quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Como é ter 30 anos?


 A princípio, ter 30 anos é como ter qualquer outra idade, porque não percebi ainda uma mudança tão brusca fisicamente. Tenho a mesma fisionomia de dois anos atrás, que, claro, não é a mesma de 15 anos atrás.

Também não tenho cabelos brancos, nem dores no corpo, meu sono continua bom como sempre, meu pique melhorou depois que parei de fumar e enfim tomei a decisão de voltar por bons e velhos caminhos por onde andei.

A questão é: o que muda mesmo quando você chega aos 30 anos? A pressa. Tudo passa a ser mais urgente: casar, ficar rico, ter filhos, acertar, definir, ter casa própria, carro, seguro de vida, plano de saúde, descobrir e redescobrir-se etc. E fica tudo muito mais urgente porque sim, você se acha meio velho por ainda estar batalhando por algumas coisas. E embora não esteja realmente velho, está sim um pouco passado para algumas coisinhas. Tipo: roupinhas fofas e cor de rosa (camisetas da Hello Kitty). Você se sente bem antiguinho para isso. Concurso público? Você também não passou, mas os seus amigos do 2º grau já estão todos estabilizados? Bem vindo ao clube! Relacionamento de 5 anos terminando agora: dá preguiça de começar de novo.

Parentes do meu marido tem 36 anos e filho com 20 anos de idade. Tenho 30 anos e não estou sequer grávida. Faz uma comparação? É gritante não? Eles realmente começaram cedo, mas hoje tem a sensação de dever cumprido e eu nem tenho certeza se quero filhos ainda...Daí posso dizer que decidi seguir por outros caminhos e que tenho coisas que eles não tem, sim, é verdade. Mas não tenho tantas coisas a mais assim...e então descubro que há algo errado em meus objetivos...mas aos 30 anos eu devia ter meus objetivos muito claros! Mas não...não tenho, e parece que aos 30 anos eu não devia estar analisando tudo isso, e sim, buscando e alcançando, simples assim. E é aí que me lembro que 30 anos não foi o último número sorteado na loteria, é apenas a minha nova idade, porque a vida continua antiga.. Aliás, certezas são coisas que eu não tenho.

Nessa idade a gente também começa a se ver muito velho para sentir insegurança, ciúmes, medo, ansiedade... porque a gente acha que isso já devia ter sido trabalhado e deixado para trás lá nos 20 anos. Mas quando a gente percebe, se sente tão imaturo e despreparado como sempre se sentiu, e não sei se essa sensação muda com o tempo.

Começamos a perceber que precisamos ter mais ao que nos agarrar, porque as possibilidades de errar e começar de novo não são mais tão atraentes, a montanha russa de emoções não é mais divertida, o frescor da juventude não camufla mais os nossos defeitos...

Mas espera aí, são apenas 30 anos! Dizem alguns. Mas eu não paro de pensar que “é...já são trinta anos...”