Estava observando o quanto um montão de coisas aconteceram desde que eu saí de casa.
Muitos não sabem e nem gostaria que soubessem.
Mas aqui é o lugar a onde divido certas coisas.
Mas sem entrar no mérito da questão, em profundos detalhes, tudo que eu sei é que eu acho que estou mais louca que antes, mas com uma diferença básica: sou uma louca feliz.
Olho o meu novo quarto e vejo tudo como deveria ser. Ou que talvez nem deva acontecer, mas que está acontecendo. Lá estou em uma nova casa, com novos móveis e cortinas e lençois e edredom lilás com mandala na janela. Incensos, música de mantra.
Acordo várias vezes durante a noite, olho para o espelho pendurado no teto, com predinhas lilás dividindo, uma fita com bolinhas pretas.
Tudo aprecia que não daria certo. E ainda me parece que não dará.
Vejo as pessoas que ficaram para trás. Eu precisei romper barreiras, deixar a saia da mãe e o colo da irmã. Precise mudar de vida, embora a mudança exata aconteça a cada dia.
Tudo diferente do lar maternal, embora a minha amiga faça bem o papel de mãe. A mãe ideal que não briga e que não poe de castigo nunca.
Mas a minha mãe, ah essa sim é minha e eu sei que nada do que houve foi exatamente errado.
Assim sendo, continuo ,empolgada, animada, e maluca de tudo. Porque o lance de colocar os pés pelas mãos é bem típico de uma ariana charmosa, com cabelos negros, Amelie Poulan e meu sotaque indefinido de uma ex-Rússia instalada como um chip em minhas entranhas.
O doce sabor de um martini e de aconchêgos ao vento de Brasília.
O abraço jogado no lixo, pois eu escolhi a solidão e a felicidade, retratadas em linhas rosas desse blog que eu amo e que me dão amigos sinceros. Amigos que estão comigo, poucos, mas os que me amam julgo eu.
Obrigada pela nova pegada deixada para trás e pelos novos caminhos distribuidos em episódios que só ao assiti-los entenderei o que me resta de escolha nessa vida.
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