Estamos com a nossa live no Jornal Capital em Foco falando sobre raiva. Que tema gente!!! Ainda mais no meio deste caos que se chama Covid-19, crise política, social, econômica, moral e intelectual.
Estamos todos à beira de um colapso mental, interno, externo, sexual, visceral. Meu Deus, como estamos conseguindo mesmo? Como a gente viveu este tempo todo sem perceber que estávamos rumo ao buraco?
Estive pensando um dia desses, que a melhor coisa do meu ano de 2020 é que em 2019 eu não planejei meu ano de 2020. Serião! Eu pensei coisas expressamente concretas: não ficar desempregada, nem doente, nem falida. Não pedi nada específico à Deus, somente, realmente terminar o ano, que nem tinha começado, em paz. A mínima paz e dignidade de alguém que achava até então, que apesar de todos os defeitos, não merecia nada minimamente semelhante ao que estamos vivendo.
E o quê tem a live citada acima a ver com o meu texto? Pois eu te digo: eu hoje estou com muita raiva. De verdade. E antes eu ficava com raiva de estar com raiva, mas hoje eu aprendi, ao longo destes longos 4 meses de pandemia insana, que todos estamos com muita raiva. Por diversos motivos e com razão, em quase sua totalidade dos atos.
Obviamente que seguimos não tolerando que pessoas com raiva cometam crimes. Mas conseguimos suportar raivas que não interfiram psicologicamente e fisicamente na rotina do outro. E é esta raiva que tem me acompanhado em vários momentos do dia e eu tenho colocado pequeninas ações em prática para que eu não tenha um surto que só vá desaparecer em 2035.
Não sou muito boa em dicas, mas começo meu dia fazendo o sinal da cruz e já arrumo a cama, dizem que faz bem e eu acredito. E tenho rezado tanto, mas tanto. Só que a gente sabe que o outro interfere demais nessas alterações e é essa administração do quanto o outro vai interferir no seus excessos, medos e raivas, que farão a diferença na sobrevivência ao dia 21 de junho (dizem que é o dia do fim do mundo, pela milésima vez).
Enfim. Só esta semana, juro, já quis esfaquear umas 35 pessoas. Uma galera com suposições, interferências, críticas, palavras pesadas e silêncio. Sim, até o silênico tem me deixado muito irada.
Por sorte eu não meti a faca em ninguém, não tenho revidado nenhuma acusação ou crítica, e estou em silêncio com quem está em silêncio comigo.
E amanhã, sexta-feira, a gente vem na rotina, na gratidão, no sentimento de que estamos todos em algum ponto do tempo, em que nada faz total, ou nenhum sentido.
Te desejo fé e que você consiga silenciar e não ter assim tanta raiva. Te falar: vale a pena.
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