Eu hoje entrei em neurose absoluta. Pintei um quadro, reescrevi minhas histórias.
Gritei te odeio um milhão de vezes, como um mantra. Escutei a mesma música, enquanto o cigarro queimava a minha mão.
Sentada, na calçada, bêbada, após uma longa noite de desvaneios indescentes, pego um táxi, vagueio pela cidade luz e cuspo misericóridas aos mendigos.
Você é absolutamente uma merda, do nada, do fim. Eu quero que o mundo te engula em tecnicas alarmantes de profécias e caricaturas demoniacas. Há tantos buracos no mundo, esconda-se em um deles, pois soltarei aquele meu veneno mortal.
Subo as escadas. Dispensei o elevador, eu subo voando, minhas asas são vermelhas e tem brilho. Sou um vagalume ensanguentado por cadáveres e afins.
A casa, uma desordem. Livros, roupas, tatuagens pela casa. Cheiro de incensos de metal. Louça suja por vários anos, na geladeira água e cinzas. A torneira pinga lágrimas e eu só penso em dormir e te esquecer em sonhos com cinderelas.
Não quero ver a luz, não quero abrir as cortinas ao meio-dia. Desisto de escutar os sons da rua, de seres insanos e que deixam a atmosfera perturbada e chata.
Me escondo entre meus lençois, quero mesmo é que o mundo escorregue sobre meus pensamentos.
Só penso em mim.
Hoje eu escolhi a máscara da maldade.
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