Inquietudes passadas!

Semana que vem farei 3 meses de trabalho aqui no Instituto. Tanta coisa rolou. A inauguração mexeu muito comigo, me amadureceu um pouco.
Lembro que os meus três primeiro meses em Moscou foram muito difíceis. Claro não acreditava que estava tão longe de meus familiares. Não tem como comparar é claro, mas o sentimento deste momento em minha vida é o mesmo de 12 anos atrás.
Sim fará 12 anos que fui para Moscou. Nunca me esqueço do dia da viagem. Vaijamos num domingo. No sábado fizeram uma festança para nossa despedida na casa de uma grande amiga da minha mãe, a Fátima. Muita bebida, comida, frutas, música. O clima era de alegria para uns e de tristeza para outros. Lembro que a farra terminou pela manhã e não consegui acordar cedo e ir à missa para me despedir de alguns amigos. Passamos o dia meio cabisbaixos, ninguém falava sobre a viagem. 3 horas antes, fizemos uma oração e nos despedimos de nossa casa.
No aeroporto foi a parte mais difícil. Era um momento muito duro para todos. Ganhei um coelhinho dentro de uma caixinha do Nito. E eu rezando para que tudo desse certo, porque no fundo aquele seria um momento único em nossas vidas.
O que marcou este dia foi a Anne. Sim, minha sobrinha com então 3 anos era muito apegada a nós três. Eu a idolatrava e ela era meu xodó. Nos despedimos entre lágrimas e juras de amor e fraternização. E ao atravessarmos a porta, ouvimos o chôro de Anne, gritando " vai não Mainha" (é assim que ela chama a vó). Aquilo ficou em minha mente durante muito tempo. Aquele ser tão pequenino, já tinha noção do que era se separar de alguém que se ama.
No avião, já nada poderia ser feito. Uma nova vida estava surgindo e a única coisa que estava a nosso alcançe era vivê-la.
E 4 anos lá se passaram.............