quinta-feira, 27 de junho de 2019

Texto do dia 20/06/17

Um sobrinho meu uma vez me disse algo que mudou minha vida amorosa. Mudou porque eu sempre achei, embora nunca tenha entendido o porquê, que ficava com todos os caras que eu queria. Até que um não quis nada comigo e eu achei àquilo estranho. E aí veio a bomba: ninguém é obrigado a ficar com você sempre. Pronto. A partir dali eu travei e parei de querer um relacionamento. Acabei namorando por 5 meses e esta frase voltou a me assombrar. 

Assombrar nem seria a palavra certa, mas me dei conta de que o quê ele me falou naquele dia é muito real. Imagina se todo mundo precisa realmente querer algo comigo, seja por uma noite, seja namorar. Não gente. Meu Deus, que loucura. Mas aí eu realmente percebi que isso de ficar sozinha sempre me estressou e por isso eu sempre me envolvi por me envolver, exceto efetivamente no meu casamento e com meu ex-namorado. Acho que de resto, não me lembro de ter me relacionado por realmente ser um relacionamento norma, natural e leve. Ah teve um, que entre idas e vindas ficamos 2 anos. Só.

Tá, mas aí que eu conheci o X*, para não dar nomes aos bois. Achei ele massa sabe? Leve, descontraído... Mas aí quando resolvemos ficar, o leve e descontraído dele me incomodou. Me incomodou não porque eu sabia que ele não iria me namorar, mas porque percebi que ele meio que tinha vergonha de mim sabe? E daí nunca rolou uma saída à dois, sozinhos. E aí que depois de pressionar muito, porque quando me incomoda eu quero saber tim tim por tim tim, ele meio que deixou claro que eu não era para romance, para sair de mãos dadas...

Achei isso meio pesado, forte e me magoou profundamente. Mas aí foi quando me lembrei do que o meu sobrinho me falou e no fim das contas é isso mesmo. Ninguém é obrigado a gostar do outro. A querer o outro. A se apaixonar pelo outro. Não concordo obviamente com isso de que existam pessoas para transar, outras para namorar e outras para casar, mas é aceitável que o outro não te queira, assim como em muitos momentos eu não quis alguém. 

E é aí que eu constato que finalmente estou amadurecendo. Sei que sou um pouco dramática e sofro um pouco, ou pelo menos começando a sofrer, por perceber que não faço o tipo de quase ninguém e que parece que comigo vai ser algo realmente chamado amor, paixão. É bem capaz que ele esteja sendo criado em laboratório.

O amor virá. Na hora certa. Com a pessoa certa. Sendo quem sou ou sendo quem for, seremos o querer um do outro. E isso não é romantizar, é ter a certeza dos ditado popular: todo pé cansado tem seu chinelo velho. 




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