Brasil, há 10 anos. Depois de uns dias em Londres, finalmente senti o cheiro do meu país, e a saudade era tanta, que simplesmente comecei a chorar. Ao mesmo tempo, em que me lembrava com saudades do que eu havia deixado para trás.
Para mim, tudo era tão novo. Apesar de saber, que ficaria somente 4 anos e que teria mesmo que voltar, eu não esperava sentir o quesenti com a notícia do regresso. Achava que gostaria de voltar e que seria realmente a decidão correta. Fuiz de tudo para ficar em Moscou. Cheguei a cogitar a idéia de me casar com um russo, idéia descartada, imagina!. eu com 15 anos, sem emprego, casada com um russo.
Quando recebi as passagens e o roteiro do retorno, foi sem dúvida um dia lindo, e fazia sol, e eu estava feliz.
Mas a despedida, pelo menos para mim, foi um dia de muito sofrimento e tristeza e de lágrimas. Meus amigos com uma faixa enorme, me pedindo para ficar. Meu namoradinho da época, chorando, e eu simplesmente indo embora. A cena dele me pedindo para esperá-lo, me marcou bastante.
E assim 10 anos depois, eu fico sonhando com o dia em que poderei retornar ao lugar que preencheu grande parte dos momentos intensos. Anos que moldaram a pessoa que sou, e que me deu a oportunidade de crescimento. Só quem vai para Moscou, pode entender de saudade, de gratidão, de amizade verdadeira.
Os melhores anos de minha vida, guardados na memória e revividos a cada aula que dou. Meus alunos me dão a oportunidade de reviver, de relembrar, de matar a saudade guardada e recriada a cada novo dia!
Moscou para sempre..............Meu coração bate pela vontade da realização de um sonho: o de ser diplomata e regressar para anos lá. E conseguirei.Cada coisa em seu devido momento!.

A magreza.....

Estou em um momento bem delicado de minha vida.
Quem acompanhou os últimos episódios, eu tive uma infecção urinária em abril e isso acabou me alertando para um problema que era para ter sido sanado há algum tempo: a anorexia.
Quando estive no médico, ele me alertou de quem eu peso estava abaixo do esperado e que a anemia estava bem forte para os padrões.
Coisa do destino ou não, o médico que me tratou e que eu abandonei há quase um ano, me ligou e pediu que eu o visitasse, assim meio como não querendo nada.
E há um mês retomei o tratamento, chato, mas urgentemente necessário.
Eu não desejo a ninguém. Eu sempre tive dificuldades com a comida. Quando não era comendo demais, era comendo de menos. Nunca foi o certo.
Agora, por bem ou por mal, a minha alimentação está sendo rigorosamente calculada, balanceada, vigiada. Estou sendo pesada a cada 15 dias e meus kilos são contados e calculados de novo e estica de um lado, pesa de outro, analisa e analisa.
A terapia foi retomada, mesmo achando que eu estava abafando.
A falsa magra, na verdade já tinha perdido 4 kilos sem perceber.
Os fantasmas do passado adoram ressurgir.
Não é fácil. Assumir a doença sem dúvida é o primeiro passo e eu demorei quase dois anos para entender, que comer nem sempre é tudo. Comer bem, é o caminho.

O salão, a surpresa, a diferença!

Não gosto de salão de beleza. Não sou vaidosa como gostaria de ser. Me preocupo somente com duas coisas básicas: a cor de meu cabelo e as unhas. Com isso eu gasto uma nota preta, primeiro porque não sei pintar nem nada, segundo, porque são os dois aspectos que eu utilizo como ferramenta física de conquista.
Ok. Não sei se ter um cabelo laranja é realmente uma forma séria de conquistar homens sérios, mas as minhas unhas da mão sim, elas são maravilhosas.

Mas além de adorar ler as revistas que vem no salão, geralmente eu faço amizade com as manicures. Não gosto das que ficam falando da vida alheia, mas das que eu posso trocar figurinhas sobre um monte de outros aspectos interessantes da vida em si.

E hoje não foi diferente. Fui a um salão aqui perto do serviço. E lá estava ela sentada, à espera de uma cliente desesperada como eu, que já havia detonado metade da unha, já que acabou o acetona em casa.

E ficamos lá de papo. Ela me contou o sufoco que foi para que ela pudesse ter seu único filho, hoje um rapaz bonito e alto (segundo a teoria dela, eu não conheço), e que só traz alegria e orgulho.

Diante do que ela me contou, eu voltei pensando, no quanto eu também sou amada e sei que minha mãe tem tanto orgulho quanto, apesar de que eu sou sem dúvida a filha que deu muito trabalho.

E aprendi que em todo lugar, seja qual for a profissão, mãe que é mãe, sempre ama seu filho e dedica boa parte de sua vida para que este possa ser feliz. E apesar de tudo, é uma relação que vale muito a pena (talvez uma das únicas que valem realmente a pena).

E voltar para o trabalho foi um momento feliz. Me sentir realmente amada, faz muita diferença.