sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

31 anos - dia 14

Dia desses em uma conversa com um amigo que iria passar uns dias em Buenos Aires, comentei que havia morado lá e que havia sido muito feliz. E ele me perguntou: por que você não mora onde te faz feliz?
Na hora ri por dentro. Achei uma pergunta audaciosa. E eu parei para refletir que nunca tinha pensado nisso de fato. E foi bem na semana que me mudei, então obviamente foi um susto essa reflexão repentina.
A verdade é que eu sou muito apegada. Não sei ao quê de fato, mas esse meu apego me impede de ousar. Sinto que dentro do que sou profissionalmente, poderia morar onde eu quisesse, trabalhar onde quisesse, ser o que eu quisesse, mas no quesito pessoal eu não acredito muito em mim. Não acho que seja emocionalmente capaz de mudar de vida radicalmente, mesmo claro tendo me separado, tendo mudado de casa umas 3 vezes nos últimos 7 anos. 
Esse meu apego me gerou comodismo. E a grande maioria de meus projetos, mentalmente são fora do país, na prática, no quadradinho chamado Brasília. Admiro muito quem tem essa alma desgarrada, que não tem apego material, muito embora eu não seja materialmente apegada, a não ser que ainda esteja pagando as prestações. Admiro quem viaja com uma mochila, embora esteja aprendendo que para viajar eu preciso de uma calça jeans e blusinhas para ir mudando. Se tiver praia, um biquine e um short, pois eu não nado, nem torro no sol. Em lugares frio, investir em casaco, bota e uma meia por dia. Aprendi que panela e cobertor a com um pouco de sorte se consegue com o vizinho e que dor de barriga só dá se você não tiver coragem de experimentar. 
Meu sonho sempre foi ou entrar para o Itamaraty ou me casar com alguém que vivesse viajando. Ou que precisasse se mudar para outro país. Nunca tive essa coisa de tentar a vida lá fora. Sempre quando me vejo fora, me vejo com conforto. Na teoria só a minha alma é livre, na prática tenho medo do novo, da mudança, do frio, da fome e da solidão.
E daí me vem a mente se eu teria coragem de me mudar para Moscou. Olha, eu amo muito àquela cidade. Com todas as minhas energias. Mas não sei. Hoje o meus planos são juntar toda grana possível para ir à Rússia na Copa do Mundo em 2018. Já me imaginei ficando lá sim, não vou negar, mas em minhas conversas com Deus peço que ele me guie para onde acredita ser o melhor lugar. Se for por lá, que eu tenha coragem de enfrentar a vida como enfrentei há quase 20 anos e que seja sempre para o meu bem. Se não, eu volto. 
E assim vou vivendo minha vida. Sonho alto, eu sei. Mas sonho né? Isso de morar fora sempre foi um plano, mas como já citado, me faltou um incentivo interno. Mas ao mesmo tempo amo o meu país, apesar dos pesares e sou feliz aqui também. O importante é que os momentos são para a construção da vida de uma forma geral. A felicidades é uma meta, mas nunca o único objetivo de vida. 


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