terça-feira, 26 de maio de 2020

Há 21 anos

Eu sei que você querido leitor, está de saco cheio de ouvir há 21 anos minhas histórias sobre Moscou. Só no blog são 13 anos martelando esse passado que eu sempre acho que irei reviver, mas aí vem a caminhada e me coloca em stand by. 

Hoje completo 21 anos do dia que eu considero um dos mais tristes de minha vida. Aquela tarde de primavera me trouxe muitas lágrimas por estar saindo daquela caminhada sem saber absolutamente nada do que me aguardava em nosso retorno ao Brasil.

Lembro de meus amigos da escola com uma faixa, na porta da Embaixada, muitas, mas muitas lágrimas. No carro, meu primeiro namoradinho segurava minha mão. Mas confesso que eu não estava nada triste por deixá-lo. A minha tristeza era por ter que voltar para o Brasil. 

Entendam, não é que eu não amasse o Brasil, mas naquele momento eu amava Moscou de uma forma tão intensa que eu tentei de tudo para ficar. Acho que teria até me casado, aos 15 anos, para ficar lá. Era algo muito sincero. Eu me sentia realmente parte daquele povo e sim, até hoje, apesar de tantos anos e águas embaixo da ponte, eu não superei meu retorno. 

Mas ao mesmo tempo, sou grata e não tem outra forma de encarar essa parte de minha vida. 4 anos intensos pra caramba, divertidos sim, alegres sim, de muito aprendizado, de muitas noites mudando os móveis do quarto de lugar, muitas faxinas, e muitas horas de estudo e leitura. Me tornei uma pessoa ávida por leitura graças aos meus anos em Moscou. E me tornei muito comprometida e pontual, características que eu observei e capturei para mim. O russo é muito isso: comprometido e pontual. É frio, mas acolhedor quando não se sente usado. 

O quê eu menos gostei em tudo, obviamente, foi o frio e a neve. Se eu pudesse ter vivido esses 4 anos sem o inverno eu não teria nenhuma reclamação, nem mesmo dos momentos mais pesados de relacionamento com meus pais. Nem mesmo quando eles ficaram doentes, ou quando a saudade do Brasil deixava mamãe super depressiva. Tanto é que no verão eram os dias em que eu menos dava trabalho, pasmem. hahaha

Muito feliz hoje. Nostálgica. Revendo meus passos, minha história, meus amigos... tanta coisa guardada em meu coração. 

Espero voltar. Sempre espero isso. Se Deus quiser não passarei esses meus próximos dias de vida, sem visitar a cidade mais linda e especial do mundo. 

segunda-feira, 25 de maio de 2020

A solidão da quarentena

O assunto do momento, em todas as esferas, ainda é a quarentena, o COVID-19 e todas as suas implicações. Eu passo o dia pensando nisso, nas pessoas, e na consequência de tudo isso para todos, sem exceção, ao redor do mundo. 

Pessoalmente eu achei que fossem ser dias piores. No começo eu me senti péssima, mas fui me acalmando, principalmente porque, graças a Deus, não fui afetada diretamente com o ficar em casa. Mas isso não me acalmou total, eu penso muito nos que estão ao meu redor, e que foram afetados profundamente, seja profissionalmente, seja socialmente. Tanta gente que sofre até hoje com redução salarial, que se viu tendo que trabalhar na linha de frente nos hospitais, que teve que virar professor dentro de casa. 

E ontem li sobre uma atriz que celebra estar solteira nesta fase. E me peguei pensando no tanto de gente que assim como ela, como eu, estão passando por essa sozinhas. Sem nem um contatinho, como está na moda dizer. 

Eu super agradeço por nesta pandemia, não ter marido nem filhos. Parece egoísmo, mas eu penso muito em como seria se eu neste momento, além de todas as minhas preocupações, tivesse ainda que lidar com relacionamento e filhos. Mamãe diz que eu me sairia muito bem como mãe, mas eu tenho minhas dúvidas. 

Algo que eu tenho admirado muito são essa mães, que além de toda problemática, se tornaram professoras, psicólogas, faxineiras, empresárias... Meu Deus, mulher é um ser que precisa ser estudado né? Eu particularmente agradeço de fato até ser tudo isso, mas sozinha. 

É fácil? Não. Sou humana e não somente na pandemia, mas antes eu sentia falta de uma companhia. Mas eu estou tão acostumada com o meu mundo em construção, que hoje eu não visualizo uma relação normal. A minha rotina é muito objetiva, muito particular, muito minha mesmo. E agora nessa obrigação do isolamento, tenho vivido até bem, mais tranquila e sem todas essas crises que existem em vários tipos de relacionamentos.

A escolha que eu fiz no dia 21 de abril de 2019 nunca fez tanto sentido para mim. E eu nem imaginava que de repente eu precisaria viver isso na prática de forma tão intensa. 

Me conta aí: como está sendo a sua quarentena sozinha?



quinta-feira, 21 de maio de 2020

O respeito à próxima!

"Como Mulheres, temos todas que apoiar umas as outras" - Michelle Obama.

O Jornal Capital em Foco tem em sua live hoje a Delegada Jane Klébia e falaremos sobre "A linha de frente da Segurança. Enfrentamento aos crimes domésticos em cenário de pandemia"

E achei essa frase da Michelle e tudo fez sentido. E de repente, em mais um dia, me pego pensando nas mulheres espalhadas pelo mundo que estão não só passando necessidade, mas estão além de toda dureza da vida, sofrendo violência doméstica. 

Acho isso tão injusto. Me doi tanto quando penso nisso. Quando imagino que neste momento onde deveríamos estar todos nos acolhendo no amor, tem gente que tem espaço no coração para odiar o outro, para desejar o mal, para semear a discórdia, a competição, a infidelidade, a deslealdade, o rancor e principalmente, gente que fere o outro fisicamente. Quando esse outro é uma mulher, eu realmente não consigo me acalmar. Falta o ar em um nível que acho que estou com o corona.

Se tem algo que esse isolamento está me ensinando é pensar no outro. E a chave virou efetivamente quando soltei a frase infeliz que me distanciou uma grande amiga. Contei isso aqui: https://bolshaia.blogspot.com/2020/05/pedido-de-desculpas.html

Estou aprendendo que a dor do outro é diferente da minha, mas não significa que seja menor. Que tem muita gente sofrendo de verdade, não esse meu sofrimento. Tem gente passando fome. Desempregado. E como a maioria da população é composta por mulheres, sim, estou ainda mais aprendendo a respeitar a minha companheira do lado, mesmo que eu não a conheça. Porque só ela sabe o quê tem sido difícil para ela. 

O que eu quero hoje, é reafirmar meu comprometimento em respeitar o outro. Parar de exaltar os defeitos do outro. Sou humana e não sou Deus. Quero somente ser apoio e colo quando alguém precisar de mim. Parar com essa competição invisível entre nós, mulheres, porque somos todas feitas de lutas, de muitas batalhas diárias e de sobrevivência ao machismo, ao desrespeito, ao racismo e a homofobia. 

Em orações diária por você mulher brasileira, independente de classe social, de quanto ganha ou deixa de ganhar, cor, credo e sexualidade, porque eu sei que você pode estar neste momento sofrendo algum tipo de violência e precisa de muita coragem para sair dessa. E vai sair! Conte comigo! 




quarta-feira, 20 de maio de 2020

Bom dia. Boa tarde. Boa noite.

Escrevi um dia desses algo assim: agora é a hora de aproveitarmos que não podemos embolar os corpos, para tentar embolar as almas, mas nem todos estão preparados para essa conversa. O isolamento para quem é solteiro deveria ser o momento de troca de cartas, como antigamente sabe? De conhecer um ao outro. Tá, escrevo isso em outro post. Melhor. 

E conforme prometido, venho eu aqui tentar explicar o que me incomoda. Sei que incomoda muitas mulheres, por mais descoladas e independentes que sejam. 

A questão toda é que eu sinto falta de conversar mais com os caras que supostamente se dizem interessados. Não sei se é preguiça de digitar, ligar, conversar mesmo. Falta assunto? Ou eu não sou digna de um conhecimento mais aprofundado à distância enquanto encontrar pessoalmente esteja fora de cogitação?

É um tal de bom dia, boa tarde, boa noite e bom fim de semana. cri cri cri. A gente tenta desenvolver uma conversa, mas aí vem uma piada sem graça, ou um comentário fora de nexo. E piora o fato de que é por mensagem e não tem como olhar bem fundo do olho do cidadão par dizer: "hum, menas né?

Lembro quando eu era adolescente eu costumava trocar cartas com meus pretendentes. Era muito engraçado. E tinham os cadernos cheio de perguntas que rolava pelo colégio e dava para tentar descobrir o que a gente gostava. E me lembro bastante que era comum os rapazes tentarem descobrir nossos gostos para nos impressionar. E quando aconteciam os encontros sempre tinha mais dialogo e era uma delícia descobrir as afinidades. 

Pensei que nesse confinamento fosse acontecer algo parecido. Conversas, perguntas, descobrimento de afinidades... 

Mas o que aconteceu comigo foi uma total desistência de manter dialogo, de me expor, de parecer que estou desesperada para namorar por pessoas que só querem furar a quarentena e fingir que nada aconteceu. Fora que tem uma galera que ainda acha que é só uma gripezinha e me acha exagerada. 

Então é isso. Desabafado. Embora eu queira acreditar que é só falta de tempo mesmo. Ou de puro interesse. Acontece muito. Não é para ser.  

Seja o quê Deus quiser! 

A falta de contato

Acabei de ficar vermelha de vergonha com uma frase que soltei. Mas já passou. 
Parece que esse isolamento sinistro em meio a tantas mortes está me deixando mais pirada do que já sou normalmente.
Eu simplesmente senti que no momento não estou sentindo falta do toque. Daquele abraço demorado. Será que isso é o que nos tornaremos no futuro?
Não sei. 
Esta semana está nebulosa. 
Parece que parei no tempo. 
Não amo, não odeio, não quero muita coisa. 
Gostaria de emendar dias de sono. 
Não posso.
Preciso reagir.
Fugir. 
Mas eu só tenho 2 reais.
E sonhos. 

segunda-feira, 18 de maio de 2020

No aguardo do fim.

Se eu me afasto, é porque algo aconteceu, algo foi dito, algo se perdeu. Não é do dia para a noite que eu deixo de gostar de alguém, mas posso perder o encanto e a admiração em segundos. 
Autor desconhecido @sintonizoufrases 


Fazia um certo tempo que eu procurava as palavras certas para expressar meu cansaço atual na procura de minha alma gêmea. E eis que navegando aleatoriamente no meu insta do @bolshoicerimonial, encontrei. 

E essa frase disse tudo. Nem precisarei falar muito. Mas complemento que esta quarentena acabou me fechando mais do que imaginei que pudesse me fechar. Me decepcionei tanto nestes últimos 2 meses e em determinados fatos bem mais do que já me decepcionei a vida inteira. 

E acho que é muito por mim mesma. Ando com muita preguiça das conversas e até das que não acontecem. Falta vontade, reciprocidade. No meu caso, as pessoas não se interessam por mim, e eu sei que não sou tão desinteressante. E as que vinha tentando uma interação, conseguiram me decepcionar em um nível que não tem mais jeito. 

Mas acho que é muito Deus me provando a minha real necessidade de esperar. Já vinha fazendo isso antes da quarentena né? Acho que é bem isso aí mesmo. Esperar um pouco mais pelo cara que tenha o quê conversar, que goste de algumas coisas que eu gosto, que não pense só em transar e que se mostre mais presente. Provável que ele não apareça agora, porque além da minha total vontade de interação, não sou adepta de sites de relacionamento. Apesar de que comentei isso outro dia (vale um texto sobre) agora é a hora de aproveitarmos que não podemos embolar os corpos, para tentar embolar as almas, mas nem todos estão preparados para essa conversa. O isolamento para quem é solteiro deveria ser o momento de troca de cartas, como antigamente sabe? De conhecer um ao outro. Tá, escrevo isso em outro post. Melhor. 

Estou bem tranquila apesar de tudo. Este isolamento é o momento ideal para os livramentos, as reflexões, os cuidados pessoais com o corpo e a mente. É tempo de repensar que tipo de vida será necessária ser vivida quando tudo isso acabar. 

Você que assim como eu ainda não deu sorte com ninguém, vai dar tudo certo. Sempre em orações pelo amor no mundo para o maior número de pessoas. Só o amor cura, salva e engrandece a alma. 







sexta-feira, 15 de maio de 2020

Dia Internacional da Família - 15 de maio

Depois que passei a colaborar com o Jornal Capital em Foco tenho escrito muito sobre datas comemorativas importantes. Tento colocar um pouco da história naquela matéria e envolver quem lê.
A minha ideia é que não seja só mais uma data, mas que ela faça sentido. 

E eis que hoje se celebra o Dia Internacional da Família e diferente do dia das mães e demais datas comerciais, eu acho que esta data merecia uma atenção mais específica, merecia de repente que fosse celebrada da mesma maneira como são celebradas as outras datas: com shopping lotado, mensagens de amor e afeto e uma grande festa, talvez no mesmo nível do Natal, por exemplo. 

Porque para mim comemorar uma data desta magnitude é agradecer pelos projetos de Deus em nossas vidas, é agradecer por termos uma família que nos acolhe, que nos ajuda, que nos cria, que nos orienta. Independente da forma que esta família seja constituída, creio que é o bem mais precioso que podemos ter. Tudo começa pela família.

Tudo bem que como tudo nesta vida, nenhuma família é perfeita e que tem muita gente que prefere não ser próxima. Tem gente que está longe da sua e forma nos amigos esse alicerce. Tem gente que tem família grande, pequena, feliz e cheia de problemas. Só que entre tapas e beijos é na família e em pelo menos uma pessoa dela que a gente pode confiar e contar. 

Hoje eu agradeço pela minha família que está comigo desde os meus 3 anos. Nela eu tenho meus exemplos, as orientações necessárias e o aprendizado que me fortalece quando tudo parece perdido. Claro que sou mais próxima de uns do que de outros, mas no geral, a minha família é unida, carinhosa, presente e incentivadora. 

Agradeço também pelas muitas formas de família que me acalentam pela caminhada. Amigos, pais de amigos, avôs de amigos, noivas, as famílias das noivas. Tanta gente que se tornou parte do que me transformo a cada dia. 

E por último, agradeço por ter a minha pequena família, em uma configuração humana e pet, já que tenho minhas duas gatas, que principalmente agora que nos encontramos todos muito loucos e perdidos, me trazem paz. 

E desejo que hoje e sempre, todos sintamos que vale a pena cada membro de nossas famílias naquilo que queremos, sonhamos e estamos construindo ao longo da nossa existência. 


terça-feira, 12 de maio de 2020

Ficar em casa

Eu sei que para a grande maioria da população mundial, ficar em casa durante todo este tempo é uma desgraça sem precedentes. Porque isso significa não trabalhar, logo não ter renda, logo passar a mais profunda das necessidades: a falta de comida. Para muitos nenhum auxílio financeiro será o suficiente, no máximo o de Deus, mas com a barriga vazia, provavelmente ninguém irá perceber isso. Então, não é para eles romântico ficar em casa, e meu coração sofre demais quando penso nisso.

Para mim, pessoalmente, no começo, mesmo saindo para trabalhar 2 ou 3 vezes na semana, ficar em casa era algo puxado, impossível e cansativo. Minha casa sempre foi meu refúgio para dormir minhas 8 horas diárias. Ou descansar depois de um evento, mas faltava uma ligação profunda. 

De repente vamos para o segundo mês de home-office e eu aprendi a amar cada cantinho desses 30 metros. E os planos para quando tudo isso passar será investir pesado em dias melhores em casa, pelo maior tempo possível, aproveitando minhas gatas, meus livros e até mesmo uma comida caseira. 

Tenho para mim que sairei muito menos, provavelmente somente para eventos familiares ou de amigos especiais. Boates e bares fechados não mais serão frequentados por mim. Já não era de ir em show, provavelmente não irei mais. Quero sair mais? Sim, quero prestigiar o quê for menos aglomerado possível, tirando claro, meus eventos, que geralmente são compostos por menos de 200 pessoas, contando com a equipe técnica.

A questão é que essa pandemia tem alterado muito nossas questões internas e externas, não adianta negar. Temos valorizado pequenos momentos, criado outros muito significativos, fortalecido relações e até mesmo deixando para trás coisas e pessoas que não agregam mais.

Não seremos mais os mesmos. Pelo menos espero. E que disso tudo, surjam muito mais atitudes positivas e generosas. E espero que quem não pode ficar em casa, mas é obrigado a estar, que estes dias voem e vocês consigam se recompor da melhor maneira possível.

Vou ficando por aqui. Acabo de almoçar, vou varrer a casa, e voltar à minha mesa de trabalho em casa. Graças a Deus! 

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Fina Estampa

A Globo, impedida de gravar suas novelas, está reprisando alguns de seus maiores sucessos. Já tivemos Avenida Brasil e sua vilã master, Carminha. E no horário das 21 está reprisado Fina Estampa, que é do ano de 2011 e que permanece muito realista. A novela trata da rivalidade da Pereirão e da Socialite Tereza Cristina. 

Pereirão, vivida pela Lilia Cabral é viúva, mãe de 3 filhos e os criou fazendo consertos em casas. Tereza Cristina vivida pela linda Cristiane Torloni, passa a odiá-la depois que sua filha se envolve com um dos filhos do Pereirão. 

E aí que a gente analisa alguns perfis da novela e entende porque ela é tão atual. Temos de tudo: uma mulher batalhadora, pobre, mãe solo, que sustenta a família com o trabalho digno. Ela até ganha na loteria, mas isso não muda seu perfil honesto e família. 

Por outro lado temos a gananciosa, inescrupulosa, mau caráter e mimada, Tereza Cristina. Ela faz de tudo para humilhar seu marido, sua filha, seu irmão, sua tia e seu mordomo, o carismático Crô.

E a novela trata dessa eterna batalha entre o bem o o mal, entre a honestidade e a mentira. O usar de artimanhas para o alcance de objetivos à qualquer custo.

Mas a personagem da Torloni é a que mais impacta. Ela é homofóbica, gordofóbica, xenofóbica. Usa palavras como feio, pobre, biba, múmia, lesma, burro, assim como se estivesse elogiando. Ela é tão mau caráter que chega a propor que sua filha realize um aborto somente porque ela está grávida de um pobre, que vem a ser filho de sua inimiga. 

E o quê isso tem a ver com o hoje? Tudo! Porque o que existe de gente fina, elegante e sincera que acha que ter dinheiro é sinal de honestidade. Que trata o outro que não seja de seu nível social como se fosse um animal. Que despeja sua opinião maldosa e não tem um pingo de empatia pelo mundo que cerca seu umbigo. 

Eu assisto a novela primeiro porque sou noveleira assumida, mas segundo porque mesmo muito agoniada com as cenas da Tereza Cristina, eu consigo refletir sobre quem sou e sobre quem me cerca. Ando tão mexida com todas essas questões, que estou deixando de lado amizades que não tem empatia pelo outro, principalmente em tempos tão difíceis. Eu não sou de fazer caridade, e quando faço eu não costumo mostrar não, mas tenho tentado fazer o mínimo pelo próximo. Acho que é importante não sair se vangloriando nas redes sociais, porque tem um tanto de gente que está em situação precária. 

O que esta novela tem me ensinado, não tem como descrever. Tenho me fortalecido como cidadã e como mulher que luta pela minha sobrevivência, sem humilhar, sem me achar melhor do que ninguém, sempre dentro da honestidade, das lições aprendidas com minha mãe. Sorte que apesar de tudo, temos muitos Pereirão por aí, que atuam no mundo com humildade e bom senso. 

É disso que o mundo precisa. Nunca de autoritarismo e achismo. 


sexta-feira, 8 de maio de 2020

Dia das mães 2020

Assim como todas as comemorações que aconteceram desde que o mundo se tornou perigoso, o dia das mães 2020 será também bizarro, estranho e fora de lógica. 
Quando imaginaríamos que em um domingo especial, estaríamos longe de nossas mães? Tudo bem que nem todos, mas a grande maioria sim, por diversos motivos.
Não vejo a minha mãe desde o começo de março. 2 meses só ouvindo a voz dela. Tem sido muito duro, choro muitas vezes depois que desligo o telefone. E esse sentimento não vai piorar no dia das mães, ele já está em um nível piorado e o dia das mães poderia ser em dezembro, tem sido uma facada não poder abraçar a minha mãezinha.
Será, que me lembre, a primeira vez que não teremos nosso domingo especial, com comida, cerveja, presentes, afagos, risadas e amor. A família não vai se reunir, não haverá aquele discurso inflamado de muita gratidão e respeito. E eu espero que seja o único. 
Quero desejar também um feliz dia à minha irmã e minha sobrinha. Estamos tão perto e não poderemos nos abraçar. 
Desejo claro, um feliz dia das mães à quem está na linha de frente na luta contra este maldito vírus (desculpem a palavra). Desejo um feliz dia das mães às mães que estão com este maldito vírus. Desejo um feliz dia das mães às mães que estão dentro de casa, dando o melhor de si, cuidando de seus filhos e de suas famílias. Desejo um feliz dia das mães às mães que estão sozinhas na luta pela sobrevivência, sem salário, sem emprego, sem comida e com medo. 
E como sempre digo, já é até clichê: Todos os dias é dia de celebrar a sua mãe. Todo dia é dia de agradecer, de se declarar, de mimar, de presentear. Espero que entenda isso no nível máximo e quanto tudo isso passar, celebre sua mãe e não espere o ano que vem.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Pedido de desculpas

Uso este espaço muito como desabafo. Achei inclusive que nestes tempos em casa ia produzir muito mais, mas tenho optado pelo silêncio como forma de amadurecimento de quem quero ser quando tudo isso acabar. 
Mas infelizmente algumas coisas não mudaram ainda, e uma delas é a minha língua gigantesca. Falo demais. Agora por whatsapp tenho cometido alguns erros na forma de me expressar. Por isso também tenho até evitado conversar, porque se eu não estou chorando, estou falando algo nada produtivo.
E daí o tema: pedido de desculpas. 
Tem um caso específico, óbvio, que desencadeou essa minha angústia e me fez me esconder um pouco das redes sociais. Não muito porque amo as fotos que posto no meu insta, principalmente com a Olivia.
Dia desses a conversa fluía, mas rolou uma momento triste na conversa. O assunto era relacionado à mudança de vida. Essa mudança me trouxe muita alegria, mas para a outra pessoa, não. E eu solto algo como: estou cagando para fulano. Sendo que esse fulano era parte da tristeza da outra pessoa. 
Estão entendendo a gravidade?. Claro que quando falei isso o tom que tentei usar era de brincadeira, mas não foi recebido da mesma forma do outro lado da tela. E como não estávamos em videochamada, a minha cara na hora foi de desespero total. Pensei que em meio segundo, ao digitar àquela frase eu possivelmente estava colocando uma pedra em uma linda amizade. 
Isso tem mais de 15 dias e ainda me consome. Já pedi desculpas, mas sinto que perdi a confiança e a vontade até da pessoa conversar comigo. E não tiro a razão dela. Eu também teria agido desta forma se fosse comigo. Porque eu tenho aprendido ao longo da vida a me colocar no lugar do outro e sinto que foi, entre muitas frases ditas por mim, a pior que eu poderia ter falado. 
E eu não sou dessas que tentam amenizar não. Errei, mereço o desconforto e só posso pedir a Deus que 1) eu pare de achar que sou engraçada e 2) aprenda que nem tudo deve ser dito. Sim, eu até já sei disso, mas esse momento foi importantíssimo para definir que tipo de pessoa eu realmente preciso ser não somente quando essa loucura toda passar, mas agora, já.
Então você, à quem escrevo este texto, meu pedido público de perdão. E peço mais uma chance no resgate da amizade sincera que tenho por você. Pelo carinho e por toda história que estamos construindo ao longo desses 5 anos de amizade. Espero do fundo do meu coração que esta frase não seja base para que me imagine alguém incapaz de mudar. Amo você e sei que isso não irá se repetir. 




segunda-feira, 4 de maio de 2020

Norma Lillia Biavaty - os bastidores da Edição Especial

https://www.capitalemfoco.com/coluna-karla-lopes

Desde que retornei ao Brasil, em 1999, quando ia comer no Xique-Xique na 108 Sul, eu olhava a escola de balé que ficava do outro lado da rua. Lembro que cheguei a ver gente entrando e saindo. E ficava fascinada. Não fazia ideia da história linda que estava dentro daquele espaço. 
Quando começamos a pensar na Edição Especial pelos 60 anos de Brasília, aliás, logo que me chamaram para colaborar com o Jornal, imediatamente pensei na Norma Lillia. Eu não sabia ainda que a escola havia encerrado suas atividades. Mas meu interesse era na pessoa, Norma Lillia e conversar com ela foi muito mais fácil do que esperei. 
Primeiro tentei contato através de uma professora de dança. Mas percebi que precisava ser mais cara de pau e mandei mensagem no facebook. Norma respondeu prontamente, trocamos contato no whats e em uma semana a matéria estava pronta. Mandei as perguntas, ela me mandou 10 áudios, eu transcrevi em 2 dias e voalá! 
Escutar Norma e colocar ali sua história foi um divisor de águas em minha vida. Ela me inspira principalmente por ter conhecido e vivenciado o Teatro Bolshoi, o que para mim torna qualquer pessoa especial. Mas foi além. A história de vida dela, a superação de uma bariátrica mal sucedida e tudo que ela pensa sobre arte, dança e sociedade é incrível. Seu relato sobre sua infância, adolescência e vida adulta transformaram minha forma de enxergar a vida. 
Espero que essa pandemia passe logo. Uma de minhas primeiras ações será tentar conhecê-la pessoalmente e agradecer pela colaboração ao Jornal Capital em Foco e à minha vida. Agradecer por ela ter persistido e por ela ter atravessado cada redomoinho para nos mostrar o balé, a arte e uma vida com proposito. 



Dia do Trabalho 2020

Comemorar o dia do trabalho no meio deste caos em que estamos vivendo parece muito indecente. Tanta gente que por motivos muito óbvio perdeu seu sustento e não faz ideia de como irá se recuperar dessa rasteira do destino. 

Mas o que posso dizer deste dia 1 de maio estranho, é que as coisas tendem a mudar em um curto absurdo de tempo. As construções trabalhistas, que já vinham sendo alteradas pela eficiência tecnológica, agora tendem a ser muito mais restritas e específicas.

O tal do Home Office veio com tudo e mostra a possibilidade real de diminuição de custos neste tipo de configuração. Mas será que todos estão preparados para trabalhar de casa? Quais serão os benefícios pessoais? E os pontos negativos?

Particularmente estou muito grata por seguir trabalhando, por não ter sido atingida profundamente pela onda de demissões. Mas pessoalmente eu ainda não me adaptei ao Home Office e fazendo uma reflexão diária, sei que nasci para o cara crachá, para a rotina metrô, ônibus, despertador, bater o ponto, escolher o look do dia, voltar para casa. A rotina de sair de casa para trabalhar é algo do qual sinto muita falta e estou pedindo muito à Deus que isso passe logo e eu volte à rotina que costumei reclamar várias vezes. Só que se tem algo que eu não farei quando tudo isso acabar é reclamar da rotina maluca que eu venho tendo desde que inseri em minha vida os eventos, o que tornou minha vida profissional quase que sem folgas adicionais para vida social. 

Estou aproveitando, se é que esta palavra pode ser usada, para me reconectar comigo de modo que quando as coisas voltarem ao normal eu esteja revigorada, cheia de vontade de dar o meu melhor dentro do que me proponho como profissional. Quero voltar a estudar algo, me especializar na área de eventos, quero ajudar ao máximo de pessoas que estejam precisando no retorno ao trabalho, me conectar com o máximo de pessoas especiais com quem faremos uma rede de recuperação do tempo digamos, perdido. 

Me conta aqui: Como você tem lidado com o Home Office? Está sendo bom? Ou percebeu que não é sua vibe?

Feliz dia do trabalho para quem está com seu emprego digno. Desejo que quem não esteja com o seu emprego digno, que seja só um furacão rápido e que logo você se recoloque profissionalmente. E que tudo melhore. O mundo precisa mudar. Urgente!