quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Me contrataram aqui na Embaixada para ser a recepcionista. Mas, ainda na entrevista, me avisaram que eu poderia exercer outras funções, em caso de extremas necessidades.
Aceitei, óbvio, porque além de precisar trabalhar, eu estou acostumada a fazer coisas que nunca estão ao meu real alcance.
O fato, é que, desde ontem, me pediram para resolver uma situação, que mesmo em necessidades urgentes, estava fora de minha capacidade mental.
2 horas ao telefone, ligações ao Panamá e até mesmo para o Rio Grande do Norte. E nada. Ninguém sabia de nada e aqui me pressionam que devo encaminhar um fax. Mas aqui ninguém entende, que eu não consegui, não por falta de tentativas, mas porque ninguém sabia me infomar o que eu queria saber e eu decidi que não enviaria um fax, sem um destino concreto.
E escuto que eu faço tudo pelas metades. Eram quase 19h30 e o máximo que me disseram foi: até amanhã.
E aí escuto que não devo reclamar, porque sou paga para isso e que eu tenho que ser concursada, para fugir das humilhações e bem, no final das contas, me sinto mais frustrada por não conseguir uma projeção profissional de acordo com o que eu julgo compatível com o meu diploma e com a minha capacidade mesmo, real.
E olho nos jornais e não vejo nada, absolutamente nada que me chame a atenção e que me faça querer chutar o balde.
Assim.É.Não estou reclamando, desabafando, é a palavra concreta.
Tentando criar folêgo para encarar mais uma maratona de ligações e informações desconexas.
Sigo com o sentimento, de que preciso chutar o balde.
Ou seguir camuflando sentimentos com as necessidades vitais e com sonhos que nunca acontecem de fato, que me levam à caminhos nem imaginados, nem inventados.
Me perco em luzes e bebidas quentes. Procuro nas palavras cruzadas, respostas à dúvidas infantis.
Me perco entre as ruas de uma cidade lambuzada pela chuva, e lágrimas de desespero sociais.
Volto para casa, deito-me. Adormeço, pensando em pessoas, em mágoas, em verdades cruas e doloridas, faladas sem nenhuma noção de quanto áquilo afetará minhas decisões futuras. Acordo com uma vontade de simplesmente me afastar da terra, ir à Lua quem sabe, à Jupiter. À tantos lugares, que de peferência não me dê nada em troca. Apenas o silêncio de minha mente ainda perturbada pela sincera revelação de passados em cartas amassadas e amareladas.

Não quero pensar!
Quero tudo e nada ao mesmo tempo.
ah...........silêncio!

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