quarta-feira, 20 de maio de 2009

Alicia- ventre em pedaços incalculados

Pedaços de uma noite insana espalhados pelo chão da sala.
Tudo escuro, amanhece devagar na capital e ela vagueia inundada em prazer falso e abstrato.
Alicia, perdida entre o ter alguém, o ter ninguém. A televisão ligada no canal onde pessoas choram, o mundo parece demais para ela.
Levanta-se forçadamente. Tem que trabalhar. Olha-se no espelho, rugas, a idade que chega em seus lindos 22 anos.
Pensa no que vestir, saia preta, sapato Scarpin vermelho, bolsa.Pulseiras e brincos espalhafatosos, ela precisa brilhar, esconder as lágrimas do amor acabado.
Ir ao trabalho requer amor. Ela tem de sobra, mas não pode dividir. Toma seu café lentamente, faz a maquiagem. Borroca cores azuladas, ops, nada de exagero. Ela é vulgar, não deprimente.
E segue para seu lugar de origem, seu ventre perpelxo por utilidades escandalosas.
Púrpura e sangue, exaltados nervos melosos. O homem que a fere, na foto , no mural, presentes e aromas, velas e pedaços de carícias que nunca mais voltarão.
Alicia, perdida em ansiedade, em saltos para um futuro em pedras e cristais.
Alicia em seu paraíso tropical e em cinzas. Ardente!

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