quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O tempo não colabora. Me estresso, fico furiosa.
A chuva insistente. Meias e sapatos molhados. O vestido despedaçado.
O guarda-chuva quebra, você não aparece.
O copo de whisky vazio, o cheiro da noite passada, cigarros.
A televisão permanece ligada. A cozinha com seus restos de comida.
Até quando a bagunça interna reinará em nossas almas?
Estarei disposta a cumprir minha parte no acordo?
O dinheiro, a recompensa. Não venho pedir esmola.
Desapareço.
Não me procure em corpos disfarçados em maquigens de miss.
Não estarei dançando na pista de sua boate preferida. E nunca me verás em olhos coloridos pela ressaca de madrugadas infinitas.
Você perdeu a oportunidade. Contenha-se. Contente-se com desabores de amores mal feitos. Pinte a sua vida com as cores desejadas. Mas não guarde o meu quadro preferido em sua casa.
Doe-o, faça caridade as custas do seu próprio veneno, escondido nas entrelinhas das histórias em quadrinho, projetadas no cinema mudo de sua alma. O mundo que contemplas, não divida com ninguém. Crie suas novelas pitorescas, mas jamais me coloque como seu personagem principal.
Chega de monológos.
O teatro abre as suas cortinas. Seja seu espetáculo.

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