quinta-feira, 5 de março de 2015

31 anos - dia 08

No oitavo dia de muitos relatos sobre a minha vida e pessoa, pensei em desabafar sobre como eu lido com os finais dos meus relacionamentos. Pensei nisso porque realmente sou expert na arte de dar foras e levar foras. Na adolescência isso era mais comum eu dar foras, mas com o passar do tempo a coisa toda se voltou contra mim. 
Sempre fui de namoricos. Nunca gostei muito de namorar. Achava estranho minhas amigas com 17 anos namorando há 3, por exemplo. Achava insano. Ainda acho. Sempre quis curtir a vida, principalmente porque eu sabia que teria muita luta pela frente quando crescesse. 
Então sinceramente e sem nenhuma culpa admito que como diz o ditado popular: passei o rodo. É feio? Não sei. Nunca parei para ficar pensando no que os outros pensam de mim. Principalmente com 15 anos, quando eu já tinha meus próprios complexos. 
E aproveitei ao máximo para namorar vários tipos de rapazes. Gostava de ter opções. Sei lá. Curti mesmo.
Meu primeiro namorado oficial mesmo, de durar, como costumo dizer, foi aos 19 anos. Um rapaz da Igreja, 10 anos mais velho, super gente boa. 6 meses depois eu já estava muito entediada. Terminei e sofri um pouco, mas depois disso somente aos 22 anos que namorei novamente por mais de 6 meses. E depois disso, só meu ex-marido que foi àquela loucura toda de em um período de um ano morar junto, noivar e casar. 
O que me deixa tensa é que todo começo é lindo, mas por mais que o tempo passe, o fim de uma relacionamento é sempre um trauma. Eu sei que isso é para todo mundo. Mas eu fico triste as vezes porque eu tenho muito mais finais de relacionamentos do que o normal. Já tratei isso na terapia e cheguei a conclusão nenhuma. 
Só sei que com o tempo você aprende a dizer a verdade. Já não é "o problema sou eu e não você". Quando se consegue terminar um casamento de 3 anos, é possível reagir de forma mais serena em qualquer tipo de final de relação, durando o tempo que for. E é isso que eu faço. Quando alguém termina comigo eu xingo até a terceira geração dos filhos dele, mas entendo. Porque eu sei que sou uma pessoa complicada de conviver. Se fosse fácil eu não estaria aí à procura. Quando eu termino eu digo logo: o problema é você. Não curti, não quero e acho que não tem nada a ver. Viro e saio correndo. hahahaha.
Enfim. Dói. Terminar ou ser descartada sempre é para mim motivos de muito álcool. Mas hoje sofro bem menos do que na adolescência . E por sorte tenho me divertido mais. Não pedi para ter a liberdade de escolha lá atrás, mas já que me deram essa chance eu irei sempre aproveitar. 

quarta-feira, 4 de março de 2015

31 anos - dia 07

Hoje vou desabafar com vocês toda a minha questão quase mortal da anorexia. Vocês já acompanharam aqui toda a história, de como eu demorei a melhorar e as vezes se perdem entre a minha vontade de comer bem, meu medo de engordar e o meu descaso total com a alimentação.
A verdade é que eu não sou muito do tipo que gosta de comer. Sou uma pessoa que tem momentos em que gosta de comer. Gosto das companhias para comer, o que sugere que em finais de semana sozinha eu não como. Isso mesmo. Não como nada além de beber água. Em momentos mais felizes como salgadinhos e pão de queijo. 
Mas já fui muito pior. Imaginem vocês que eu era capaz de sentar em um restaurante, pedir uma lata de coca e passar 3 horas tomando a mesma? E quando eu almoçava com um ex e comia tomate e alface? Ou quando comia em um pires de uma xícara de chá e achava que estava abafando? Ou quando inventava cardápios de almoço para uma chefe?
Fiz muitas loucuras enquanto anoréxica. Muitas mesmo. Mas só me dei conta disso quando um dia qualquer achando que estava com pneumonia, na verdade eu estava há 1 dia de perder o meu rim direito por conta de estar desnutrida. Antes disso desmaiei em um consultório médico e precisei, pasmem, de 8 horas de soro para poder voltar para casa. 
Conto essas coisas hoje rindo muito, porque apesar de não ser uma pessoa que ama comer, acho que perdi muito tempo com isso. Acho que não era gorda coisa nenhuma, apesar de usar o número 44 e ter 110 cm de bunda. Devia ter tido orgulho disso, porque agora para ostentar algo do tipo só malhando e podem me julgar, odeio academia. 
Estou em uma fase mais relax, mas tenho me motivado internamente a procurar algo que me anime. Natação, mesmo não sabendo nadar é algo que gosto, mas que sim, dá muita fome. Pensei em Pilates, muito caro. Não posso dançar por conta da cirurgia no dedo do pé. Ainda não sei, só sei que acontecerá. 
O que herdei com a anorexia? Além de infelicidade, gastrite nervosa, anemia piorada, intolerância à lactose e um pouco de nojo de carne, de todo tipo. Ainda caio um pouco na tentação de um pedaço ou outro, mas sempre chego em casa e acabo colocando tudo para fora. 
Tive que optar por não aceitar a ditadura da beleza. Optei por mim. Não pelos outros. Sou essa. Hoje com uma barriguinha, talvez um pouco sem animação para ostentar o bumbum na nuca, mas consciente de que não preciso mais ser magra. Preciso ser feliz. Vou cuidar da saúde e isso prometi para mim mesma, e apesar de toda dificuldade de largar alguns vícios, tudo o que eu quero é nunca mais acordar, olhar no espelho e me ver um cadáver. 

terça-feira, 3 de março de 2015

31 anos - dia 06

Dando um salto bem grande no tempo, quero dividir com vocês como foi para mim conseguir meu primeiro emprego de carteira assinada. Acho essa parte da minha vida muito legal, principalmente porque foi tão ao acaso que me pergunto se realmente foi isso e obvio que não é né? Isso com certeza tem as duas mãos de Deus sobre o meu destino. 
Aos 19 anos frequentava todas as terças feiras um pagode/axé (esse ritmo vivia um auge muito intenso, fervoroso) em um shopping de Brasília. Sempre que meus pais não estavam em casa, vale destacar. Era fevereiro e chovia muito. Depois de quase seis meses desempregada do meu primeiro emprego, que não era de carteira assinada, fui trabalhar com um Contador perto da minha casa. Chegava em casa, tomava banho e ia trabalhar depois de horas dançando os mesmo passo e bebendo água, pois eu não tinha dinheiro nem para ir de ônibus para a boate. Por conta desse excesso de farras desenvolvi uma dor e um entupimento tenso no ouvido esquerdo. Como ainda era dependente do meu Papai fui ao Otorrino e lá ele me perguntou com o que eu trabalhava. Como estava meio surda comecei a berrar que trabalhava com um velho que adorava berrar no meu ouvido, ironicamente. Daí ele me pergunta se não quero trabalhar com ele. Só que eu achei que era para trabalhar no Consultório e disse sim com toda convicção.
Só que gente, era para ser Vendedora na loja do qual ele era dono junto com a esposa. E só percebi isso de fato no outro dia quando fui fazer uns exames e ela me entrevistou certinho com currículo na mão. Quando ela me disse o que eu faria eu fiquei com muito medo. 
Mas fui, porque eu sou meio doida mesmo. De cara fui de salto, burramente, porque eu sai de lá quase morrendo de dor. No estoque a Gerente me disse que não entendia a minha contratação e que com certeza eu não duraria 20 dias. Imagina, em 10 minutos escuto isso? Sério, saí para a loja me tremendo inteira. 
Demorei um tempo para entender realmente o meu objetivo ali dentro. Demorei a me soltar, a gostar de vender. Mas com a saída da Gerente ameaçadora, pasmem, 20 dias depois, consegui me soltar mais e em muito pouco tempo comecei a me destacar. Claro que meta mesmo eu só bati depois que a Dona da loja nos avisou que quem não vendesse bem em novembro e dezembro seria demitida em janeiro. Em dois dias bati minha primeira meta e daí até eu tirar ferias fui em um ritmo muito bom. Eu ficava das 09 as 22 na loja com o maior prazer. Aprendi todas a gírias de vendas e tinha até cliente fiel. E me tornei Vitrinista de primeira qualidade, até hoje amo olhar vitrines e criticar e imaginar como eu faria diferente. Fui caixa também e Chefe de Estoque. 
Foi um ano de muito aprendizado. Sinto que era uma preparação para me tornar Secretária, porque depois da loja me tornei mais paciente, porque vendíamos roupa de criança e nesse ramo você aprende a ter paciência com a criança e os pais delas, principalmente se ele for só dar uma olhadinha. Aprendi a respeitar vendedores. Até hoje eu me sinto culpada ao entrar em uma loja para dar só uma olhadinha, porque vivi dentro do comércio todas as dores e alegrias. Bati muitas metas, fiz amizades sinceras que duram até hoje e principalmente aprendi a ter coragem de mudar. 
Saí da loja pouco mais de 1 ano depois de ter me tornado vendedora. Saí porque fazia faculdade de Secretariado e eu ficava muito cansada. Saí para me tornar Estagiária, o que para muitos na época foi considerado um ato louco, mas me lembro da Dona da loja me dizendo que só faria um acordo comigo porque sentia que eu precisava daquela faculdade para alcançar o mundo. 
Sou muito grata pela oportunidade e tanto ela, quanto o meu Otorrino sabem disso. Como sempre deixei isso claro do começo ao final e até hoje mantenho uma amizade super fofa com a Chefa, que acreditou em mim desde aquela consulta, mesmo eu super desengonçada, mal arrumada e doente de farrear. 

segunda-feira, 2 de março de 2015

31 anos - dia 05

Sentada na cama eu lembrei da minha primeira paixão de infância. E não adianta virar o rosto com nojinho porque sim meus amigos, criança também ama. E não é um amor pornográfico não. Pelo menos para mim era um amor que eu sempre soube que era de infância mesmo. 
Comecei a nutrir essa paixão por volta dos 8 anos quando ganhei minha primeira e única bike da vida. Uma Caloi vermelha com cestinha branca, que eu passei o mês de dezembro inteiro achando que era um armário, por conta do formato da caixa. Bobinha né?!!
Enfim. Demorei a aprender a andar. Mas lá em casa não rolou isso de rodinha adjacente não. Tive que aprender na marra. Até que um dia decidi me aventurar na rua onde morava e mongolmente o que eu fiz? bati no meio fio e cai, não sem antes bater meu dente no guidom. Quem me socorreu? Hugo. Até hoje um dos rapazes mais lindos que meus olhinhos de 31 anos já conheceu na vida. Morava umas 5 casas depois da minha e eu podia observá-lo da minha, que era de esquina, principalmente quando Papai construiu uma casa com andar e eu acompanhava cada passo dele. Ele me pegou no colo e eu nunca mais esqueci a voz, o jeito carinhoso como ele me entregou com a boca sangrando à minha irmã. Depois pegou a minha bike e entregou para meu irmão. Um fofo.
Pronto. Devo ter gostado dele até ir embora para Moscou. E olha que coisa engraçada, briguei com umas 5 garotas por causa dele e obviamente ele nunca soube de nada disso. Espero. 
Eu tinha uma prima que morava lá em casa que conseguiu muitas coisas de mim me ameaçando. Como ela sabia que Papai me daria uma surra se soubesse do meu assanhamento, ela dizia que se eu não fizesse isso ou àquilo, ela revelaria minha paixonite para meus pais e aí com certeza sim, rolaria uma surra básica para eu me colocar no meu lugar. 
Teve um dia que o Hugo resolveu tirar sarro de mim. Ele com uns dois anos a mais do que eu, na esquina em frente a minha casa, com uns amigos, me vê escondida atrás de uma pilastra da varanda da minha casa em construção. Estava tudo escuro. Eu não contava que algo do tipo fosse acontecer e nem me toquei que meu pai havia chegado do trabalho há pouco tempo. E Hugo começa com umas piadas muito sem nexo do tipo: estou vendo suas perninhas, estou vendo seu bracinho e blá blá blá. Até que papai ouviu e da janela começou a berrar que se as piadinhas fossem para mim eu iria apanhar e ter que tomar banho de sal. Sai correndo me tremendo inteira, fingindo que não era comigo e Hugo grita: volta Karla, quero ver mais!. Velho quase enfarto. Sério. Eu quase morro de medo e vergonha naquele dia. 
Mas deu tudo certo. Acho que Papai estava tão cansado que não rolou surra pesada, mas quando fomos à chácara no fim de semana, ele contou tudo para minha mãe, que nunca precisou de muito para mudar minha rota. Só com uma olhada entendi que eu precisava parar com àquilo imediatamente. 
Continuei apaixonada, chorando várias vezes por ele e inclusive depois de 4 anos em Moscou, quando voltei, ainda senti que gostava dele, mas obvio que não era mais uma paixão de infância e com medo de sofrer, até porque na época eu já tinha um namoradinho, resolvi enterrar de vez tudo o que sentia.
Entendo hoje que eu não cometi nenhum crime. Aprendi na verdade a lidar com esse sentimento que aperta o peito que é se apaixonar. Com o tempo percebi que eu iria ter muitas paixões ao longo da vida e que não viveria um conto de fadas. Senti que ele nunca seria meu e isso é algo que gosto. Gosto de ter o que contar. E Hugo, assim como várias outras paixões que eu tive, foram figuras importantes no meu desenvolvimento como mulher que ama demais a vida como um todo.

domingo, 1 de março de 2015

31 anos - dia 04

Dando continuidade ao relato de ontem, resolvi falar sobre o meu sentimento em meu primeiro momento em terras russas. 
Para vocês entenderem o drama, paramos no Rio, encontramos um casal que já morava lá e partimos juntos para Frankfurt. Tio Jorge e sua esposa na época, tinha uma menininha com menos de um ano, a Alessandra. Eles tornaram nossa viagem um pouco mais alegre e menos dramática. Não existia celular como hoje para irmos passando as informações à família, então Papai fez uma ligação do orelhão no Rio e só uns três dias depois, já em Moscou, que conseguimos passar as informações de nossa chegada sãos e salvos. 
Há 20 anos viajar era caro, muito mais caro que hoje em dia, mas recebíamos uma fartura de comidas gostosas. No voo até Frankfurt devo ter engordado de cara uns 10 quilos. Em Frankfurt ficamos parados por umas 4 ou 5 horas esperando o voo para Moscou.
Ai começa o desespero. Jantamos, claro, uma comida estranha, mas gostosa. Devorei sem nem perguntar o que era. Não falávamos nem inglês, nem alemão e muito menos o russo. Toda hora alguém falava algo e como não entendíamos ficamos de boas. Perguntávamos para o Tio Jorge e ele sempre fofo e tranquilo dizia que não estava entendendo. Tempos depois descobrimos a farsa: ele falava inglês e a esposa alemão e russo e eles só não quiseram nos alarmar. 
O fato é que algo aconteceu no avião e bem depois de rodar e rodar, descemos de: barriga! Sim amigos, meus primeiros momentos em terras russas foram olhando pela janela: bombeiros, ambulâncias e redes de televisão. Mas para o Tio Jorge, tudo estava bem e eu sou muito grata até hoje pela calma dele naquela noite gelada de terça, 31 de outubro de 1995.
Descemos, fizemos o nosso cadastro de entrada no país. Tudo muito estranho com gente esquisita. Obvio que eu não entendia nada do que eles falavam e sinceramente, eu estava tão cansada que nem português eu queria falar.
Quando a porta abriu eu travei. Um vento muito gelado bateu em meu rosto e eu me dei conta de que não tinha volta. Mas eu comecei a dar um chilique tão bizarro que Mamãe em sua sábia orientação me disse: "anda logo se não você vai levar sua primeira surra já aqui no aeroporto". Peguei meu cachecol e cobri meu rosto inteiro. Nossos casacos não aguentaram nem o percurso até o carro. Detalhe: fazia 0º. E seguimos pelo caminho para o nosso primeiro futuro apartamento e eu olhava pela janela atordoada pelo que viria e pelo que eu queria viver. E lembrava do meu professor dizendo que morreríamos congelados, mas confiava em Papai que me garantiu que conseguiríamos. E pensava: bem, Papai falou que vai dar tudo certo, que muita gente morava no frio e sobrevivia sim. Ah e ele me contou que havia verão ali em algum momento do ano. Me acalmei na hora. Pensei no sol e no dia, e no céu azul e confiei em Deus e deu tudo certo. E vi um Mcdonald´s, ou seja, havia vida normal ali. Tudo certo. 
Chegamos ao apartamento antes da meia noite. Uma amiga do Papai já tinha colocado camas e deixado alguns mantimentos para nosso primeiro dia, que lógico foi só dormindo. 
Acordamos no dia 01/11/95 e não nevava ainda. Não saímos de casa. Isso aconteceu somente no dia 02/11/95 porque era feriado na Embaixada e nosso amigo Tio Jorge saiu com a gente para comprarmos casacos e botas e todos os outros itens indispensáveis para a sobrevivência no frio. E aí nevou. Uma neve leve, mas que eu via pela primeira vez na vida. Chorei de alegria, de medo e acima de tudo de gratidão. Porque vamos pensar: eu que não tinha nem expectativa de nascer, de repente me encontrava em um país a mais de 12 mil km de distância e vendo a neve ali caindo sobre meu corpo que na época tinha menos um pouco que 1,55. Era emoção de mais para quem só tinha 11 anos. 


31 anos - dia 03

Para o terceiro dia, resolvi reviver meu último dia no Brasil, antes de embarcarmos para a tão temida Rússia. 
Alguns meses antes, Papai chegou com essa novidade. Para mim era uma mega novidade, porque sinceramente em minhas aulas de Estudos Sociais, ainda não tínhamos chegado na fase de estudar o mapa múndi. Quando contei a novidade para meu professor, ele meu vizinho na época, virou e me disse que lá era tão frio que não sobreviveríamos, o que gerou em mim um pavor monstro. Mas isso não tirou de mim o ar de superioridade, pois sim, quando criança eu era zero humildade. E os preparativos corriam solto enquanto eu tentava passar de ano em outubro. Ao mesmo tempo eu fazia catequese e tive que fazer a 1ª Comunhão sozinha, mais de um mês antes da turma. Isso aconteceu em 15 de outubro de 1995.
A viagem foi marcada para o dia 29 de outubro, um domingo frio e cheio de expectativa. 
No dia 28 aconteceu uma festa de despedida na casa de uns amigos dos meus pais que terminou às 05 da manhã. Chovia, mas a animação era imensa, ao mesmo tempo que lá em casa o clima era quase de enterro. 
Lembro de chegar e capotar e às 09 mamãe me acordar pois minha professora de catequese queria se despedir de mim. Ela me ligou antes e choramos muito ao telefone. Até que ela apareceu lá em casa e me deu uma caneta, que eu usei até estourar a tinta dentro da mochila quase um ano depois.
Da hora que acordei até a reunião de despedida na sala da casa do Guará, lembro que estávamos muito silenciosos e chorosos. A família inteira rezou um Pai Nosso e uma Ave Maria com o coração cheio de tristeza e esperança. 
E todos fomos ao Aeroporto nesse mesmo silêncio. Amigos também foram, ganhei presentinho do meu irmão, que guardei durante muitos anos. Compramos revistas. 
Mas a hora de embarcamos foi um dos momentos mais tristes que já vivi em minha vida. A dor da partida cortava nossa alma e depois de todos os abraços e desejos de boa sorte, na virada do corredor de acesso à sala de embarque, escutávamos Sobrinha Ratattoulie gritando: "volta Mainha, volta". Mainha é a forma carinhosa com que ela chama minha Mamãe até hoje. E até hoje eu escuto nitidamente a voz de desespero dela nos vendo ir embora e claro, na cabeça dela de 3 anos, para nunca mais voltar. 
No avião, Mamãe e eu só chorávamos. Papai não chorava, mas tinha os olhos marejados. Um silêncio profundo tomou conta de nossas almas até nossa chegada ao Rio, de onde pegaríamos um voo para Frankfurt e daí para Moscou.
Meu último dia no Brasil, há quase 20 anos é exatamente esse como descrevo aqui. Um dia onde eu com então 11 anos, era uma pessoa muito envolvida com os meus próprios problemas de criança, onde eu acreditava que amanhã seria um dia melhor, mesmo que esse dia fosse longe dos meus amados familiares. Na minha cabeça já um pouco adulta, era preciso. Era preciso ter força. Eu precisava a partir dali ser forte pela minha mãe. Quando viajamos para a Rússia, iriamos inicialmente ficar por um ano, mas sempre soube internamente que seria o contrário, que teríamos que ficar muito tempo e foi o que aconteceu. A notícia de que ficaríamos 4 anos não me chocou. Eu precisava sempre ser forte. E apesar dos pesares, acho que fui. 




sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

31 anos - dia 02

Para o segundo dia pensei e pensei muito e gostaria de dividir com vocês um pouco do que sinto pela minha infância. Aquela coisa toda vivida com uma vontade enorme de ser grande. Mas hoje, adulta, não grande, obviamente, sinto que eu poderia ter aproveitado mais. Essa sensação meio que me incomoda um pouco e eu as vezes, meio que inconscientemente quero reviver isso tudo de forma mais profunda, o que torna tudo isso algo estranho, tendo em vista que em breve eu farei 31 anos.
Mas eu acho que dentro dessa angústia de não ter vivido muito bem a minha infância, muito mais por culpa minha mesmo, me sinto privilegiada principalmente por ter vivido boa parte dela em Buenos Aires. Também nessa fase, Deus me deu 4 sobrinhos e apesar da primeira ter falecido antes de um ano, sinto que essa parte da minha infância é muito legal. Porque meus sobrinhos sempre foram especiais para mim. Com eles eu aprendi um pouco a ser criança, sendo criança. 
Eu nunca fui muito fã de criança maiorzinha sabe?Gosto de bebê fofo e cheiroso, mas sempre fui muito fã dos meus sobrinhos independente da idade deles e quando eles eram bebês eu sempre tentava dar uma amassada neles, pegar no colo, ajudar a cuidar, só que eu sempre fui muito estabanada, volta e meia acontecia algo, tadinhos. Quando Sobrinha Ratattoulie nasceu meu coração estava completo.  Eu sempre fui muito apegada à ela, quando nem sabíamos que era ela, pois minha irmã optou por não querer saber o sexo do bebê. 
E daí que até ir para a Rússia, minha infância foi melhorada com a chegada das crianças e toda a alegria que eles nos deram. Minhas melhores lembranças são dos domingos familiares com carrinhos, andadores, chupetas, fraldas de pano para lavar, criança chorando, comendo e eu lá na fila para comer as papinhas e mingaus que sobravam. 
Foram de fato dias muito bacanas, de sorrisos, de aprendizado. E me atrevo a dizer que apesar de não poder ter filhos e de não querer ao mesmo tempo, meu lado maternal surgiu ali, quando em 1991 minha casa se tornou uma casa cheia de encantadoras criaturinhas sorridentes e fofinhas. 


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

31 anos - dia 01

E hoje 26 de fevereiro eu venho dia após dia dividir com vocês as dores e as alegrias desses muitos anos de vida que completarei, se Deus quiser, dia 28 de março de 2015.
Eu adoro fazer aniversário, mas não gosto de festa, bolo e guaraná não. Odeio a musiquinha do parabéns e a nossa cara de: o que eu faço agora? que rola enquanto todo mundo repete a música. Lá em casa aliás é até legal cantar parabéns, porque o povo dá uma incrementada. Fora isso, sempre quero me esconder e cortar os pulsos. Esse ano quero inovar e comemorar meu aniversário com crianças de um orfanato. Veremos se darei conta.
Daí há uns 15 dias comecei a pensar sobre o que eu falaria aqui no blog por 31 dias e decidi ser eu mesma, contar meus amores e desamores, algumas histórias de bastidores e revelar alguns segredinhos, não tão segredinhos assim, mas que me tiram da zona de conforto. Porque eu penso: poxa, se eu superei aquilo, porque não posso superar isso? Algumas coisas irão chocar, talvez eu perca pontos, desbrave continentes internos que não precisariam de desbravados, mas eu não ligo, preciso desabafar. Não sou famosa, mas a minha vida dá muito filme também. Posso não ter um histórico de abuso de drogas e superação, mas tenho muito chão. Não sou exemplo para ninguém, a minha história de vida sim e sobre isso que falarei nos próximos 31 dias, se Deus quiser. 
E como primeiro post claro, quero relembrar aqui a minha adoção. Sei que tem um monte de texto meu falando sobre isso, mas o que vocês não sabem é que em 2013, minha irmã biológica mais velha me encontrou no face e tentou uma aproximação. Quando eu descobri quem ela era, meu coração transbordou, de medo. Apesar de tudo, nunca me preparei para isso. Quis por muito tempo conhecer minha família biológica, mas ao mesmo tempo não. Achava e ainda acho perda de tempo. Sei lá, o que aconteceu aconteceu e cada um seguiu seu destino sem dores. 
Mas aceitei um contato, naquela esperança de colocar amor em meu coração por àquela pessoa que me gerou e me colocou no mundo. Minha irmã, à pedidos, fez um resumão do que rolou há 27 anos, mas não me comovi. Não conseguia me identificar com todo o drama envolvido e não consegui enxergar que ali havia um sentimento profundo e sincero. Daí que aos poucos fui me afastando e sem mais nem menos cortei os laços de uma forma total. 
Muita gente me fala que eu devo saber da minha origem, do outro lado da história, que talvez seja uma forma de retribuir à vida a oportunidade que eu tive, que querendo ou não ela é minha irmã e que eu tive uma mãe que me deu algum mínimo de amor. Mas eu sou firme no que penso e o que eu penso é que minha família é essa que me criou, que me educou, que me deu amor e carinho e principalmente um lar normal, livre de amarras, de medo, ódio e desespero. 
Sei que entristeci muito a minha irmã lá, que hoje mora em Belém, mas ao mesmo tempo me sinto tranquila. Optei por não querer saber absolutamente nada, nada que vá me tirar do mundo que eu amo. 
Não odeio a pessoa que me gerou. Acho que ela e Deus sabem os reais motivos de tudo. Cada uma viveu nos últimos anos o caminho que precisava viver. E quero que ela saiba da minha gratidão. Só. Nada mais. Não há nessa história amor de mãe e filha e eu sempre vivi muito bem com isso e sem isso.
Me julguem, mas não sou mau amada, ingrata, nem desejo o mal dela, nem de ninguém da minha outra família, que teve seu papel forte e já realizado em meu destino.
De resto, só quero seguir. As vezes quando vou em um médico e ele me pergunta sobre o histórico de saúde da minha mãe e do meu pai sou honesta: não sei. Tudo que eu sei é que minha mãe tem um gosto mais intenso por bebida. Antes eu não falava isso, mas sabia que era errado porque infelizmente o sangue que corre em mim não é do Papai e da Mamãe e eu não poderia colocar minha saúde em risco afirmando o contrário. 
E minha vida segue muito bem obrigada sem convivência e sem revirar os túmulos passados. Enterrei. Sejamos felizes. Ponto.


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

"Para consolar uma alma na sua dor, mostre-lhe todo o bem que ela ainda pode fazer." (Santo Padre Pio de Pietrelcina)

Quando li a oração deste post me emocionei. Porque ontem eu tive uma conversa bem franca com a Sobrinha Ratattoulie sobre um episódio intenso vivido por mim há 10 anos. E lembrei imediatamente da dor que senti e de tudo que aconteceu nos meses que se seguiram à esta noite. 
Hoje, passados todos estes anos me vejo não vítima, mas vencedora. Talvez não seja lá algo que tenha alarmado a minha alma, mas a dor foi intensa e só com muita coragem eu segui e segui muito bem obrigada!
E a vida é isso: dores constantes, diárias e muitas vezes eternas. Mas fazer o bem, sem esperar absolutamente nada em troca, ainda que o mundo diga o contrário, é de fato um alimento eficaz para a recuperação da estima, da fé e da própria generosidade. 
Posso não ser caridosa como se espera por aí, mas é no silêncio e nos pequenos gestos que o bem é feito e deve ser feito por todos nós.
E é isso que desejo à você: que o bem que você faz, seja ele em grandes ou mínimos gestos, seja capaz de te colocar nos eixos, quando por algum motivo, a dor invadir sua alma. Por experiência própria, vale muito, muito à pena.

Boa terça!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Oscar 2015

E ontem teve Oscar e eu não vi! Não ia assistir pela Globo nem se me pagassem (ok,se fosse o meu salário, eu toparia!)
Vamos ver o que eu achei bonito nesta edição?
Antes dos comentários, um amigo me fez uma observação importante: eu antecipei a tendência do cabelo curto. hahha Muitas atrizes aderiram e a maioria ficou linda. E para mim a mais elegante e linda da noite foi a Scarlett Johansson. Ainda bem que só falo do que gostei aqui. Porque o tanto de mulher esquisita que eu vi por aqui!! O que aconteceu com a Naomi Watts e Nicole Kidman? 

Tracey Edmonds - amei o look. Claro que o corpo dela é humilhante né?




Anna Kendrick - linda! Achei o cabelo perfeito. Só achei que essa cor apagou um pouco o brilho dela. 




Emma Stone - amei o vestido, mas essa cor não me agradou. Gosto dela em tons mais escuros. O cabelo me pareceu muito com os que ela já usou várias vezes, mas gostei do conjunto. 




Meryl Streep - básica. Mas acho que ela mostra que mesmo sendo uma premiação top, não é preciso muita ostentação. Achei que ela ficou apagada nessa maquiagem, mas aí eu a amo então nem ligo!




Jennifer Hudson - inspiração. Corpão lindo, amei o vestido e sou apaixonada no cabelo dela. Fora que ela me parece simpática e feliz!



Jessica Chastain - esperava mais dela, mas gostei pela simplicidade. Eu não teria usado o cabelo neste estilo, mas como sou fã dela, ela está por aqui.




Nancy O´Dell - arrasou nesse preto dramático. Parece muito com vários outros que já vi, mas achei que ela ficou perfeita nele.





Scarlett Johansson - linda, maravilhosa!

Scarlett Johansson (Foto: AFP)


Jennifer Lopes sendo ela mesmo: dramática, ousada, leve e sexy!

Jennifer Lopez (Foto: Getty Images)

Zoe Saldana - adorei o look, só mudaria a cor e pasmem: mãe de gêmeos há 3 meses! Dá vontade de cortar os pulsos né?

Zoe Saldana (Foto: AFP)

Robin Roberts - amei de paixão este vestido. O estilo está meio ultrapassado, mas achei que ela segurou bem, principalmente a cor.




Reese Witherspoon, maravilhosa! Amei esse vestido., só acho que ela poderia mudar um pouco o cabelo, ou ela prende ou o usa solto, nunca faz nada de irreverente.





Cate Blanchet - elegante, leve e com essa melancolia no olhar que a faz do primeiro escalão de Hollywood. 





Melanie Griffith e sua filha Dakota Johnson, básicas, elegantes, sexies e fortes, mas algue´m precisa alertar a Melanie, pois o botox já está mega evidente. 

Melanie Griffith e Dakota Johnson (Foto: AFP)


Então é isso. Espero que tenham gostado das minhas escolhas. Confesso que não me arrependi de não ter assistido, porque acho que há muito tempo o Oscar tem sido meio sonolento. Mas fiquei feliz em saber que O Grande Hotel Budapeste venceu por melhor figurino, melhor design de produção e melhor trilha sonora, pois foi o único que assisti e adorei!



sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

31 anos - dia 14

Dia desses em uma conversa com um amigo que iria passar uns dias em Buenos Aires, comentei que havia morado lá e que havia sido muito feliz. E ele me perguntou: por que você não mora onde te faz feliz?
Na hora ri por dentro. Achei uma pergunta audaciosa. E eu parei para refletir que nunca tinha pensado nisso de fato. E foi bem na semana que me mudei, então obviamente foi um susto essa reflexão repentina.
A verdade é que eu sou muito apegada. Não sei ao quê de fato, mas esse meu apego me impede de ousar. Sinto que dentro do que sou profissionalmente, poderia morar onde eu quisesse, trabalhar onde quisesse, ser o que eu quisesse, mas no quesito pessoal eu não acredito muito em mim. Não acho que seja emocionalmente capaz de mudar de vida radicalmente, mesmo claro tendo me separado, tendo mudado de casa umas 3 vezes nos últimos 7 anos. 
Esse meu apego me gerou comodismo. E a grande maioria de meus projetos, mentalmente são fora do país, na prática, no quadradinho chamado Brasília. Admiro muito quem tem essa alma desgarrada, que não tem apego material, muito embora eu não seja materialmente apegada, a não ser que ainda esteja pagando as prestações. Admiro quem viaja com uma mochila, embora esteja aprendendo que para viajar eu preciso de uma calça jeans e blusinhas para ir mudando. Se tiver praia, um biquine e um short, pois eu não nado, nem torro no sol. Em lugares frio, investir em casaco, bota e uma meia por dia. Aprendi que panela e cobertor a com um pouco de sorte se consegue com o vizinho e que dor de barriga só dá se você não tiver coragem de experimentar. 
Meu sonho sempre foi ou entrar para o Itamaraty ou me casar com alguém que vivesse viajando. Ou que precisasse se mudar para outro país. Nunca tive essa coisa de tentar a vida lá fora. Sempre quando me vejo fora, me vejo com conforto. Na teoria só a minha alma é livre, na prática tenho medo do novo, da mudança, do frio, da fome e da solidão.
E daí me vem a mente se eu teria coragem de me mudar para Moscou. Olha, eu amo muito àquela cidade. Com todas as minhas energias. Mas não sei. Hoje o meus planos são juntar toda grana possível para ir à Rússia na Copa do Mundo em 2018. Já me imaginei ficando lá sim, não vou negar, mas em minhas conversas com Deus peço que ele me guie para onde acredita ser o melhor lugar. Se for por lá, que eu tenha coragem de enfrentar a vida como enfrentei há quase 20 anos e que seja sempre para o meu bem. Se não, eu volto. 
E assim vou vivendo minha vida. Sonho alto, eu sei. Mas sonho né? Isso de morar fora sempre foi um plano, mas como já citado, me faltou um incentivo interno. Mas ao mesmo tempo amo o meu país, apesar dos pesares e sou feliz aqui também. O importante é que os momentos são para a construção da vida de uma forma geral. A felicidades é uma meta, mas nunca o único objetivo de vida. 


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Novidades

Estou tão envolvida em um projeto que vai ao ar a partir do dia 26/02 que tenho escrito pouco por aqui. Essa dedicação ao blog, ainda que imperceptível, ela é feita diariamente. Me desdobro lendo vários outros blogs para inspirar. Tenho lido também um pouco sobre ansiedade e tenho tentado me controlar. Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e eu não quero pirar.
A verdade é que eu me mudei e essa mudança ainda não foi processada. Talvez porque ainda esteja resolvendo a saída do outro apartamento. O pintor ainda está lá tentando deixar com uma cara boa o que não tem muita solução, tendo em vista que o prédio em si está cheio de problemas estruturais. Mas graças a Deus desde a semana passada eu tenho recebido o apoio de muitas pessoas e essa transição, apesar de ma causar certas cólicas mentais, tem sido engraçada. 
Sexta passada era o meu último dia no apartamento e eu só tinha encaixotado meus 135 livros. Sorte a minha que duas amigas foram lá e botaram para quebrar. Consegui um frete barato, generoso e dedicado e as coisas partiram rapidamente. Tirar das caixas teria sido um parto de 100 meses se um grande amigo não tivesse levado uma caixa de cerveja e animação. Sem ele com certeza eu estaria até agora dormindo dentro de alguma caixa. 
As meninas estão meio perdidas. Não só pela mudança em si, mas pelo espaço, 20 metros menor que o anterior. Elas tem espasmos e brigam e dormem e reclamam e grudam. Me preocupo muito com a sanidade mental delas, daí que estou tentando nas horas livres ficar ao máximo dando carinho.
Tempo livre que no meu caso só aconteceu na segunda de carnaval. Domingo trabalhei em um casamento fofo em uma das Igrejas mais lindas de Brasília e com festa sem álcool (amém). Na terça fui vistoriar a pintura do apartamento depois embarquei em uma aventura de montar porta-guardanapos para o casamento de uma amiga aqui da Repartição. Mesmo me sentindo um zero à esquerda na arte de decoração, até que me saí bem. Tanto que já pedi o material para ir fazendo em casa com calma.
Ontem fui dar uma entrevista, que é uma surpresa gostosa até para mim e vim ocupar espaço na sala, tendo em vista que quarta-feira de cinzas é o que o nome mesmo diz: cinzas. Choveu muito ontem e ainda chove aliás. 
Acho que é isso. Não esqueci o blog. Muito pelo contrário, por conta do projeto citado no começo do texto, tenho escrito muito e revivido cenas engraças, momentos importantes e rido e chorado. Esse lance de fazer aniversário mexe comigo. Tá é só mês que vem, mas vocês sabem como sou e não gosto de perder tempo.
Desejo um restinho de semana bem gostoso e animado. O Carnaval só acaba quando você quiser!
Beijos e beijos!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Sobre mudar - de casa

"As provações são sinais certos e infalíveis da amizade de Deus." (Santo Padre Pio de Pietrelcina)


E a semana começa meio agitada para mim, animada e com um pouco de medo no coração.
Depois de muito rezar, Deus me deu a oportunidade de encontrar um novo lugar para morar. O meu contrato vence em abril, mas eu decidi, ainda que pagando a tal multa por antecipação de saída, me despencar novamente para Águas Claras, local que morei por 5 anos antes de casar. Quase 5 anos depois retorno com uma pontinha de insegurança, mas ao mesmo tempo cheia de vontade de continuar sendo feliz. Sentirei muita falta dos tempos que vivi ao lado do trabalho e de tudo que vivi com essa facilidade, mas tem momentos da vida que a gente precisa dar uns passos para trás e recomeçar com a cabeça erguida. 
Antecipadamente gostaria agradecer à todos os envolvidos nesses anos morando aqui na Asa Norte. Pessoas que conheci, que me ajudaram na época da mudança e que acreditaram principalmente no meu casamento. E agradeço à quem vai me ajudar a retornar e a recomeçar em um lugar fofo, pequeno, aconchegante e especial. Espero que dê tudo certo, porque olha, isso de mudar é bem chato. São detalhes demais. Colocar 5 anos em caixas é um processo bacana, mas que dá uma certa preguiça né? Meu desejo de felicidade e gratidão à todos que acreditam em mim e que não me acham maluca por querer enfrentar engarrafamento. Quem convive comigo sabe que esse detalhe não me abala e eu sei, sinto, que serão novos tempos muito mais legais e felizes. E peço a Deus que minhas meninas gostem do local, pensei muito nelas, como minhas filhas, para que elas sejam bem felizes, se adaptem e continuem correndo e dormindo comigo, embora eu queira um quarto com porta para poder dormir sozinha de vez em quando. 
Assim que eu mudar e arrumar a casinha, mostro para vocês. 
Um beijo e boa semana!