quarta-feira, 1 de julho de 2009

Intensificações

Hoje eu tive a conversa desabafo com a pessoa que queria, mas ainda não estou satisfeita não. Falta o olhar, o gestual, falta verficar se tudo que foi dito é de verdade ou apenas letras digitadas sem uma observação, sem o bom senso.
Tive um dia agitado, resolvendo coisas e coisas e ao mesmo tempo uma angústia que não parava de crescer.
Fico com vontade de sair por aí sem rumo, sem olhar para trás, de jogar fora, de resgatar.
Me convenci que toda a minha intensidade tem um custo muito alto para mim. Eu me apaixono, desapaixono, começo, termino, gasto e economizo, rio, choro, tudo de forma muito forte. Quando eu quero, eu quero, quando eu amo, eu amo, quando eu odeio então é de uma fortaleza sem fim. Luto pelo que quero na mesma velocidade com que abandono projetos e amigos e sonhos.
E é assim que recrio minha lama e transmito a sensação de uma constante felicidade que desaparece no pôr do sol e que me assombra na calada da noite.
Escrevo e desabafo, tomo meu chá e aguardo com que intensidade amanhecerei para o próximo passo.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Eu estou com vontade de encontrar uma pessoa e dizer poucas e boas.
Desabafar sabe?.
Eu costumo resolver as coisas na base da conversa, não gosto de desprezar. Prefiro berrar, chorar e até magoar, mas falando, gritando, aclamando.
Esse lance de ignorar me faz pensar em superioridade falsificada. Detesto pessoas que agem como se não houvesse amanhã. Como se ela sendo exatamente como eu sou, tem o direito de achar que pode me humilhar, pois para mim, silenciar diante de um pedido de sinceridade é a pior das formas de tratamento.
Mas aí eu reflito que aprendi que tenho minhas próprias lutas internas. E sei que cada coisa acontece exatamente para que eu olhe para frente.
Odeio o papo auto-ajuda, mas à essa altura do campeonato só o tempo mesmo.

A moça que fala muito mais do que eu

Antes eu era a única pessoa a quem meu chefe poderia contar sobre seus 40 anos no mar. Agora eu tenho companhia de um rapaz de 20 e pouquinhos anos. Simpático e bonito, teremos agora leves e engraçados dias pela frente.
Agora eu preciso tentar calar a boca de um simpática mulher da sala ao lado. Ela fala tanto, que chego a imaginar que sou muda. Ela consegue me barrar.
Da próxima vez que alguém disser que eu falo demais, apresento a vizinha de sala.
Eu sei tudo sobre a vida dela, que é divorciada, que a pensão é X, que a filha é isso, que o irmão operou, o carro quebrou e de ainda escuto conselhos espirituais e ela decifra sonhos.
Tudo de forma muito intensa.
Eu mereço!

O contrato maluco

Sinto muito sono, é eu acordo as 05h40, pego o metrô as 06h57 e um outro bus as 07h30, chego as 07h50 em frente ao trabalho. Na volta, pego o bus as 18h25 e apareço em casa as 19h50.
Isso todos os dias de minha vida, desde o mês de maio.
O lance pior que isso, é saber que, a empresa que me contratou, faliu. Eu já tinha cumprido 1 mês do contrato de experiência, os famosos 3 meses. Com a nova empresa assumindo o posto amanhã, eu recebi a notícia de que somente a partir de amanhã é que o meu contrato de experiência está valendo de fato.
Sim eu terei que passar por mais 3 meses e o passado eu perdi, é como se eu nunca tivesse trabalhado lá.
Se eu não tivesse recebido salário, eu teria me jogado do 4º andar da empresa.
Essas coisas só acontecem comigo!.
Nada pior que perder o bus, mas eu creio que conseguir pegar o bus e ele morrer no caminho, ah isso me tirou do sério. Tive que cancelas a minha amada aula e ainda voltar à pé para o caminho de origem para conseguir voltar para casa. Sim, a minha cidade é bem planejada para pessoas possuidoras de carros imaginários.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Solid....

Sabe quanto custa querer muito uma coisa?....Perdê-la na metade da conquista.

Assim construímos pontes sem destino, caminhos superficiais, noites em turbulências admiráveis. Sacio a sede do dia sem arco-íris, sem flor, sem pressa.

Minha meia verde, meus óculos sem cores, a enxarpe que coloco sobre a mesa, copos e jornais. A televisão desligada, música no prédio ao lado. E você que nunca aparece, quando eu preciso de alguém para simplesmente estar comigo.

O vento. Encosto minhas dores, pego a luz e vou. Amanhece. Solidão.

sábado, 27 de junho de 2009

O sono veio e se foi na calada da madrugada. Olho para os cantos da casa e vejo o nada e ouço meus temores. A minha respiração se perde em meio à tanta solidão e falta de criatividade.
Não me animo, me destruo entre o levantar e o escolher. E desvio meu olhar, procuro luz e absolutamente não encontro minhas guloseimas preferidas.
Sofrimento do não. Do não quero. Do não posso. Do não vou à lugar nenhum com você.
Recomeçar é sempe uma dor que não incomoda, mas que desconforta meus sonhos e deslizes.

Adeus Michael!

A morte do Michael Jackson mexeu um pouco comigo. Cresci ouvindo suas músicas e vendo seus escandâlos sendo distribuídos pela mídia. Vi seus filhos nascerem em meio à turbilhões de suposições sobre o fato de ser ou não inseminação artificial, ou se era bebê de aluguel. Pedofília e cirurgias. E ele lá na dele, com as esquizitices dele, ficando pobre, perdendo bens. Mas nunca os fãs. Porque ele criou seu mundo particular e cada um que acompanhava sua vida tornava-se então um ser também particular.
Sentiremos falta, claro que sim. Não se faz mais artista com paixão pelo que faz. Tudo é tão miojo (3 minutos e já pronto para comer!). Música boa, poucas rolam por aí na atualidade e grandes shows, muito mais raros.
Claro que será um saco o que a mídia fará a partir de agora, o Astro Pop poderá até virar santo. Mas o que eu realmente espero é que ele descanse em paz.
Sábado. Minha amiga comprou 2 Hamsters. Ela está feliz, eu fico também.
Semana passada eu encontrei uma amigona, que está saindo de casa também. Tem a minha idade, tem um emprego "fixo" e é formada. A briga com a mãe teve agressão física, e então ela veio me perguntar como eu estava me sentindo, meses depois da saída.
Falei somente que eu me sentia bem as vezes, e que é natural o sentimento de culpa, o medo a insegurança, e isso não passa por um bom tempo. Eu me senti mal 2 meses seguidos e a vontade que tive de desistir foi imensa.
Eu chorava com medo de não ir para o céu, medo de não me virar sozinha, medo da rejeição familiar, medo dos amigos, medo da amiga se cansar, o medo das diferenças entre nós duas.São tantos os medos, que as vezes eu achava que não ia dar conta.
Não pude aconselhar muito, porque a decisão é dela, mas os prós e os contras foram todos analizados e eu mantive a postura de que ela deveria ter coragem e superar o medo é com o tempo. Mas ela precisa conversar mais com a mãe, tentar não sair assim na briga, porque o processo de reconquista é muito doloroso.
Ela chorou bastante, porque essa etapa é a da confusão mental. Ela quer e ao mesmo tempo acha que vai passar. Mas quando chega nesse ponto é bom rever a relação. É como um casamento, se está fazendo mal, tem que mudar tudo e drasticamente. Nada de ficar empurrando, tentando anos à fio, arrastanto dor e sofrimento. A hora do "acabou" é sempre muito ruim, mas infelizmente a gente precisa esperar.

Tomara que minha amiga fiquei bem.

P.S: a coleguinha do namorado bruto tá na pista, solteira. Já marquei dança e bebida, para ela recomeçar bem feliz!

afasta a alma crua e doente

Alguém me disse uma vez que as coisas comigo funcionam de uma forma estranha. E até hoje eu não entendi o significado da frase.
Alguém me disse uma vez que vou ficar sozinha para o resto da vida. E ontem eu entendi tudo.
Alguém me disse uma vez que sou linda e simpática e maravilhosa. Certamente esta pessoa desapareceu no mundo.
E a vida parece um mistério infinito de sentidos sem nexo. Alugo uma roupa, vou à festa, bebo e caio. Meus porres alimentam o vulgo ser de uma catástrofe alucinante.Os remédios não funcionam, uso e abuso da sensualidade da boneca inflável e troco o cinza pelo vibrante de suas falsas mãos.
Já nada me satisfaz, afaste-se de mim. Não me ofereça o que nunca poderás me dar, nem me enganes com palavras tiradas da Bíblia ou do Corão.
Desapareça, seja apenas meu amigo imaginário e teórico.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Você tem medo de?

Li um texto sobre medo e comecei a pensar nos meus. Apesar de que, percebi que muitas coisas que aconteceam em minha vida eu enfrentei com muita determinação e não sei exatamente se isso é muito bom, ou se é medonho.
Fico lembrandos das vezes que encarei meus medos de frente e fui atrás. Acho que sair de casa define exatamente a pessoa que sou, e entendo que isso ultrapassou vários limites da insanidade que possuo. E largar o emprego fixo e mais ou menos bem remunerado por outro. O pedido de demissão provou que algo em mim enfrenta o medo.
E quando enfrentei correntezas. E quando na escola, eu fazia questão de cair na porrada com as garotas mais valentes da temporada. Vejo filmes de suspense sozinha. Já escalei, pulei em uma cachoeira sem saber nadar. Eu ando sozinha pela cidade, pela noite e atravesso os túneis temidos do Eixão Norte-Sul. Eu cortei o cabelo e pintei de laranja. Coloquei 2 piercings, meu Deus que medo que eu senti, e que dor!!!.
Eu já contei meus segredos para a minha mãe, mesmo com o medo da rejeição, da indiferença. Quando me apaixonei, eu sempre contava para a pessoa amada sobre meu sentimento, mesmo com o medo do não te quero, não gosto de ti. Sempre terminei minhas relações furadas, mesmo com o medo de nunca mais conseguir ter um namorado.
Mas ainda tenho muitos medos guardados em mim. Medo de pular de para-quedas; medo do mar; medo de almas penadas; medo de malhar todos os dias (preguiça disfarçada!), medo de perder meus amigos mais fofos e lindos; medo da rejeição ainda da famíla por ser quem sou, a mais diferente de todos os filhos. Medo do abandono, da solidão que sinto em determinados momentos. Medo do casamento e de ter filhos. De não conseguir me estabilizar, encontrar um rumo, de não conseguir voltar à Russia; medo de me cortar, de cair da cama e de não ser feliz.
Mas enfrento o dia. Se hoje eu tiver que superar algo, terei que vencer meu desejo mais íntimo, meu medo mais profundo. Fácil nunca é; possível de vez em quando; gratificante, sempre.
Acordo tão cedo. Sozinha, cantando. Ligo o computador, preciso me informar.
O dia, certamente terá 24 longas horas. O sentimento de tempo perdido continuará assombrando a minha alma, mesmo efetuando um milhão de tarefas.
Falta algo; quero algo; sonho com tudo diferente. Acredito.
Tomo meu café da manhã. Escolho a roupa; ponho meu salto mais alto. Eeu quero chamar a atenção. Eu quero olhares profundos e assobios desesperados. Assim, me sinto diva por alguns poucos instantes.
Leio e-mails que nunca existiram; vejo as fofocas com um ar blasé. Nada importa de fato, só quero me sentir protegida e aquecida no frio que assola o cerrado.
Mas não há ninguém aqui. Por isso, só posso continuar esperando. O tempo.
Vou esclarecer antes que dê algo errado, que os textos que venho postando agora, são textos que escrevo no trabalho e salvo no meu e-mail. Lá eu não tenho acesso ao blog.
Então por isso o texto de ontem foi um pouco pesado. O escrevi na semana passada.

Beijos e um lindo dia!