terça-feira, 31 de dezembro de 2024

2024/2025

E aí que o ano está terminando hoje e graças a Deus está terminando...

Olha, que saga de ano! 

Foi bom, foi legal, foi divertido, foi alegre... Mas também, foi cansativo, chato, deselegante, sofrível, angustiante... um verdadeiro show da Xuxa. 

Graças a Deus deu tudo certo, sigo empregada, sigo andando de ônibus, sigo pagando aluguel, sigo solteira e sigo sonhando com a mega da virada, porque eu não tenho plano B para 2025. 

Tá, até tenho alguns planos B, mas todos eles envolvem trabalhar muito, porque infelizmente, não nasci herdeira nem antes e nem depois de ser adotada.

Mas os desejos para o próximo ano seguem os mesmos de todos os outros 33 anos que foi quando comecei a entender que era meio que obrigatório ter uma resolução de fim de ano para a entrada do próximo.

Uma vez, na virada do ano, participei de uma reportagem em que a pergunta foi o que eu desejava para o ano de 2009. Respondi dinheiro e saúde para gastar o dinheiro. Fui a única a aparecer na reportagem que era sobre o lado financeiro daquele ano.

E eu fui extremamente criticada. Mas sério, eu só inverti a ordem. E todo mundo tem vontade de expressar que quer essa troca na ordem também. Mas acho que as pessoas são um pouco hipócritas, passa ano, vem ano...

Então que para o próximo ano você tenha muito dinheiro e saúde para usufruir de seu trabalho, sua dedicação, seus talentos e dons.

Até! 

Até aqui, valeu demais. (mas sempre melhorar). 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

11/12/2013

Era uma quarta-feira, como hoje. Há 11 anos. 

Passei o dia remoendo uma decisão tomada em abril. Cansada estava. O trabalho se arrastava. 

Mas a decisão de decidir veio quando a minha chefe na época me chamou em sua sala.

Achando que era para falar de trabalho. Não era. Era para me dar um ultimato.

Ela me disse que observava há meses que eu andava irritada, reclamona e passava o dia falando dele. Que eu não percebia, mas que eu estava me perdendo dentro de algo que não fazia sentido. Que eu virara mãe do meu marido.

O silêncio que veio em seguida, eu o sinto até hoje. Ela tinha razão. Nos perdemos em meio ao que nem sentíamos mais um pelo outro.

Decidir separar é uma dor imensurável. Talvez eu tenha sentido algo parecido em algum momento da vida. Mas o que eu senti naquela conversa foi avassalador. Eu me entendi sozinha. Machucada. Exausta.

Cheguei em casa e ela estava como estava há pouco mais de 5 meses: na penumbra, com a fumaça do cigarro e o peso de um casamento falido. 

Me deitei. Não havia nem selinho. O boa noite vinha pela educação familiar. Abigail, como nunca tinha feito, deitou em minha barriga e foi o sinal que me encorajou a esperar ela sair e eu me levantar para a frase fatal: "eu não quero mais".

Acho que eu nunca falei algo com tanta profundidade. Acho que nem o eu te amo que vinha sendo dito pelo medo do perder. 

Era o medo que me levou 8 meses em desânimo diário e planejamento para o depois.

O depois veio, com uma ou duas recaídas. Talvez 3. Mas ele chegou. 

Um depois do fim que não foi nada do que planejei, mas foi vivo e intenso como eu costumava ser e como foi o casamento, durante quase 4 anos.

Casamento que termina é algo que sempre será lembrado. Não me lembro muito bem quem eu era antes. Mas me lembro exatamente de quem me tornei e do que me leva a ter certeza que, apesar de ter doido muito, foi a decisão certa, na hora certa, com o empurrão certeiro da chefe.

São 11 anos de uma decisão que quando lembro, rapidamente me passa pela cabeça: E se eu não tivesse tomado essa decisão?

Só sei que não vivo de se. 

Apenas de fazer o que deve ser feito.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Ensino médio da vida adulta.

Não sei porquê, mas este ano estou muito nostálgica com relação à minha adolescência. 

Acho que é porque estou acompanhando com mais atenção o fim do ano letivo de filhos de alguns conhecidos, principalmente do terceiro ano do ensino médio e conversando com uma amiga, comentamos sobre nossos fins de ensino médio e voltei imediatamente ao ano de 2021, quando eu terminei a escola.

Estou também em um grupo com muitas pessoas daquela época, embora fale pouco nele. E é muito interessante ver no que nos transformamos nos últimos 23 anos. 

Pensar que eu terminei o ensino médio, há 23 anos, por si só já me causa espanto. O tempo passou rápido e apagou pouca coisa daquela época. Esqueci muitos nomes, mas não rostos. Lembro de inúmeros episódios: bons e ruins, que moldaram a pessoa que eu sou hoje. 

Mas quem era eu naquela época? 

Resposta: ingênua e ao mesmo tempo desbravadora. Inteligente para as matérias que me interessavam, dedicada à leitura, amante do teatro e participante ativa das gincanas: cheguei até a cantar em um festival de músicas em inglês (desastre 1). Também dancei funk de top e 62 quilos, achando que estava arrasando (desastre 2). 

Sonhava com a UNB, com o jornalismo e com o mundo. Mas minha dedicação era limitada pela minha inteligência limitada para as exatas. Ótima debatedora e apresentadora de trabalhos e péssima na hora de fazer prova. Jogadora de Handball animada, ah eu amava as aulas de educação física, meu Deus! 

Pegadora nata! Namorei muito, com os mais variados tipos de rapazes possíveis. Emendava, terminava, começava com o anterior e terminava de novo. 

Me dividia entre cuidar da casa, assistir MTV, escutar música, escrever em meus diários e frequentar a Igreja. Não ia à festas se não as que meus pais me obrigavam a ir com eles, mas eu amava. Só ia ao cinema e a algum show se minha irmã me levasse (e pagasse). Cresci ouvindo que vício e hobby cada um tem o seu. 

Vivia com o que me fosse possível. Meus pais não esbanjavam. Então, nada de roupa de marca, nada de material escolar descolado, nada de baladinhas, nada de lanche especial na escola com mesada. Era o que tinha e eu não reclamava. Nunca quis ser o que os outros eram. Eu gostava da minha vida como ela era. 

Infelizmente, por dentro, eu já era uma fodida. A cabeça já era transtornada, mas ao mesmo tempo, eu sofria menos. Eu achava que ia dar conta. Que eu ia triunfar. Que eu ia passar na UNB, casar, ter filhos, passar em um concurso. Tudo estava muito planejado na minha cabeça e não havia tempo para sofrer. Eu me importava muito pouco com o passado, o presente e minha única preocupação com o futuro se resumia a conseguir um emprego e estudar. 

Mas o ensino médio teve fim e foi doloroso não poder ir para a escola todos os dias, depois de tantos anos. Não estar ali em um ambiente conhecido e relativamente seguro. O futuro veio. A fase adulta chegou com o pé na porta. Mal tinha saído da escola, eu já estava trabalhando, pagando conta, aprendendo coisas de banco, me inscrevendo para vestibular, conciliando com a Igreja, com a minha parca vida social e com meus, já fracassados relacionamentos. 

Foi uma boa época. Fui feliz em boa parte dela. Fiz grandes amigos, alguns inimigos, e de lá para cá, pouco restou da adolescente rechonchuda, romântica e já com alguns fantasmas no armário. 

Chegamos, 23 anos depois, ao que digo ser uma fase relativamente boa da vida. 

Graças a Deus. 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

10 anos depois do fim.

Não me lembrava a data certinho, mas comecei a ler um livro que fala sobre divórcio e me lembrei do meu. 

Não do meu casamento. Mas do meu divórcio que começou a ganhar forma no dia 11/12/2013 e que teve seu final, feliz, em 14/07/2014.

Não sei porque me lembrei disso, afinal, o feliz do paragrafo acima, não é ironia. Mas lembrei que sou apegada à datas e os sentimentos contidos nelas.

E me lembro muito bem daquela tarde. Fazia um sol lindo. E a gente conversava normalmente. 

Do dia que fomos ao Advogado, até o dia mesmo, 1 semana. Eu que tomei a iniciativa, afinal, desde o dia 02/01/2014 ele havia saído de casa e comecei a me incomodar com a forma como ele tratava o antigo lar, como se ainda fosse seu lar, mas sem pagar nada. Cômodo, inclusive né?

Assinado o divórcio, ainda pensamos em tomar um café, mas eu precisava voltar ao trabalho. Ele seguiu para a casa da mãe, seu refúgio preferido, sua segurança eterna.

Mais de 10 anos depois deste dia, sigo tranquila com a decisão tomada. Mas senti muito em vários momentos, a falta dele, um arrependimento e um medo de nunca mais me relacionar com ninguém.

Medo bobo, inclusive, porque eu não ia dar certo com ninguém mesmo. Deveria ter relaxado mais. 

Mas o tempo passou muito rápido e tenho hoje mais tempo de divorciada do que tive de casada e na trajetória toda até aqui, eu não digo que ah que bom, nem ah que pena. Porque eu aprendi que a vida é isso. Alguns dias bons, outros péssimos e isso sempre será, estando casada ou não.

Agradeço sim, os 4 anos vividos em comunhão, porque não foi um casamento ruim. Ele é um cara massa, mas se tem algo que eu de fato levarei para a minha vida é que na minha cabeça casamento é um. 

Sinceramente, não tenho energia para casar novamente, e muito menos mais outras vezes. Casei uma vez, e vivi este casamento em sua plenitude, para caso ele terminasse, como terminou, eu seguisse. Sem traumas e sem medo.

Não sou traumatizada, até porque meu ex, apesar de todos os problemas, nunca me tratou mal. Só acho que vivi a experiência e não quero novamente e sinto que está tudo bem, mesmo!

E claro, amém Senhor não termos tido filhos. 

10 anos depois do fim, esta é a maior recompensa.