sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

A mulher que me tornei é espelho da criança que fui?

Assistindo a live do Rafael Rocha e sua mãe, Lourdes Rocha, este tema foi debatido, não sem nos deixar a reflexão. 

E obviamente que lá fui eu fazer a bendita reflexão e claramente, vim aqui escrever. Quero pensar que daqui a alguns anos, irei ler o meu blog e me deparar com este texto. 

Ontem, escrevi sobre o meu processo doloroso de depressão e o caminho que eu sei que irei atravessar até o resgate do que eu acho que eu sou.

Confesso que com quase 37 anos, não faço a mínima ideia do que estou fazendo no mundo. Tirando meu lado profissional, meus casamentos e meus textos no Jornal, eu sigo no limbo.

Não sou casada, nem tenho ou terei filhos, sou muito ruim na arte do relacionamento amoroso e meus relacionamentos comuns tendem a também não darem muito certo, porque eu no geral, sempre dou um jeito de estragar. 

Mas voltando no passado, eu me lembro de ser uma criança feliz, sempre falante, sonhadora, dançante e tinha uma auto estima altíssima. Estava sempre rodeada de amigos, liderando, comandando, agitando. Topava tudo, ia sem medo, ia com tudo. 

Mas eu ainda conservo algumas características daquela doce época e me orgulho, mas a vida tratou de me desenvolver uma insegurança que nem quando eu me casei, eu senti. 

No momento atual, com tudo que estou passando, eu não me vejo na criança que fui. No máximo o sorriso. Isso eu sempre fiz, independente do que estivesse passando. Eu ainda consigo sorrir. 

Durante algum tempo eu culpei várias pessoas pelo meus caminhos, mas a construção dele, ainda que dependendo de vários apoios e exemplos, foram apenas escolhas minhas. Muito do que eu imaginei e sonhei em minha infância, alcancei com muita luta, mas a parte principal, que é meu coração, ele não é nada do que eu sonhei. 

Acho que a mulher que me tornei, emocionalmente, não é em nada a criança incrível que eu fui.

Mas eu serei. Almejei. Plantei. Como em vários momentos do meu passado, vou me superar e vou me tornar ainda mais do que eu idealizei lá atrás. 

Concluo que a mulher que me tornei não é espelho da criança que eu fui. 

Ainda. 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Precisamos falar sobre depressão.

Obviamente que sendo quem sou, Secretária, Cerimonialista e Jornalista por vocação, falar sobre isso deveria ser proibido. Tenho uma rede gigante (a Influencer) de seguidores e pessoas que acreditam em mim e que ao ler este texto podem achar que não sou a pessoa adequada, principalmente para cuidar do sonho delas. 

Mas eu sempre fui peito aberto e as redes sociais meu diário. Não tem quem me conhecendo, não concorde e quem não me conhece passa a conhecer, porque eu falo mesmo. 

Poderia ser diferente? Poderia me guardar, me preservar e tudo mais? Poderia. Mas neste assunto, não. Espero poder ajudar. O meu relato aqui é para isso. 

Então que depois de muitos anos convivendo com minhas dores da alma, resolvi escutar o conselho de uma galera e procurei ajuda de uma profissional. Eu achava frescura e me sentia capacitada em resolver meus próprios problemas. 

Até que desde o dia 24 de dezembro, me senti caindo em um abismo, e esse abismo me corroeu o pouco de noção que eu tinha sobre mim. Passei a não dormir, não comer direito, falta de ar, angústia e muita vontade de morrer. Muita mesmo. Pensava nisso o tempo todo, e graças a Deus quando tentei, tive medo de não dar certo e acabar sobrevivendo e dando ainda mais trabalho. 

Muita coisa contribuiu para que eu chegasse neste ponto. Mas o que desencadeou a crise, com certeza, foi o fim do meu relacionamento. Não durou muito tempo e era um amigo de anos, o que me fez, novamente, duvidar de minhas capacidades como mulher. Me senti muito mal, me senti infeliz e perdida, porque não era um amor de 2 meses, era um amor de 5 anos que eu havia guardado e que achei que seria para sempre. 

Assim como tudo em minha vida, não foi para sempre, e eu caí. Várias outras situações pioraram o quadro e eu me vi em 2018, quando tive uma crise igualzinha e com pensamentos suicidas me acompanhando ao longo do dia. 

Até que deu. Acordei um dia sem ar, chorando e a boca machucada de tanto apertar os dentes. Estava decretado ali que sozinha eu não conseguiria sair dessa. E com a ajuda de uma colega de trabalho, encontrei a pessoa que se comprometeu em me ajudar, até que eu me restabeleça e me reencontre. 

Sei que o caminho é longo. Essa crise é só o acúmulo de tensões, problemas que vou jogando para debaixo do tapete, situações em que eu me coloco sem querer por não saber dizer não e principalmente, amores que vivi sozinha. Meu ciclo vicioso está em não acreditar em mim, mas ir fazendo as coisas, com medo ou não, pelo fato de que eu sempre achei que era normal viver angustiada, insegura e fragilizada. 

Graças a Deus eu estou tentando. Estou lutando internamente para me recuperar e logo. Assim como tudo em minha vida, eu quero para ontem, então que espero muito em breve ter resgatado o que sei que eu tenho de bom dentro de mim e que somente eu poderei resgatar. 

Graças a Deus também, por todos esses anos, mesmo em meus piores momentos, eu cumpri todos os meus compromissos, pessoais e profissionais, com vontade e coragem. E confesso que o que me segura muito neste mundo é o meu lado profissional, porque é a coisa mais importante para mim. 

Gostaria de pedir desculpas à todos que eu envolvi em meus momentos de crise, antigas ou futuras, porque eu sei que o processo não dá resultado da noite para o dia. Pessoas que magoei em algum momento de desespero com alguma frase, com alguma atitude e até mesmo com meu silêncio, porque é fato que quando a cabeça está quente, eu no geral me silêncio. 

Precisamos falar sobre depressão. Não pode ser um tabu. E eu sei que nem todo mundo é obrigado a me apoiar, até porque a grande maioria vive exatamente o mesmo estado de dor que eu vivo. Eu te entendo quando sua paciência comigo se esgotar. 

E vou. Estou indo. Um dia por vez. Hoje melhor do que ontem, mesmo com medo do próximo momento. Existe um medo de que as crises voltem, que a angústia me paralise ou me leve a cometer algum ato desesperador. 

Mas a médica me disse o que eu realmente precisava para criar coragem e assumir este momento: você Karla, não é um robô e ainda que algo seja culpa sua, não é, porque o mundo gira sem você, mas você precisa girar neste mundo também. Você está viva!

Agradeço à minha sobrinha Anne, minha irmã Katia e minha amiga Gaby: as principais responsáveis, cada uma do seu jeito, a não me deixarem cair. Agradeço à várias outras pessoas que se afastaram por não me suportarem doente. Eu entendo vocês. 

E espero que logo as coisas voltem ao minimamente normal. Espero resgatar preciosos respiros, sonos profundos e uns quilinhos a mais. 

Só quero que o dia termine bem. 

Amanhã, também. 

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Quando eu quase desisti de ser cerimonialista

 


Há 2 anos, nós do Bolshoi realizamos um casamento que tinha tudo par ter sido perfeito. 

Era uma celebração simples, mas de um bom gosto absurdo. 

Mas quase deu tudo errado, e até hoje, não sei explicar o quê aconteceu.

Já na cerimônia, quase cometemos um erro grave, trocando a disposição dos padrinhos. Para quem não sabe, o lado esquerdo da porta de entrada é dos padrinhos da noiva e o lado direito, do noivo. E sei lá onde eu estava com a cabeça, quase troquei tudo. Quem estava fazendo a liberação não percebeu. Por sorte, corrigi o erro quando o primeiro casal de padrinhos chegou no altar. Ali meus sentidos ficaram atentos. Algo não estava bom.

Ao longo dos preparativos, a noiva me fez um pedido especial, que era guardar um salgado específico que era o preferido dela. Falei isso para Deus e o mundo. Estava em todos os roteiros, em letras garrafais. E o que aconteceu? Não guardaram o salgado da noiva. 

Na hora das fotos protocolares na mesa do bolo, não tinha microfone, a smirnoff do brinde também não estava lá, e as pessoas estavam impacientes, pois fazia calor e o espaço acabou sendo pequeno para tanta gente. 

Para piorar, me senti parte da festa, apenas porque conhecia uma convidada, e me empolguei. 

A equipe no dia foi relapsa. Eu fui relapsa e ao final de tudo, a noiva não queria olhar na minha cara. 

Lembro até hoje e me arrepio. Eu briguei tanto, que fiquei doente. Vários dias com enxaqueca e dores nas costas. E passei 6 meses olhando as redes sociais, à espera de ser detonada pelo casal. 

Quando saí deste evento, um sábado, 18h, fui fazer a unha e a Malu me deu de presente uma massagem. Porque eu só chorava e me culpava e tentava refazer algo que não tinha mais jeito. De alguma forma, na minha cabeça, eu tinha tornado o dia do casal, um pesadelo sem fim. 

O noivo me acalmou, dizendo que tinha sido tudo perfeito. Até hoje ele fala isso. A noiva, nunca se pronunciou, e eu lá no fundo, agradeço. 

Pensei em desistir ali. E teria desistido se não fossem outros eventos já fechados para àquele ano. Foi por pouco. Me senti incompetente como cerimonialista, como líder e senti que era hora de mudar. 

E depois deste evento, realmente nossa postura mudou. Uso este casamento como exemplo de tudo que não pode acontecer, principalmente, reforçando o que sempre digo: se alguém da equipe, acordar no dia sentindo que não quer trabalhar, é melhor não ir. Porque eu preciso estar 100%, e se alguém atrapalhar isso, o desastre pode ser imperdoável.

Graças a Deus, depois deste casamento, muita coisa mudou. E digo com o coração aberto, que até hoje só cometi um erro que considero muito grave, e foi em nosso casamento de março de 2020, tendo em vista que não levei para o altar um papel onde a noiva colocaria seus votos. 

Fora isso, estamos em um grau de excelência, graças principalmente, ao nosso último treinamento, onde, primeiro, só foi quem queria realmente trabalhar e segundo porque quem quer trabalhar, entende que é necessário estar positivo e confiante, para que em equipe, realizemos tudo com o máximo de acertos necessários. 

Apesar de, agradeço à equipe daquele dia, porque, foi aí, nestes muitos erros, que nos reajustamos e nos tornamos uma família. Choramos juntas, aprendemos juntas e hoje, seguimos firmes no que acredito ser importante: realizar sonhos com paixão, fé e coragem. 

Ao casal do dia 19 de janeiro de 2019, nosso eterno obrigada por terem se calado diante de tanto erro. Nós aprendemos com isso e nos tornamos melhores. 



Precisamos falar sobre cabelo, ou a falta dele. Sobre empatia e respeito.

Desde muito novinha, eu tinha algumas certezas em minha vida: eu seria tatuada, moraria sozinha e teria o cabelo bem curtinho. 

Tudo isso se realizou e eu fico abismada, mas faltava o cabelo bem curtinho. Há anos que não o deixo crescer nem próximo ao ombro, sempre curto. 

Nunca gostei de cabelo e além de gastar uma fortuna, não me sentia feliz. Em dezembro passado, pedi para a Malu passar a máquina e no sábado passado, pedi para ela raspar ainda mais. Eu queria o mínimo de cabelo e quando vi o resultado, nunca pensei que fosse me achar tão linda.

Postei a foto nas redes sociais e logo veio o comentário de uma pessoa, como uma crítica construtiva de que por eu ser cerimonialista eu deveria parecer charmosa e não um zagueiro do Flamengo.

Até concordei e me calei. Mas algumas pessoas não perdoaram e o criticaram, de forma construtiva, pela fala machista. Depois disso, até o tirei de meus contatos.

Então que precisamos falar sobre cabelo, mas na verdade, precisamos falar sobre respeito.

Algumas pessoas, talvez uma grande parte, realmente não gostaram do meu novo look capilar, mas se calaram. E fiquei feliz que esta pessoa tenha desabafado por estas que não gostaram, porque assim, foi logo de uma vez, uma crítica única, mas coletiva. 

Pelo menos não foi um comentário vindo de um homem, que com o perdão da palavra: queria me comer, e assim solta a pérola: gosto de cabelo grande para ter o que pegar. 

Volto a declarar aqui que eu sou assim: se algo não me agrada no outro, eu me calo. Sempre irei abrir minha boca para elogiar. Isso não é ser falso, mas é respeitar o gosto do outro. Demorei muito a entender o poder da empatia e quando isso aconteceu, o mundo ficou melhor. 

Aprendi que eu não sou absoluta em nada, que o que eu penso será diferente do que o outro pensa e que quando alguém não solicita a minha opinião, é porque ela não quer saber a minha opinião. Simples. 

Sinceridade é bem vinda, sim. Mas quando ela é solicitada e não essa coisa aí que o mundo da internet anda destilando sem medo do que nos reserva amanhã. 

Uma vez quase perdi uma grande amizade porque, pasmem, contei quantos cachorros-quentes ela havia comido. Mas olha o absurdo?!!!

Agora, com a maturidade e os desenganos da vida, aprendi que silêncio é uma pedra preciosa e a minha opinião só é bem vinda se for realmente for necessária. Se não, cada um que viva sua vida como bem entender, claro, sem ferir os meus direitos, como foi o caso desta pessoa.

O meu direito de fala acaba quando desta fala brotarão crises, lágrimas, dor e vergonha. 

A empatia deveria ser matéria escolar. 

Quanto à minha profissão de Cerimonialista, não sei bem se é importante parecer charmosa, afinal, como foi dito em uma das mensagens: não somos a noiva ou a debutante e quanto menos chamar a atenção melhor. E te falo, com esse cabelo é bem capaz de ninguém me notar mesmo, e isso será o ponto alto da minha decisão.

Agradeço a cada um que me defendeu. Fiquei tão em choque que não conseguia expressar minha indignação. Mas eles foram muito incríveis, mostrando que eu posso até estar feia, mas sigo sendo uma querida por muitas pessoas. E isso sim, vale mais do que tudo para mim. 

 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Não se relacione com amigo

Eu sempre achei lindas as histórias de amor que começaram de uma linda amizade. O discurso é sempre o mesmo: éramos amigos, de repente olhei para o lado e vi que estava amando meu melhor/minha melhor amigo/amiga.

Sempre fui de ter muito amigos, homens, mas eu amava um em específico. Segurei até onde pude, até decidir um dia, botar isso para fora. Disso, começamos a namorar e parecia ser recíproco.

Antes de namorarmos, sempre ouvia um comentário ou outro, de que eu era a mulher ideal, bonita, sexy, que eu estava sempre no imaginário dele. Logo no começo da relação, parecia que estávamos realizando um sonho antigo. E ele parecia feliz. 

2 meses depois, o que era amizade e namoro, se transformou em ódio. Perdi o namorado, mas a dor de perder o meu amigo foi muito maior. 

Fico me culpando por talvez, sendo muito intensa, ter feito algo que o assustasse. Mas ao mesmo tempo, fico pensando que eu não fui muito diferente como namorada. Por conhecer a história de vida dele e fazer parte dela há tanto tempo, eu me senti confortável em seguir sendo quem sempre fui, com a diferença que envolvia sexo. 

Até hoje eu não sei o que eu fiz para que ele perdesse o encanto. Não entendi porque depois de tanto tempo apaixonados, quando fomos viver essa paixão, as coisas deram tão errado. 

De todas as relações que eu vivi até hoje, esta é a segunda pelo qual eu sofro tanto. Talvez por não esperar, por achar que estava dando tudo tão certo, por sentir que ele estava feliz, tanto quanto eu estava me sentindo. 

Então que, apesar de saber que a gente não pode se relacionar com inimigo, não aconselho você a namorar seu melhor amigo/sua melhor amiga. Existe a possibilidade real desta pessoa se decepcionar com você e a caminhada se tornar dura e triste, porque no geral não há o que resgatar. 

Perdi uma amizade que me era extremamente importante. Talvez nada mais resgate o que era um sentimento único. 

Sigo. Com uma profunda dor, com um sentimento de vergonha, insegurança e solidão. 

Espero que as coisas melhorem. 

Assim, está muito difícil. 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

As pessoas amam coisas e usam pessoas.

Ontem, conversando com um casal do qual realizamos o casamento, tive uma verdadeira aula sobre relacionamentos, no geral.

Não tive como voltar para casa sem pensar no que me disseram, e principalmente, retomar todas as minhas expectativas e sonhos.

Penso muito em meu último relacionamento amoroso e ainda dói o término. Não necessariamente porque estava amando em 2 meses, mas porque o amava há muito tempo e perdi a amizade, e não consegui não me sentir usada. 

E fiquei pensando no tipo de pessoa que eu sou e o que faço de errado para que ninguém queira ficar. As pessoas se apaixonam por mim, fato, mas não sei o que eu tenho de errado, para que em pouco tempo elas apenas, desapareçam, saiam de minha vida, em vários momentos, sem nem se despedir.

Estou muito magoada e ferida, mas tentando ao máximo parecer madura e equilibrada, porque graças a Deus, no campo profissional as coisas estão bem, obrigada, e eu preciso focar nisso para não surtar. 

Espero em Deus que isso passe logo. Não gosto de parecer uma louca, desesperada e infeliz. Eu não sou isso. 


terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Tanto faz.

 


Em 2020 me senti assim, já no finalzinho dele e no começo do ano de 2021, já levei a primeira rasteira. 

Não sei como lidar muito bem com isso não. Sei que passa. Até a próxima pessoa que fará questão de deixar isso bem claro. 

Acredito que é por isso que eu rezo tanto. Porque quando eu rezo, eu esqueço o que me fizeram de ruim. 

Eu sei que não é possível agradar à todos, mas é fato que, quando esse sentimento é relacionado à quem se ama muito, independente do tipo de relação, machuca demais. 

A sorte é que mesmo me sentindo um nada, várias vezes ao dia, eu consigo de certo modo imaginar que eu fiz sim algo de bom. 

O segredo é não esperar nada em troca. O que vier, está bom demais. 


sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Tem que ter algo em comum

Há muitos anos que eu venho tentando, em vão, encontrar minha alma gêmea, a tampa da panela, o sapato velho para meu pé cansado. 

Confesso que é um tanto quanto chato começar relacionamento e é sempre muito doloroso, embora eu já tenha me acostumado, terminar relacionamento.

O que me cansa é toda aquela contação de história, de manias, de medos, de vontades, que compartilhamos quando conhecemos alguém. Deve ter sido por isso que me empolguei tanto quando me relacionei com um amigo de longa data, pois na minha cabeça, como ele tecnicamente já me conhecia, seria muito fácil. 

Mas não foi. Ao contrário do que eu imaginei, ele não me conhecia o suficiente, e ao descobrir que existia uma diferença absurda entre a Karla amiga e a Karla namorada, a decisão mais óbvia para ele foi terminar a relação. 

Justo. Ninguém é obrigado a se relacionar comigo, muito menos se quem eu sou não agrada. 

E volto a pedir a Deus uma pessoa que tenha algo minimamente em comum comigo. Que além de um sentimento verdadeiro, não se choque, e nem queira me mudar. 

Uma coisa que me deixa bem triste, é que eu sempre tento me adaptar ao estilo do outro, o que me leva no geral a me relacionar com pessoas bem diferentes mesmo. Nunca vi problema. Mas os caras não. Eles não fazem a mínima questão em entender o meu mundo.

E o quê tem de diferente no meu mundo? 

Talvez o fato de eu fumar e beber, já deixe a história toda cabulosamente complicada. Tanto é que conheci uma pessoa que comentou que seria difícil se adaptar, mas que tentaria. No primeiro encontro acabou deixando bem claro, que eu teria que inclusive, esconder da família dele, caso viesse a conhecer. 

Decidi depois de dizer gentilmente que meu sentimento por ele não era verdadeiro o suficiente para abandonar os hábitos nocivos, voltei ao que eu sempre mantenho vivo em meu coração: só vou me relacionar com quem estiver efetivamente me amando, ao ponto de esperar um pouco de tempo de relacionamento para tentar me mudar. Ou de preferência que espere que eu mesma faça isso, sem sofrimento.

Sou tão, digamos azarada, que conto nos dedos de uma mão, caras com quem me relacionei que gostem de dançar, que gostem de trabalhar, que gostem de futebol, bar, cerveja e que não me condenem pelo meu vício. 

Não estou dizendo que ah fumar é legal e tudo mais, mas eu não escondo isso, e sei que vou parar, mas agora, eu não quero parar. Assim como não quero parar de dançar, de trabalhar muito, de ir em barzinho e amar futebol.

Então, que no fim desta primeira semana de 2021, agradeço a Deus por ter me livrado do último relacionamento, porque eu imagino que com o tempo eu poderia surtar, aceitando tanta coisa contrária ao meu estilo de pensar e viver e principalmente, por não ter tido um segundo encontro com a pessoa que muito provavelmente, em um futuro não muito distante, acabaria por me irritar, querendo me mudar completamente.

Então que reforço aqui que eu não gosto de homens que usem drogas, mas aceito quem bebe e fuma cigarro normalmente, nada de sair caindo por aí. Gosto de homens que dancem, ou que se não dancem, não me torrem a porcaria da paciência porque eu gosto de dançar. E por favor, preciso de alguém que entenda o valor do meu trabalho, da minha energia que não acaba nunca, que respeite o fato de que eu sou louca por futebol e não entendo nada de coisas nerds. 

Seria pedir muito? 

Provavelmente sim. Mas estou jogando ao universo isso, para ver se desta vez eu não me meto com quem não tenha nada a ver comigo. 

O poder do perdão

Sei que sou uma pessoa mediana para conviver. Nem é tão ruim, nem é tão bom. Antes, isso me incomodava demais, hoje, aprendi que eu sou humana, e infelizmente, não acertarei tanto quanto gostaria.

Mas eu tenho uma característica muito forte, que é o perdão. E o perdão consiste em esquecer o quê nos fez mal. 

Confesso que não é algo simples. Demoro a perdoar, mas também, quando isso acontece, o caminho fica muito mais leve.

E eu te perdoo. Você que há pouco me fez muito mal. E perdoo você que há muito tempo me fez mal. Afinal, são quase 37 anos de vida, então que nem todo mundo foi fofo comigo. 

O perdão à quem me fez mal há pouco tempo, obviamente ainda está sendo trabalhado. Porque eu ainda estou me recuperando da falta de lealdade. 

Costumo lidar muito bem com chifre, mas não sei lidar muito bem com quem me é desleal. E você, em específico, me foi desleal em um nível absurdamente alto. 

Quando esta pessoa ler este texto, espero que ela se identifique. Porque ela era a pessoa em quem eu mais confiava e acreditava ser diferente. Achava que seria impossível que ela fosse capaz de me decepcionar, me magoar, me derrubar no chão e pisar em meu lindo rosto. Mas aconteceu desta pessoa simplesmente ignorar o meu sentimento e me decepcionar, me magoar, me derrubar no chão e pisar em meu lindo rosto.

Quando penso nisso, relembro o quanto eu pisei em ovos, justamente porque, conhecendo a história de vida, eu não queria magoar, não queria decepcionar e tenho certeza que eu jamais derrubaria esta pessoa no chão e pisaria em seu lindo rosto. 

Mas nem tudo nesta vida é vivido com reciprocidade, e, nem sempre, o bem que fazemos nos é devolvido. E está tudo bem.

Vou perdoar esta pessoa, por todo mal que ela me fez. Por todo sentimento ruim que, muito provavelmente, ela não faça ideia que ela fez ressurgir em meu coração. Irei perdoar, porque não sou eu quem faz a vida girar, embora, do fundo do meu coração, eu não seja vingativa e quando falo que não desejo que aconteça com ela o que ela fez comigo, eu falo de coração. 

E como diz minha sobrinha: vamos focar no Bolshoi Cerimonial, que eu tenho absoluta certeza que não me decepcionará, não me magoará e nem me derrubará no chão e pisará em meu lindo rosto. 


sábado, 2 de janeiro de 2021

O problema sou eu, não você.

Quem me acompanha pela vida, sabe que levei um fora em um relacionamento de 2 meses, no dia 24 de dezembro. Logo eu que já tenho um ranço com essa data, provavelmente seguirei firme nisso através desta lembrança. 

Mas o que me surpreende não é a pessoa ter terminado comigo, porque eu estou muito acostumada com levar fora, aliás, com uma vasta experiência. 

O que me gerou uma revolta é que o discurso do término é exatamente o mesmo dos meus últimos 155 relacionamentos e eu realmente não sei com qual coach esses caras aprendem isso, porque é exatamente a mesma coisa.

Como que uma pessoa se diz apaixonada por você e termina com você porque você é maravilhosa e fez tudo certo? 

Não entendo. Acho muito chato isso de o problema sou eu, não você. Gente, parem, isso é feio. Como vou saber o que corrigir para um talvez quem sabe futuro relacionamento? 

Me consola saber que todos que terminaram comigo, em seguida ou começam a namorar o presente de Deus ou se casam com o presente que já existia enquanto eu fazia o papel de trouxa. 

Então que Deus conceda aos meus próximos relacionamentos o seu presente, sabendo que ao se relacionar comigo, servirá apenas para ter certeza que sou a ponte para a felicidade, nunca, a felicidade. 

Começo 2021, apesar de ter tido uma virada com beijo na boca, com o coração machucado, confuso e ansioso, porque eu pedi a Deus mais solidão. Será que consigo cumprir meu compromisso pessoal de 21 de abril de 2019 e só me relacionar quando for reciproco? 

Mas, quando saber que é recíproco né? 

Melhor ficar sozinha mesmo.