Sábado fui a um evento de militares de todas as Embaixadas aqui em Brasília.
Foi uma comédia. Imagina cada país colocando membros para os representarem.
Confesso que somente nós brasileiros, os peruanos e a Colômbia, conseguiram de fato representar sua pátria.
Aproveitei para rir muito da cara dos argentinos, que por sinal foram os responsáveis por apresentar as danças típicas e não tiveram nenhum representante dançando Tango.
O ápice da festa para mim foi quando me aproximei da barraca da Rússia. Uma garrafa de vodka reluzia ali e pepinos em conserva me convidavam para um boquinha. Me aproximei de uma russo lá e pedi uma vodka. Ele não sabia se achava extranho eu parecer menor de idade pedindo uma vodka, ou o fato de eu falar com ele em russo. Ele ficou me olhando com aqueles olhos azuis lindos hehe e eu comecei a ficar vermelha de vergonha. Ficamos ali conversando por uns 8 a 10 minutos e meu coração acelerado pela vodka que havia entrado de forma tão natural.
A primeira vez que provei esse nectar, eu tinha 12 anos. Acabara de ser "abandonada" pela minha turma de latinos e precisava de algum forma conquistar alguém na escola. Lá eles começam a beber muito cedo, nos intervalos das aulas, ou até em festas de família. Ninguém se intimida se é criança ou não, o que conta é a tradição.
Então um grupo que eu já estava cercando há algum tempo, durante o intervalo me convidou para um "passeio". E lá eles foram categóricos: ou você bebe e vira nossa amiga ou então faremos de sua vida um inferno. Quando eu vi o tamanho do copo eu quase desmaiei. Por sorte eu acabara de fazer um lanche reforçado com pão preto, chá e salame. Fazia muito frio e não pensei duas vezes, virei o copo (se não o fizer é falta de educação). A minha tarde acabou. Meu mundo dava voltas, eu fiquei enjoada, a cabeça começou a doer. Ao chegar em casa lá pelas 4 da tarde eu simplesmente adormeci a acordei no outro dia, sem entender absolutamente nada.
Obvio que aquela não foi a melhor maneira de ganhar a amizade deles, mas naquele momento isso não era o importante. Eu queira me sentir uma russa, queria que eles confiassem em mim. Esse grupo nem virou de fato a minha companhia. A Lilia me salvou.
E por isso sábado ao beber aquela vodka, o mundo párou. Eu só conseguia me lembrar dos melhores anos de minha vida. Anos que eu espero reviver da melhor maneira. Comprar uma garrafa de vodka, olhar as torres da Praça Vermelha e ser feliz
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