Eu sei que para a grande maioria da população mundial, ficar em casa durante todo este tempo é uma desgraça sem precedentes. Porque isso significa não trabalhar, logo não ter renda, logo passar a mais profunda das necessidades: a falta de comida. Para muitos nenhum auxílio financeiro será o suficiente, no máximo o de Deus, mas com a barriga vazia, provavelmente ninguém irá perceber isso. Então, não é para eles romântico ficar em casa, e meu coração sofre demais quando penso nisso.
Para mim, pessoalmente, no começo, mesmo saindo para trabalhar 2 ou 3 vezes na semana, ficar em casa era algo puxado, impossível e cansativo. Minha casa sempre foi meu refúgio para dormir minhas 8 horas diárias. Ou descansar depois de um evento, mas faltava uma ligação profunda.
De repente vamos para o segundo mês de home-office e eu aprendi a amar cada cantinho desses 30 metros. E os planos para quando tudo isso passar será investir pesado em dias melhores em casa, pelo maior tempo possível, aproveitando minhas gatas, meus livros e até mesmo uma comida caseira.
Tenho para mim que sairei muito menos, provavelmente somente para eventos familiares ou de amigos especiais. Boates e bares fechados não mais serão frequentados por mim. Já não era de ir em show, provavelmente não irei mais. Quero sair mais? Sim, quero prestigiar o quê for menos aglomerado possível, tirando claro, meus eventos, que geralmente são compostos por menos de 200 pessoas, contando com a equipe técnica.
A questão é que essa pandemia tem alterado muito nossas questões internas e externas, não adianta negar. Temos valorizado pequenos momentos, criado outros muito significativos, fortalecido relações e até mesmo deixando para trás coisas e pessoas que não agregam mais.
Não seremos mais os mesmos. Pelo menos espero. E que disso tudo, surjam muito mais atitudes positivas e generosas. E espero que quem não pode ficar em casa, mas é obrigado a estar, que estes dias voem e vocês consigam se recompor da melhor maneira possível.
Vou ficando por aqui. Acabo de almoçar, vou varrer a casa, e voltar à minha mesa de trabalho em casa. Graças a Deus!