sexta-feira, 5 de junho de 2009

Blush

Enquanto escuto minhas músicas, observo pela janela, pessoas, carros, a vida que segue paralela e alheia aos meus problemas, aos seus problemas.
O mundo lá fora, frio, nervoso, inconstante.
Ruas planejadas para o seco da cidade, das almas, da vida.
Eu com minha enxarpe colorido, flores, sorrisos.
A bolsa, bem maior do que eu mil vezes, carregada dentro de si, sonhos e estrelas, batom e blush.
Alegrar a minha insistente vontade de continuar a vida.
E a caminhar nas calçadas e olhar suas falsas vitrines com falsas promessas de consumo positivo.
Não há pássaros no momento. Somente o silêncio que brota nos galhos das árvores que pedem o seu socorro anual.
De uma lado a farsa e do outro a gana do sim, do quero, do posso, do vou conseguir.
Enquanto espero raios de luzes bem vibrantes, tipo rosa e laranja e verde. Todas as cores e um sorriso melecado por batons antigos. Prepare-se para a pintura de seu corpo nu.
E de suas flores esmagadas.

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